The Renaissance

Calmaria

    A chuva continuava a cair forte do lado de fora da residência do casal vampiro. Melissa havia saído sem dar maiores explicações e Mia agora tinha duas meninas em seu cuidado, uma chorava alto, totalmente sentida e envergonhada entre os lençóis bagunçados da cama e a outra, se dispunha a mamar afoitamente em seu seio. A vampira de 500 anos sentia o peito apertado, pois, não compreendia o que estava se passando pela cabeça da companheira para agir de forma tão besta; para deixá-la sozinha com as recém transformadas em um momento como aquele. Não sabia o que podia fazer para melhorar a situação, mas, tinha consciência de que precisava amparar, o mais rápido possível, a menina de aparência frágil e chorosa a sua frente.

    - Venha querida, vamos enxugar essa chuvinha de lágrimas.- Sugeriu com carinho em seu falar, guardando seus sentimentos para si e se apressando em alcançar a mais nova ainda com Manu nos braços, pronta para se sentar e puxar a menina de cabelos platinados para partilhar o colo com a irmã, e assim Mia o fez, sabendo exatamente o que precisava ser feito para acudir o choro descontrolado da menina mais nova. 

    - N-Não quero colo...- Resmungou em tom rouco devido ao choro, já sendo trazida para se sentar sobre uma das pernas da maior, juntamente do lençol para lhe cobrir o corpo. Kimberly se sentia extremamente frágil, cansada, sua cabeça doía, seus sentidos estavam bagunçados em uma mistura de constrangimento e medo de perder o controle sobre si mesma; ela só queria que aquele dia que mal havia começado, acabasse logo. Mia acariciou delicadamente as costas da menina, oferecendo-lhe conforto e apoio mudo. Ela sabia que cada pessoa lidava com suas emoções de maneiras diferentes, e respeitar os limites da menina era fundamental para que ela se sentisse segura, entretanto, estava claro que no momento em questão nem a própria menina de sabia o que era o melhor para si; então ela tomaria as rédeas da situação; como qualquer boa mãe faria.

    - Shii... Quer sim, mamãe sabe o que é melhor para você.- Explicou a vampira adulta com calma, notando que mesmo com a fala opositora de sua pequena, Kim havia se agarrado a ela com necessidade aparente, no momento, a menina estava deixando seu ego e vergonha falar por si, e Mia não podia deixar de cumprir com o que a recém transformada precisava por motivos tão banais.- Venha, vamos nos acalmar primeiro.- Sugeriu já colocando um seio para fora e o oferecendo a gêmea de atitudes chorosas, da forma que pode, já que seus movimentos estavam limitados devido ao fato de ter duas mocinhas presas em seu agarre. Ao contrário de seus pensamentos que diziam que Kimberly daria um belo trabalho para ser amamentada novamente, a menina logo que percebeu o intuito da mulher mais velha abocanhou com vontade sem fazer espetáculos o que lhe foi oferecido; com apetite e necessidade estampada em seu olhar.- Isso mesmo meu amor, com calma...- Orientou ao sentir dor com as sugadas apressadas da mesma. Ela sabia que a maternidade ainda exigiria muito de si, e o estímulo frequente deixaria seus seios extremamente sensíveis; coisa que já estava começando a acontecer.

    Além das sugadas fortes que levemente lhe machucavam os seios, Mia também sentia vergonha em se expor assim para amamentar as mais novas, ela nem de longe estava acostumada a ser mãe de alguém, e embora estivesse gostando de todo aquele contato com as novas filhas, tudo era novo para ambas as partes, entretanto, ela sabia qual era seu papel ali, e embora fosse difícil, ela estava tentando a todo custo esconder o constrangimento que aquilo lhe causava. Seus seios eram propriedade privada até o dia anterior, e agora ela estava tendo que compartilhá-los com duas pessoinhas que necessitavam deles para sobreviver, ela havia escolhido aquilo; mas a dor latejante no bico de seus seios estava começando a se tornar um empecilho notável. Mas ainda sim, estar presa a toda aquela situação era muito gratificante aos olhos da vampira de 500 anos. A sensação de amamentar suas crianças lhe trazia uma conexão emocional diferente de tudo aquilo que já havia experimentado. A amamentação podia criar uma conexão íntima e especial entre uma mamãe vampira e sua cria; todo vampiro antigo afirmava isso com veemência. Entretanto, estar ali com todo aquele contato pele a pele, olhar mútuo entre uma e outra criança, sentindo crescer o vínculo estabelecido durante esse momento juntamente de sensações novas e pouco exploradas por ela, lhe trazia um sentimento de plenitude e amor profundo. A sensação física da amamentação também era uma experiência fascinante para Mia. Ela podia sentir o fluxo de leite sendo liberado e a satisfação de saber que estava suprindo as necessidades nutricionais de suas filhas. O leve formigamento e puxões nos seios eram lembretes constantes da beleza e da responsabilidade da maternidade. Embora Mia fosse uma vampira, a experiência da amamentação parecia transcendental, indo além de suas expectativas. E agora ela conseguia entender o porque que os vampiros antigos enfatizavam tanto a importância da amamentação para fortalecer os laços familiares e aprofundar a conexão entre mães e filhos.