Capitilo 5

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Ele estava dirigindo, na mesma hora que terminei de falar ele parou o carro no meio da rua, a noite.

— Caramba cara, sinto muito! Que cara babaca.

— Realmente - coloquei minha mão atrás da minha cabeça e comecei a olhar para ver se não tinha nenhum carro ou qualquer outra pessoa ali - Não acho uma boa ideia parar o carro agora.

— Você está certo - ele voltou a dirigir, amém- mas que história triste cara, como você se recuperou de tudo isso?

— Muita terapia e bastante noites acordado, foi difícil, ficar sozinho e horrível, ai comecei a trabalhar na lanchonete e minha solidão se foi, o trabalho ajuda a ignorar pensamentos ruins.

— Que bom que você está melhor, eu nem sei como reagiria, você foi forte em relação a tudo isso - eu concordei com minha cabeça, não sei reagir a esse tipo de resposta - mudando de assunto, deixa eu te mostrar meu endereço.

— Pega meu celular e coloca no waze.

Não demorou, sai do carro e me despedi, me senti estranho quando cheguei, nunca havia sido com alguem desse jeito, esse evento social que eu tive não foi ruim, mas foi estranho para mim.

Troquei de roupa, coloquei meu fone, comecei a ouvir tress - McCafferty, me deitei na cama e olhei para o teto, contar essa história para ele me fez relembrar tudo oque eu passei, eu sempre evitei pensar nesses ocorridos, foi um momento tão difícil para mim, fui tirado do armário, perdi meu único amigo e perdi contato com meus pais, eles de início acharam que era um boato ou coisa do tipo, mas quando eu não neguei eles desmoronaram, foi horrível cada segundo, por conta disso criei um bloqueio com as pessoas, eu não era aberto com ninguém, ate ele aparecer, ele é diferente, é gentil e engraçado, um bom amigo.

Acordei tarde já que era um domingo, com muita preguiça fui tomar banho, e depois fazer meu almoço, fiz macarrão mesmo, estava com preguiça de fazer algo difícil ou complicado, mas pelo menos ficou bom. Depois de almoçar fui limpar a casa já que morava sozinho, comecei com a cozinha já que havia acabado de usar, depois foi o banheiro de visitas que transformei em um cômodo apenas para minhas gatas usarem, logo depois segui para a sala, onde tinha apenas meu pequeno sofá e uma tv à frente, e ao lado uma pequena mesa de 2 pessoas onde fazia minhas refeições, depois segui até meu quarto, a parte mais difícil, cheio de roupa no chão e cheiro de suor impregnava o quarto, segui até o banheiro do meu quarto que foi rápido de limpar já que era minúsculo, e por último a varanda, onde tinha uma poltrona pequena e uma mesinha, era meu canto de leitura ou de dormir mesmo, depois disso estava tudo limpo e chegou a melhor parte do domingo, dormir o dia inteiros.

No momento em que eu me deito na cama, ouvi a interfone tocar, achei estranho pois não estava esperando mim, quando fui atender, o porteiro disse que tinha alguém lá em baixo querendo falar comigo, estranhei mas tive que ir, vai saber quem seria.

Coloquei meu chinelo e fui descendo de escada mesmo, já que morava no 3° andar, quando cheguei na portaria me deparei com aquele ser ali na frente, puta que pariu eu não consigo um segundo de paz nem no meu domingo.

— Eii! - ele balançava o braço para cima me cumprimentando, ele segurava uma mochila tbm, parecia ser da faculdade.

— Ta fazendo oque aqui? - eu o questionei enquanto abria a porta - podia ter me ligado.

— Na verdade eu não podia, eu tenho um trabalho da faculdade pra fazer, tenho que te entrevistar e filmar isso, e tinha que ser com uma pessoa desprevenida, para não ser roteirizado sabe?

— Hm - murmurei enquanto estravamos no elevador - então seu plano deu certo, estou de pijama e de chinelo.

Ele sorriu e eu apenas revirei meus olhos, ele me irritava profundamente as vezes.

— Chegamos... - abri a porta, ele me empurrou e já foi entrando, que folgado.

— Seu apartamento e tao bonitinho e aconchegante!

— Obrigado.

— E quem são essas duas gatinhas?

— Miah e cherry.

— Que fofas!

— Vamos para o meu quarto, vamos gravar lá
- quando abri a porta do meu quarto ele ficou de boca aberta, ficou encarando todo pequeno detalhe do cômodo - pode se sentar na minha cama.

— Que quarto cheio de personalidade - virei o rosto pois não queria que ele visse que eu tava vermelho de vergonha - vou abrir o notebook e vamos começar a gravar, trouxe uma câmera, ai transfiro o vídeo para o computador.

— Beleza - me sentei ao seu lado, enquanto foi pegar a câmera que estava na mochila que estava na sala, reparei que tinha um chat aberto, ele estava conversando com alguém, parecia ser uma menina, não sei por que mais fiquei incomodado com isso.

— Essa câmera e bem antiga, tem uma pegada vintage, então o vídeo vai ficar bem foda hehe.

— Gosto de vintage.

— Seu quarto já respondeu isso - ele se sentou do meu lado, ele pegou a câmera e começou a gravar. — Ta gravando, começa falando seu nome, essas coisas.

Tentei falar mais fiquei envergonhado, odeio gravar vídeos, ele começou a fazer aquela cara de " fala logo " com um sorriso na cara.

— Não consigo, desculpa - coloquei a mão na cara e abaixei ela - gravar vídeos não é muito minha pegada.

— Poxa, mas você tbm pode fazer um roteiro, só ir escrevendo aqui - ele abriu o word e escreveu "roteiro" - pode ir escrevendo.

— Ta bom - comecei a escrever, e olhei para ele fazendo uma cara de " sai fora ".

— A-ah ta beleza, vou pra sala, beleza? - afirmei que sim com minha cabeça, e comecei a escrever, não tinha muita coisa sobre mim, coloquei nome dos meus pais, todo o rolê que eu passei no segundo grau, como fui trabalhar na lanchonete, inventei algumas coisas só pra encher linguiça, já que não tem muito oque falar sobre mim. Enquanto eu escrevia lembrei daquele chat que eu tinha batido o olho, olhei se ele estava na sala fui já entrar no chat, não acho que oque estou fazendo e errado, ele praticamente em obrigou a aceitar ele aqui em casa em pleno domingo, se ele pode ser intrometido eu também posso. Comecei a ler e realmente era uma garota, mas estava apenas um apelido bem brocha, "gatinha", comecei a rolar as mensagens e eles estavam conversando havia 2 dias, um flertando com o outro, uma coisa bem brega, comecei a ler mais e mais é...

— Já acabou cara? - eu pulei de susto, ele tava ali na frente do computador - suas gatinhas são uma fofura!

— Acabei já - fechei a aba da conversa e coloquei na do work - desculpa se ter ficado pequeno.

— Esquenta não, ta tudo certinho - ele de sentou do meu lado, nossos joelhos estavam colados, ele salvou o roteiro e fechou o computador - eu agora tinha combinado de ir almoçar com o bakugou e com uma amiga, eu preciso que você conheça ela!

— Ta bom, eu vou com você - normalmente eu não aceitaria, mas preciso confirmar minhas teorias sobre quem seria essa "amiga" - vou só me arrumar.

Comecei a tirar a camisa ali, eu reparei que ele ficou virando o rosto, atitude fofa.

— Cara você faz academia? Achei que você era só magrelo.

— Já fiz, não faço mais - coloquei uma blusa preta e um jaqueta jeans verde cinza, eu tava de calça já, não iria trocar por preguiça mesmo - vou só colocar minha meia, pode esperar lá na sala.

Depois de eu me calçar fomos até seu carro e seguimos até o shopping, fomos na praça de alimentação encontrar eles, quando chegamos reparei bem no que eu estava vendo

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