Capítulo 6: Emoções Perigosas

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A angústia batia em sua porta como se tivesse o direito de voltar sempre que quisesse, em meio ao seu momento frágil não conseguiu se impedir de derramar suas lágrimas. Como se a sombra do pesadelo o seguisse, como se tudo de ruim pudesse acontecer, tudo parecia girar e girar, naquele momento muitas coisas não faziam sentido, não sabia o que fazer e estava desanimado demais para fazer alguma coisa.

Sentia-se perdido, perdido em sua própria maré sentimental. Uma tremenda tempestade se fez presente dentro de si, de repente, se sentiu solitário. Por mais que gostasse de seus queridos amigos, não conseguia ficar bem o tempo todo, não conseguia fingir que não estava puramente preocupado com a saúde de uma pessoa importante, poderia ser otimista? Claro! Mas de quê serviria? Não sabia se seu amigo iria acordar e essa grande dúvida estava matando-o por dentro, como se adagas o perfurassem impiedosamente.

- Eu... devo estar horrível, ...?

Seu dia, poderia sim ser bom, mas não estava sendo capaz de se esquecer dos problemas habitados em sua cabeça. Por mais que quisesse e tentasse se livrar daquela ansiedade e medo, não conseguia.

Aquele pesadelo serviu apenas para lembrá-lo o quão horrível o ruivo se encontra. Pensou que ficaria bem, pensou que não teria tantos problemas por conta de seus pensamentos que pareciam o atacar.

Quais são? Não quer que Bakugou o deixe, sequer havia dito para o mesmo sobre seus sentimentos antes, por que tem que ser tão lerdo?! Por um breve momento quis se bater, mas se manteve na posição.

Kirishima Eijirou se encontra na enfermaria nestante, com os braços apoiados na maca e suas mãos em seu rosto. Chorava e chorava, estava destruído e ali naquele momento, se via protegido para desabar.

- Me desculpe, eu realmente não estou bem... estou tão perdido, a culpa não me deixa nunca! E a raiva de mim mesmo também não... - se afogou em suas lágrimas, fungando fortemente e fechando seus olhos com força, abrindo-os novamente em seguida. - comecei a me sentir solitário sem você por perto para me fazer sentir aquelas "emoções estranhas" que eu sentia...

Estava tão imerso em sua crise que nada ao seu redor importava, era como se nada existisse, apenas ele e seu amado desacordado.

- Eu te amo, Bakugou. Tenho sentimentos reais por você e agora que você está assim eles estão mais fortes...- deu uma leve pausa - dói. Dói muito... dói pensar que você pode morrer a cada segundo que continuar desse jeito, dói pensar que... eu fui um grande imbecil por não ter percebido antes e não tivesse te contado, me arrependo profundamente... me arrependo de não contar, sinto que não aproveitei o suficiente os momentos com você... se eu tivesse contado, como você reagiria? Ficaria bravo? Se afastaria de mim? Iria me odiar?

Silêncio.

- Eu seria rejeitado...? Provavelmente sim...

Enquanto o som de seu choro permanecia alto, deitou a cabeça no peito do mesmo, continuou em silêncio para ouvir com mais clareza seus batimentos cardíacos.

- Minha intenção nunca será estragar a nossa amizade... nunca mesmo... não quero te perder não quero mesmo, de verdade...

O ar parecia lhe faltar algumas vezes, as vezes parecia estar com dificuldades para respirar, seria a ansiedade um motivo?

Ouvir o som dos batimentos dele, ter a confirmação de que seu amado estava bem e com o coração ainda batendo, foi como um calmante para o mesmo, lentamente sua situação foi melhorando. Mas isso não significa que foi um processo rápido.

Acorde, Bakugou!Onde histórias criam vida. Descubra agora