Nos pertencemos ( NUMBER 2 )

21- Um silêncio

- Eu cansei dessa guerra diária com
você, é isso que aconteceu! - Tony diz sem olhar diretamente pra Pharn

- Não pode ser só esse o motivo! Converse comigo Tony... - Pharn toca no ombro do patrão que levanta a cabeça e o olha seriamente

- Pharn... eu sei que você quer voltar pra casa - enfim Tony diz com os olhos marejados - e eu, não quero ser um incômodo, ou estorvo pra mais ninguém. Vou aprender a me virar sozinho!

- Senhor... - Pharn respira - Tony! Eu não vou a lugar nenhum sem você, eu estou do seu lado pra te proteger.

- Não é isso que vi naquele mensagem - Tony sussura baixinho achando que Pharn não havia escutado

- Tony - Pharn com a ponta dos dedos levanta o queixo do mesmo - eu não vou a lugar algum sem você.

Por um momento parecia que haviam somente os dois no mundo, não haviam pessoas, problemas, tudo ficou silencioso, só podiam se ouvir os sons dos corações batendo.

Tony sabia que não deveria fazer nada de idiota, ele não queria perder Pharn, ele não tinha total certeza do que estava sentindo, mas sabia que não queria perder o seu guarda costas; ele fica com medo do seu corpo agir sem pensar, tem medo dos seus instintos serem maiores que seu auto controle.

Os olhares não se desviam, eles conversam, desabafam, se entregam.

Pharn estava com medo também, medo do que sentia, medo de ultrapassar a linha, medo de perder a confiança e respeito do seu chefe, medo da reação do seu corpo, afinal ele jamais havia se envolvido com ninguém; mas ele tinha certeza do que queria, e essa certeza o moveu.

O silêncio é bruscamente quebrado com a voz baixa e rouca de Pharn.

- Tony! - ele se aproxima ainda com os dedos no queixo de Tony - se não gostar, você pode me empurrar.

Um clarão branco passa na cabeça de Tony, isso realmente estava prestes a acontecer?

Os lábios se tocam, com os olhos ainda abertos, as bocas vão se abrindo no mesmo ritmo calmo em que os olhos vão se fechando.

Os dedos no queixo, deram espaço a mão no pescoço, as línguas se tocam e uma onda de calor passa em ambos os corpos, não era tesão, era diferente.

A língua de Tony está explorando cada espaço da boca macia e saborosa de Pharn, como um beijo pode ser tão doce assim?

Pharn segue o ritmo, ele chupa a língua de Tony por instinto e a mão que outrora estava apoiada no pescoço de Tony, entra vagarosamente por entre os cabelos da nuca e ali repousa.

Ar eles já não tinham, mas não queriam se afastar, os corpos queriam permanecer próximos, os corações batendo em perfeita sincronia.

Tony se afasta um pouco para recuperar o ar, e com uma mão faz um carinho no rosto de Pharn, o olhando com ternura, a outra mão ele segura a cintura do mesmo, e com o braço o puxa para mais perto.

Os lábios voltam a se tocar, só que desss vez com uma certa urgência, eles queriam sentir o gosto um do outro, as línguas se encontravam e queriam permanecer grudadas uma na outra, o sabor doce se tornou quente.

Pharn cria coragem e levanta Tony na mesa se posicionando entre as pernas do menor, que o recebe de bom grado, envolvendo a cintura do mesmo.

O beijo vai se tornando mais quente, e a língua não quer mais só explorar a boca, Pharn lambe o pescoço de Tony que se arrepia de imediato, uma mordida no lóbulo da orelha, as mãos de Pharn adentram a camisa de Tony, Pharn estava seguindo o seu instinto, ele deixou que a vontade o guia-se naquele momento.

Ao sentir as mãos de Pharn apertarem a suas costas e um leve chupão do pescoço, um sinal foi ligado na mente de Tony.

"Não agora, por Deus, está tão gostoso"

"Não me machuque"

" Não me toque"

" Para"

....

"Por favor para"

- PARA! - Tony grita empurrando Pharn que fica sem reação.

- Me desculpe senhor - Pharn sente seu coração quebrar por um momento

- Pharn... não - Tony tenta falar, mas as palavras não saem.

Um abraço.

Pharn entendeu pelo olhar de Tony que era medo, não se tratava de rejeição, era medo.

- Não fale nada - Pharn sussura, enquanto abraça Tony com mais força - eu estou aqui com você.