11- Ursinha

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Fim de tarde, domingo.
Kan está aproveitando para relaxar um pouco, o trabalho na pista as vezes é um pouco puxado e pesado também. Esta sentado na varanda em uma cadeira reclinável e de olhos fechados aproveita o restinho de sol. Esta com a mente vazia, é bom não ter preocupações.

Tanta paz..., mas esse paz tão preciosa dura menos do que ele imagina, um furacão cai em cima dele gritando a plenos pulmões.

- Raaaaaw.
Kan ri e tenta segurar seu pequeno furacãozinho com as duas mãos enquanto ela se debate em seu colo.

Está ali um segredo que Kan não conta pra ninguém, sua pessoa mais preciosa, a única que realmente faz seu coração de pedra criar carne. É uma menina, uma bem pequena, com duas tranças e o narizinho escorrendo. 

Ela veste rosa e pensa que é um urso rosnando pela casa. Sua irmãozinho de apenas 5 anos, alguém que quer proteger com sua vida. Tem medo de que machuquem ela como ele foi machucado.
E não quer que ela se torne alguém como ele é.
Sui, seria cheia de alegria e de amor, ia estudar bem e crescer bem e ele iria garantir isso a qualquer custo.

Seus pais haviam falecido em um acidente de barco a pouco mais de dois anos, e como ela era muito pequena as vezes chama o irmão de pai. Ele não liga, na verdade é o pai, é a mãe, é a única família que ela tem.

Algumas pessoas o interpretam mal por causa disso, então ele prefere manter sua vida privada realmente em privado. Não tem amigos próximos nem faz questão disso, pessoas são algo do qual nunca precisou. Só tinha consideração e carinho pelos pais e agora por Sui.

- Você não estava dormindo ursinha?
- Mas agora acordei- Sui lutava pra sair dos braços dele.
- Vamos comer alguma coisa?
- Bolo, bolo, boloooo.
- Não mesmo mocinha- Ele riu levantando com ela em seu colo.- Primeiro comida de verdade.
-Bolo é de mentira?

Ele ria mais com a ousadia e curiosidade da pequena.

- É de verdade, mas só pode ser comido depois, como sobremesa,  você sabe disso ursinha.
- Não sei não.

Ela dá uma risada sonora enquanto esconde o rostinho entre as mãos.
Entram na cozinha onde ele a coloca na cadeira da mesa de jantar.

- Tentei impedir ela de interromper seu descanso, mas sabe como essa menina é- Disse a senhora que cuidava de Sui enquanto Kan trabalhava, do telefone dela que eles se falavam durante o dia, Sui queria o celular emprestado o dia inteiro para ficar ligando para kan.

- Não tem problema, o jantar dela está pronto?
- Sim senhor.
- Ja disse pra não me chamar assim, sabe que nessa casa não tem que ter formalidade nenhuma.

A senhora sorriu, kan era no geral alguém que falava pouco. Ela via ele pouco também, trabalhava bastante. Além de não ser caloroso com ninguém,  mesmo sendo assim só com Sui.

Era um homem bom para a menina, mais frio no dia a dia. Tanto que ela se espantou quando viu ele sorrir ao pegar o celular pra ver uma mensagem que acabara de receber.

- Pode olhar Sui essa noite pra mim?
- Claro.Ela vai brincar e logo estará na cama novamente.
- Eu não vou dormir!
A menina bateu a pequena mão na mesa em protesto e isso fez os dois adultos rir.

- Me leva junto P'
- Huum agora sou seu P', Nong? De manhã não era seu pai?

A menina continua rindo enquanto brinca com alguns papéis e lápis que já estavam em cima da mesa.
- Vai me levar?
- Hoje não, por que Sui precisa ficar e comer bolo. Pode ser?
- Agoraaa?- a menina larga os lápis com tanta pressa que alguns caem da mesa.
- Calma ursinha, onde você passa vem um furacão junto? Agora não, só depois de jantar.

Ele se abaixa e recolhe os lápis dela, logo em seguida se despede com um beijo na testa da irmã.

- Prometo que vamos ao shopping da próxima vez está combinado?
A menina estende a mãozinha com o mindinho levantado, ele junta seu dedo ao dela enquanto ela responde sorrindo.
- Combinado.

Ele beijou ela mais duas ou três vezes nas bochechas enquanto a menina ria e lutava para afastá-lo.
Não queria nunca expor sua irmã por aí, não era um homem bom, pelo contrário tinha muita gente que não gostava dele.
Então ninguém podia saber de seu amor, de seu orgulho,  de sua fraqueza, Sui.

Kan sobe animado para seu quarto.
Logo está no banho, faz já alguns dias des de que se encontrou com aqueles dois homens pela última vez.

Com certeza chegaria e os dois já teriam começado. Era sempre assim. Só a imagem de Gear e Phat se beijando os dois nus com o corpo colado um no outro deixava kan louco de tesão, nunca imaginou que encontraria pessoas que o deixassem tão excitado  daquela maneira, não,  ele não gostava de pessoas por perto isso é bem verdade.

Mas aqueles homens, estava em um nível diferente de gostar, era mais que isso, era uma necessidade estar com eles.

Se apressou no banho, se o seu corpo já estava respondendo a apenas pensamentos, imaginou quando de fato estivesse com os outros dois...

Nos pertencemos ( NUMBER 2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora