• Capítulo 07 •

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[Capítulo feito as pressas, nem tanto, já que levei 2 dias pra finalizar]

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Duas semanas tinham passado desde a minha conversa com Fernando Henrique. Devo admitir que era estranho seu sumiço na minha rotina depois de aturar seus comentários engraçadinhos e as cantadas bregas, mas que mexiam comigo.

Estava vindo do serviço, a caminho da minha antiga casa, pela estrada antiga que ficava próxima ao brejo. Dava para ouvir os sapos cantando, mas a barulheira de alguém brigando se sobressaia. Meu espanto foi moderado quando vi a irmã mais nova de Fernando Henrique com um homem. Estavam próximo a areninha recém construída.

ㅡ Arrumou alguém, foi? ㅡ Ele perguntou, puxando o braço de Bianca. ㅡ Responde!

Me aproximei rapidamente.

ㅡ Boa noite. ㅡ Comprimentei os dois, com um sorriso grande no rosto. Estava com a mão em punhos atrás das costas, prontinho e embalado. ㅡ Tem algum problema, moço?

ㅡ Nenhum, parça. ㅡ O sotaque não era daqui. Talvez paulista? Não interessa. ㅡ Tamo de boa aqui.

Suspirei e inspirei o máximo de oxigênio que consegui.

ㅡ Bianca sua mãe disse que era pra eu te levar pra casa, caso te visse. ㅡ Menti, igual respirava, porque era fácil e me divertia… Também porque talvez, me livraria de um olho roxo ou pior, de um uso indevido do meu réu primário.

ㅡ A gente conversa, gata. 

Bianca tentou se aproximar dele para beijá-lo, eu impedi, sendo tudo, menos gentil.

ㅡ Se eu ver você de novo, sera seu último dia fora das grades, tá me entendendo?

ㅡ Como é?

ㅡ Já vai tá muito fodido com a acusação de estrupo de vulnerável ㅡ Comecei, também indo para cima.  Não precisava mais me preocupar com as palmas das mãos, estava sem as unhas de gel. Eu podia socar a cara do desgraçado até arrancar a carne do maxilar fodidamente bem delimitado do rosto angelical dele. ㅡ Quer uma acusação formal de agressão? 

ㅡ Antônio!!! ㅡ Bianca olhou para o amado, deixando-a para trás, como qualquer predador com o mínimo de inteligência faria. ㅡ Você não tinha o direito!

ㅡ Olha só, garota. ㅡ Cruzei os braços e me aproximei, abaixando a cabeça, franzindo a testa. Eu tinha encarnado todas as características físicas de um adulto responsável, coisa que eu mais odiava a dois anos atrás. ㅡ Eu sei que tipo de pessoa você vai se tornar. Uma prostituta barata, uma garçonete com duas crias, talvez até mulher de traficantezinho de esquina. Ou pode parar de agir igual a uma imbecil e focar na porcaria dos estudos.

ㅡ E eu tenho que escutar sermão de um viado que não sabe a diferença entre amor e uma foda por pena.

ㅡ Devia perguntar isso ao seu pai, Bianca. ㅡ Sugeri. ㅡ Não foi ele que abandonou vocês depois de deixar a Cora prenha? 

Eu tinha ido longe demais. Adivinha? Não ligo! Se é pra tentar atingir alguém numa discussão, que tenha maturidade pra aguentar coisa pior. Certo que ela é só uma criança, mas eu também só era adulto a alguns meses, merecia um desconto. 

ㅡ Vou contar pro meu irmão!

Revirei os olhos com tanto gosto que senti minha vista ficar turva por alguns segundos.

ㅡ Conta pro Papa! Eu tô cagando pra você. Só tô te avisando. Acredite, até pra ser puta tem que ter inteligência.

ㅡ Você é baixo.

BRISA | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora