78- Proteger

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- Phat... - Kan vai até o baixinho e o abraça - não chore.

Gear vê o menor se abaixando em sua ftente e colocando a mão em seu rosto

- Amor... - ele fala em meio às lágrimas - não fique assim, eu vi os olhares, escutei comentários, só preferi não deixar me abater. Sabe por que?

Best olha profundamente os olhos cheios de lágrimas do menor.

- Porque o que me importa não são as pessoas ao redor! - Ele pega na mão de Kan que está abaixado ao seu lado - o que me importa são vocês.

Phat já havia passado por várias situações depois que gritou aos quatro cantos que tinha dois maridos, na faculdade a maioria tecia comentários maldosos, os olhares pra ele eram estranhos diariamente, seus pais demoraram muito pra entender que tipo de relação maluca era aquela que ele havia escolhido para o seu futuro, mas ele nunca se importou, ele ignorava tudo e todos, porque o seu alívio e conforto sempre vinha quando um ou até os dois amantes iam buscá-lo diariamente das aulas.

- Gear... - Kan diz com a voz calma de sempre - estamos aqui com você lembra? Juntos.

- É isso amor - Phat sorri em meio às lágrimas - juntos.

Gear sente o ódio que estava o consumindo dar espaço a um sentimento mais quente, ele olha para os dois homens a sua frente e os sons, olhares, vagarosamente vão sumindo de seus pensamentos, ele se concentra somente nos sons dos corações que estavam acelerados dentro de um abraço que Gear acabara de iniciar.

- Me desculpem - Gear fala abafado no meio do abraço - eu só quero proteger vocês! Eu preciso proteger vocês.

- Vamos nos proteger juntos! - Kan diz apertando mais o abraço.

O telefone de Gear toca, ele não atende, mas depois de três vezes ele resolve quer quem é.

- O que você quer agora?
- Precisamos conversar, é urgente.

Gear se vira para Kan e Phat que o olhavam atentos indo em sua direção.

- Eu preciso sair agora - ele puxa os dois para um beijo rápido e quente - quando eu voltar, continuamos o que bem na verdade nem começamos.

Ele sorri, os dois não discutem, sorriem de volta e vão pra cozinha preparar algo para o jantar.

**********

- Gear esse é meu primo...
- Klahan - ele diz interrompendo Bean e estendendo a mão ao homem que tinha um taco na mão
- Bean... O que você está armando dessa vez? - Gear pergunta enquanto aperta a mão de Kla
- Gear... - Bean se senta na sua enorme cadeira atrás da mesa e faz menção para os dois homens se entrarem a sua frente - precisamos conversar

Gear coloca o taco a sua frente na mesa e se senta, Kla olha aquela cena com curiosade

- Você pensa que vai usar esse brinquedinho com algum de nós nessa sala - Kla sorri apontando pro taco sobre a mesa

- Só por prevenção - Gear alisa o taco - nuca se sabe.

Kla sorri com indiferença, ascende um cigarro e olha pra Bean que entende que o primo tem pressa

- É o seguinte Gear, naquele dia do incidente com os familiares de Kanya tive que voltar correndo pra casa e acabei deixando um serviço mal feito...

- E o que eu tenho a ver com isso? - Gear interrompe Bean

- Pelo jeito o garoto aqui é apressadinho - Kla olha de canto pra Gear

- Gear... eu falo primeiro e você escuta

- Você não me dá ordens aqui - Gear diz ameaçando se levantar, mas sente o seu braço sendo puxado por Kla

- Vejo que você tem pressa, os maridinhos estão te esperando? - Kla sorri fazendo Gear congelar

- Bean... - ele se vira rápido pro homem na mesa e segura o taco com a mão livre - que merda está acontecendo aqui?

- Kla, solta ele - Bean diz e olha pra Gear - você, coloca o taco na mesa, sente-se e me escute por gentileza.

- Pelo jeito o pai está certo em querer te matar - Kla solta o braço de Gear e repousa a mão na mesa - você virou um fraco.

- Klahan!

- Abaixa o tom e continua a conversar com - ele olha Gear de cima a baixo - esse projeto de maluco que você diz que é bom em matar.

"Matar"... aquela palavra soou como melodia para os ouvidos de Gear, mas o choque na possível menção a Phat e Kan ainda o deixava incomodado.

- Bom Gear - ele se vira pro outro que estava sentado com a mão sobre o taco e parecendo atento a conversa - como meu irmão acabou de dizer, meu pai quer me matar pelo serviço daquele dia, então vou precisar tirar um tempo pra cuidar de Kanya e deixar a poeira esfriar...

Gear escuta atentamente, enquanto Kla termina o seu cigarro.

- ... nesse período, meu primo Kla vai tomar conta das coisas por aqui - Bean respira e olha pro primo - ele é assim, mas vocês tem um grande ponto em comum, Ratt!

Ao ouvir aquele nome, o ódio que havia se apagado em Gear retorna vagarosamente, aquele bastardo que adorava se meter em seus negócios.

- E indo direto ao ponto... - Kla se vira pra Gear - você quer trabalhar comigo?

- E porque eu deveria aceitar? - Gear está sério - ou vai ameaçar a minha família?

- Garoto, você não entendeu o meu ponto! - Kla olha calmo para Gear - eu não tenho nada com a sua família, maridos, ou seja lá o que for! Eu ouvi sobre o seu talento em matar, e quero que se junte a mim.

- E se eu recusar? - Gear permanece ainda sério

- Se você recusar, só não fique em meio ao fogo trocado - Kla olha sério pra Gear - Mas... queria muito presenciar o seu brinquedinho em ação.

- Me da um prazo! -Gear determina - preciso pensar.

- Gear... - Bean diz olhando pro primo - eu vou embora amanhã com Kanya.

- Eu não posso dar essa resposta assim - Gear se levanta e pega seu taco - eu também tenho com quem me preocupar e proteger.

- Se você se juntar a mim - Kla diz em um tom acima do habitual - não precisa se preocupar com proteção.

- Ainda assim - Gear está próximo à porta - antes de ir amanhã, me ligue Bean. Enquanto a você Klahan, saberá a minha resposta pelo seu primo.

- Espero não me decepcionar! - Kla diz sorrindo

**********

Os pensamentos na cabeça de Gear passam depressa enquanto ele dirige de volta a caminho de casa, o que ele deveria fazer? Se unir a esse primo de Bean? Recusar a proposta e continuar a sua vida... digamos que normal a medida do possível? E se Klahan se virasse contra ele?

Eram tantas dúvidas, mas agora Gear só queria a paz e tranquilidade que habitavam dentro do abraço de dois homens que o aguardavam em casa.

Nos pertencemos ( NUMBER 2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora