Casarão.

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As semanas se passaram com rapidez.

A manhã naquele dia surgiu outra vez fria pelo horizonte e assim prosseguiu pelo decorrer das horas, com um chuvisco fraco caindo do céu nublado e com os animais se escondendo a fim de se protegerem de todo aquele clima. Afinal, não demoraria muito para que começasse a chover, o que deixava os mortos-vivos ainda mais agitados devido ao barulho constante.

Logo depois da conversa de NamJoon e Yoongi com os desconhecidos, as coisas pareceram mudar. Eles ainda não confiavam em Jeon Jimin e Jeon Jungkook, mas concordaram em aceitá-los e protegê-los do perigo. Ou seja, fizeram um trato de se ajudar a ir ao acampamento Figure 8, assim facilitando ambas as partes no decorrer do caminho. Agora não era mais apenas NamJoon, Hoseok e Yoongi. Agora era NamJoon, Hoseok, Yoongi, Jimin, Taehyung e Jungkook. Eles estavam juntos naquele mundo.

Yoongi e NamJoon continuavam na caverna, buscando suprimentos e materiais pela redondeza para finalmente conseguirem seguir a trilha em direção à comunidade fantasma. Eles já tinham três pistas — que foram achadas por Jimin e Jungkook — e elas indicavam um mapa mal feito, velho e faltando pedaços. Atrás do papel estava escrito coordenadas, decerto onde estaria agora a quarta pista.

— Olha que árvore bonita! — Hoseok disse para Taehyung, apontando para uma árvore grande e de largo tronco. — Nós podemos escrever nossos nomes nela! — Segurou a mão da outra criança, entrelaçando ambos os dedos e andando em direção ao que tanto observavam.

— O quê? Por quê?

— Para mostrar que um dia estivemos aqui.

— Mostrar para quem?

— Para nós. — Sorriu. — Olha, o papai achou um grampo para o meu cabelo. A gente pode usar ele para escrever na árvore. Como escreve o seu nome, Tae?

— Eu posso escrever.

Hoseok concordou, tirando um grampo do seu cabelo e deixando com que algumas mechas caíssem na frente do seu rosto. Vendo aquela cena, Taehyung sorriu de forma tímida, pegando o pequeno pedaço de ferro e começando a escrever o seu nome na árvore.

— Agora coloca o "mais"... não, Tae, o símbolo de "mais", aquele de fazer conta... isso... e coloca "Hoseok" — pediu, ansioso. — Uau, ficou muito lindo, Tae! Agora faz um coração envolta!

— Minha mão está doendo.

— Tudo bem, eu posso fazer! — Deu de ombros, pegando o grampo de volta e pintando a árvore sem pressa, tentando deixar bonito para que pudesse se orgulhar disso depois.

Assim, enquanto Hoseok parecia muito concentrado no que fazia, Taehyung franziu o cenho ao escutar um barulho estranho, um barulho de gemido e de passos ao redor daquele pedaço onde estavam. Por isso, esperto do jeito que era, não perdeu tempo em puxar o novo melhor amigo para longe, ignorando as reclamações dele e correndo em direção aos seus pais, que arrumavam uma fogueira perto da entrada da caverna onde estavam há semanas.

— TaeTae, por que você tá fazendo isso? Tá doendo... — Hoseok resmungou, sentindo o seu pulso arder. — Para, por favor... tá doendo...

— Filho? Filho, o que foi? — Apreensivo, Jungkook pegou o menino no colo, aproximando-se também de Hoseok ao tempo em que olhava para Jimin, pedindo em silêncio para que ele ficasse em alerta.

— Monstros!

— "Monstros"? Onde? — Jimin perguntou, ouvindo atentamente o filho. — Eu vou chamar Yoongi e NamJoon.

— Ali! — gaguejou Taehyung, tentando descer do colo do pai para ficar ao lado de Hoseok. Quando conseguiu, rapidamente pegou a mão do garoto, tremendo. — Ali, ali — repetiu.

Figure 8.Onde histórias criam vida. Descubra agora