Capítulo 2: Sono

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Assim que chegaram, se apressaram até a enfermaria onde encontrariam Recovery Girl para examinar a situação de Bakugou.

Enquanto esperavam Kirishima estava perdido em seus pensamentos, afundando-se ainda mais no desânimo e preocupação, se ele não tivesse aparecido Bakugou estaria bem agora? Bakugou havia se distraído para responder Kirishima, foi sua culpa? Seus pensamentos se dispersaram por um momento quando avistou senhora se aproximar.

- Irei explicar a situação - iniciou - ele está bem, no entanto, a individualidade no qual foi atingido fez com que ele caísse em um sono, sem que conseguisse acordar. Não tenho ideia por quanto tempo ele ficará assim, e também não tenho como resolver isso por ser o efeito de uma habilidade. Só nos resta esperar até que ele acorde, nesse tempo ele ficará aqui.

- Certo, a responsável por isso foi enviada para a prisão, o melhor seria tentarmos tirar informações dela sobre isso...

- Sim, concordo com você.

- Eu posso... - cerrou os punhos, tendo a atenção dos dois em si - posso ficar sozinho com o Bakugou por alguns minutos?

-... Certo. Você tem 10 minutos, Kirishima. - entendia bem que seu aluno parecia bem mais afetado do que qualquer um por isso, então decidiu ceder.

- Obrigado...

Entrou na sala, logo a porta foi fechada em seguida. Foi até a maca e observou a feição serena que seu amigo tinha enquanto dormia.

- Bakugou... a culpa é minha?

O vazio preenchia seu peito, Bakugou estava apenas dormindo, mas ele estava bem, deveria estar feliz por isso nem que fosse um pouco, mas ele não conseguia. Por que se sentia assim? Claro, seu melhor amigo estava sendo afetado por uma individualidade que o fazia dormir, claro que ficaria preocupado. Mas isso... parece que é algo bem maior que isso.

É correto afirmar que Kirishima tem sentimentos por Bakugou que vão além de apenas uma amizade, mas ele entendia isso? Entendia a profundidade de seus sentimentos? A essa altura, as peças se encaixavam lentamente em sua mente enquanto apreciava a beleza do mesmo a sua frente. Avistou uma cadeira ao lado, a pegou e sentou-se ao seu lado.

Passou a relembrar de alguns momentos que teve com Bakugou, e realmente era diferente com os outros, apesar do temperamento difícil de Bakugou, Kirishima gostava quando ele estava ao seu lado, sendo algo diferente do que sentia com os outros. Não é como se não gostasse do tempo que passava com seus outros amigos, todos são importantes para ele, mas aparentemente Bakugou tinha um lugar especial.

Se sentia um idiota por não ter entendido antes, apesar que fosse um pouco óbvio, ele já havia notado antes algo estranho algumas vezes quando o mesmo estava por perto. Suspeitou por um breve momento que poderia não ser só uma simples amizade, mas não era algo que ele conseguia entender tão facilmente, ainda tinha suas dúvidas e contradições.

Mas naquele momento...

Tudo o que ele sentia estava o afetando com tudo, seu coração estava levemente acelerado.

Então é isso, hein? - Pensou respirando pesado. Não é como se fosse tão surpreendente, mas não deixava de ser - que belo momento para assumir isso, Eijiro!

Se perguntou se essa habilidade tinha um limite de tempo, ou se seria para sempre. Torcia para que fosse limitado, se caso fosse eterno sofreria com essa culpa por muito tempo. Se encostou um pouco na maca, ver que Katsuki parecia tão tranquilo o tranquilizava um pouco também.

- Eu não vou te abandonar, Bakugou... - com uma certa hesitação, colocou sua mão sobre a dele. - virei te ver sempre que eu puder!

. . .

- Oh! Não esperava por uma visita tão rápido.

Aizawa estava sério, havia ido até lá em busca de informações.

- Deixe-me adivinhar... O motivo seria um aluno? - deu um leve sorriso.

- Quero que me diga sobre a sua individualidade.

- O que o faz pensar que direi algo tão rápido?

- Aproveite o momento para conversar, já que você não terá ninguém para conversar por um bom tempo... - disse, maldoso.

- Hmm... certo. Tudo bem. Minha individualidade faz com que qualquer um que eu acertar caia em um sono profundo.

- Isso já descobrimos. Quero mais informações além disso.

- Me lembro bem que acertei apenas um garoto, e era da U.A. Você deve estar desesperado...-

- Pare de enrolar!

- Não estou enrolando, você mesmo me disse para conversar...

- Me diga logo o que quero saber, sei que sabe o que é.

Sua risada soou brevemente naquele cubículo, suas mãos estão presas com correntes e está sentada em uma cadeira.

- Permita-me contar uma pequena história. Quando eu era jovem, 15 anos para ser mais exata, eu estava em casa com minha mãe e meu pai, eles brigavam muito então era algo que acontecia com frequência, eram brigas terríveis, e é claro que isso me afetou psicologicamente... um dia eles começaram a passar dos limites. Eu estava com medo, não sabia o que fazer, a minha mente gritava para que eles parassem com todo aquele escândalo, tudo o que eu queria era silêncio. Me levantei e saí do meu quarto, eu não pensei muito naquele momento, andei até a cozinha que era onde eles estavam... e usei meu poder neles. - olhou para Aizawa, parando de falar.

- O que aconteceu depois?

- Isso aconteceu 10 anos atrás. Resumindo... eles nunca mais acordaram.

[...]

Esse capítulo chegou ao fim, espero que tenha gostado ♡
Qualquer erro ortográfico estarei corrigindo!

Acorde, Bakugou!Onde histórias criam vida. Descubra agora