Quando era pequena eu sonhava com meu próprio conto de fadas. Onde eu encontraria meu príncipe encantado e viveria meu felizes para sempre.
Quando eu era pequena, eu não sabia que no mundo existiam monstros. Eu tinha pais perfeitos, que me amavam e mimavam e eu nunca precisei me preocupar em ser ferida pois eles sempre estariam lá por mim.
Quando eu era pequena, eu era burra. Fiquei mais burra ainda depois dos dezessete, que foi quando conheci Nick, ele parecia o príncipe dos meus sonhos e como uma idiota eu acreditei na fachada que ele me mostrava, meus pais não gostavam dele e por ele eu os deixei, eu me casei com Nick e o meu príncipe de contos de fada se mostrou meu pior pesadelo.
A garotinha feliz que nunca fora machucada, agora só sabia chorar e lamentar, a garotinha queria os pais mas estes estavam longe demais e a única pessoa perto era o monstro. A garotinha em mim, me odiava, eu troquei minha vida perfeita por um inferno.
Ele me batia, xingava, humilhava e eu tinha que sorrir, esconder as marcas dos tapas, beliscões e mordidas. Ele queria uma boneca para controlar, e eu me tornei para ele. Ele me tirou minha dignidade, minha felicidade e a minha paz.
Eu tirei sua vida.
Ele era um homem ruim, descendente de uma linhagem de homens ruins. Ele mantinha uma mulher presa em um galpão não muito longe da nossa casa ma floresta. Eu a conheci e implorei por ajuda, eu disse que tiraria ela de lá se ela me desse a chance de matá-lo.
Ela era especial. Tinha um sangue especial, ela me deu e eu fui para casa e preparei o melhor jantar da vida do meu monstro, ele se fartou enquanto eu observava em pé ao seu lado, ele engasgou e tossiu. Manchas apareceram em seu corpo, e bolhas se formaram onde inicialmente as manchas estavam, elas explodiram enquanto ele se jogava no chão e agonizava, ele olhou para mim e implorou, gritou que queimava e me pediu ajuda.
Da mesma forma como eu implorei, da mesma forma que eu gritei e chorei e eu o assisti cuspir sangue, soluçar e gritar e então ele convulsionou e morreu. Eu assisti, aquilo era minha liberdade voltando para mim, meu livre arbítrio, a minha felicidade. Eu o matei pois minha filha não merecia o pai que tinha e eu não deixaria que o cretino machucasse minha bebê.
Eu roubei tudo de valor da casa e enfiei no carro, as três bolsas com o dinheiro que ele mantinha em casa eu coloquei no porta-malas e então peguei minha filha e fui salvar a ruiva bonita que me ajudou, ela me deu uma pena e disse para mim quimar e pensar nela quando precisasse de ajuda, ela não veio comigo pois disse que não era o destino dela.
Eu entrei no carro e saí em alta velocidade, implorando aos céus que ela ficasse bem, que ela se curasse e fosse feliz. Dirigi por muito tempo, sem pausa, com medo dos amigos do meu monstro virem atrás de mim e depois de três dias cheguei a minha antiga casa, estava do mesmo jeito que me lembrava mas parecia estranha.
Quando peguei a chave atrás do vaso na frente da porta descobri o porque. Não tinha ninguém, meus pais não estavam mais lá, encontrei dois jarros com uma carta em cima com o meu nome nela. Quando comecei a ler me despedacei, papai e mamãe estão mortos.
Mortos.
Me sentei no chão abraçando a carta que minha tia Alice escreveu para mim, as cinzas deles estavam no jarro, eles sofreram um assistente de carro e morreram na hora, morreram esperando por mim, eles esperavam que eu voltasse mas eu nunca voltei.
- Sinto muito - soluço apertando a carta em meu peito - Eu sinto muito papai, sinto muito... muito mesmo mamãe.
Minha filha no bebê conforto em cima ao meu lado no chão me encarava enquanto o que restava do meu coração se desfazia. Fui uma péssima filha, eles não me mereciam, eles era tão bons e eu os fiz sofrer até a morte. Jogo minha cabeça para trás na parede fechando meus olhos enquanto as lágrimas caem, quando abro meus olhos dou de cara com eles.
Os bonecos que eu odiava quando criança.
Sentados, um do lado do outro no sofá de frente para mim, um calafrio passa por meu corpo e estremeço sentindo-me arrepiar inteira. Eles parecem tão realistas, um é branco e o outro negro, eles tem olhos tão reais que sinto como se estivessem olhando para minha alma.
- Porque mamãe não jogou vocês? - sussurro olhando seria para eles e é quando ouço a risada gostosa da minha filha, ela esta olhando na direção deles e ri com a mãozinha na boca - Credo - me balanço arrepiada e me levanto do chão pegando o bebê conforto - Vamos para o quarto amorzinho.
Subo as escadas para meu antigo quarto e ligo a luz ao entrar, tranco a porta do quarto e pego um lençol do guarda roupa me deitando e colocando minha filha ao meu lado, na carta tia Alice disse que manteria a casa limpas e bem cuidada para mim tenho que agradecer a ela por isso.
- Eu te amo - falo para minha filha que segura meu dedo com força.
- Temo - ela resmunga e sorrio com sua tentativa de me responder - Mamã - ela se senta e pega seu mordedor enfiando na boca enquanto baba.
Suspiro assistindo minha filha balançar o mordedor e fazer o pequeno chocalho que tem ali fazer barulho arrancando risos dela. Eu errei com meus pais, errei comigo mas não vou errar com ela. Minha filha vai ser feliz, ela vai ser feliz nem que para isso eu tenha que matar mais alguém.
- Papa - ela solta e pisco a encarando séria, ela sorei e balança o mordedor - Papa.
- Não - falo séria - Sem papai, é somente a mamãe e a Liya - ela me encara fazendo um biquinho - Papai não, só mamãe e Liya.
- Lih - ela se balança na cama e se joga para a frente, caindo em cima do meu peito, tiro meu seio para fora da blusa e ela abocanha mamando com força.
Somente nós duas.
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Ilyan & Yohan
RomanceMayleen Leroy teve uma ótima infância, era uma criança feliz e amava muito seus paus, assim como eles a amavam muito. Mas então ela conheceu o homem que achou ser o amor da sua vida, ele era gentil, amoroso e romântico e fez com que ela brigasse com...