07 Só por uma noite

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"Eu procurei em outros corpos encontrar você. Eu procurei um bom motivo pra não, pra não falar. Procurei me manter afastado
Mas você me conhece faço tudo errado, tudo errado."

por uma noite, Charlie Brown Jr.

AGORA

— É sério, Antônio! Eu não sei porque a gente ainda insiste em falar as coisas perto de você. Tem sempre que estragar tudo, né garoto? Acho que você só não é pior que o Nico. Porque ele até tenta não contar as coisas, mas fica nervoso demais e acaba entregando a gente mesmo quando esconde a verdade. Meninos! — Rosa seguia completamente indignada com o caçula.

E embora Antônio realmente estivesse se sentindo culpado, todas aquelas acusações o deixaram irritado.

— Eu já pedi desculpas, poxa! O que importa é que as nossas mães chegaram juntas.

Se olhares falassem, o que Rosa lançara na direção do caçula lhe renderia todo o final da infância de castigo.

Seu rosto estava vermelho graças às palavras que nunca disse e em seus olhos claros havia faíscas de pura irritação.

Quando Rosa estava irritada de verdade, era fácil de perceber. Os punhos cerrados, o biquinho indignado e a vermelhidão espalhada por sua pele clara, eram indícios que o pior estava por vir.

Assim, os expressivos olhos de jabuticaba de Antônio, foram tomados pelo medo e automaticamente o garoto passou os olhos pela sala, em busca de uma rota de fuga.

Entretanto, antes que a menina tivesse chance de agir, Rafaella decidiu por um fim na discussão dos filhos.

— Rosa Latini Gavassi Kalimann, acho bom a senhorita nem tentar. O que já conversamos sobre isso?

Os olhos esverdeados da garota, ainda estavam furiosos e ela se sentia incapaz de desviar o olhar do irmão. No entanto, o alerta da mãe, não passou batido.

— Quando algo irrita a gente, nós conversamos e tentamos resolver as coisas. Brigar nunca é a solução, não é isso mãe? — Ella completou a frase de Rafa, ainda agarrada no pescoço da mãe.

Rosa estufou o peito e cruzou os braços frustrada.

— Argh! Às vezes eu queria ser filha única! A Amora tem tanta sorte.

— ROSA! — Rafaella, exclamou espantada.

E foi nesse momento que Manu atravessou a porta entrando no apartamento, abraçando Teodoro, enquanto conversava aos sussurros com o filho mais velho.

Ela demorou um pouco para perceber o desenrolar de toda cena, afinal, sua mente ainda vagava pelas palavras ditas por Bella.

"Era só uma noite" — Além disso, existiam quatro crianças entre elas.

Manoela tentava se apegar a isso, mas quando ousou levantar seu olhar pela primeira vez e finalmente encarou Rafaella, ali parada, bem no meio de sua sala, algo revirou dentro dela.

Aquele era o seu lugar seguro. Um lugar sem lembranças construídas. Manu fez questão de que nada ali a lembrasse de sua antiga vida.

No entanto, lá estava Rafaella, combinando naturalmente com aquele ambiente, como se sempre tivesse feito parte de tudo.

Manu só despertou do torpor ao ouvir as vozes de Rosa e Antônio.

— Era isso que eu queria, ser filha única! É um saco ser irmã desse garoto. — A menina repetiu de forma dura.

The Break-UpOnde histórias criam vida. Descubra agora