Adeus Brasil

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Meu pai foi cremado. Minha irmã não foi pois minha mãe não queria que ela passasse por isso.

Para ser 100% sincera. Minha vida foi literalmente na merda depois que o meu pai morreu.

Minha mãe entrou em depessão e parou de trabalhar.

Minha irmã não era mais doce, era nojenta e agressiva.

E eu não tirava mais notas tão boas.

Com a perda do emprego da minha mãe. Tivemos que usar a herança do meu pai, para nos manter por um tempo.

Dois meses depois que o meu pai havia falecido. Minha mãe, em um dia normal, chegou da rua, falando assim para mim e a minha irmã:

- CANSEI DISSO! CANSEI DESSA VIDA MERDA! JÁ COMPREI PASSAGENS! VAMOS NOS MUDAR PARA O ARIZONA! SURPRESA!

O QUE? MINHA MÃE BATEU A CABEÇA SÓ PODE!

- O QUE? Como assim mãe? Você ta ficando louca? - Eu perguntei, realmente achando que a minha mãe estava louca.

- Já desmatriculei vocês da escola, podem ficar tranquilas. MAS, matriculei vocês em uma escola lá, nem pensem que vão escapar viu. Já faz 1 mês que estou cuidando disso. -Ela disse

Dessa história de trocar de escola, e país, eu amei. Estava passando mesmo por alguns problemas na escola mesmo.

- EEEE VAMOS PROS ESTADOS UNIDOS!

- Mãe, quando nós vamos? - Pergunto.

- DAQUI A DOIS DIAS! - Responde ela.

- COMO ASSIM?! - Eu pergunto.

- Isso mesmo! Agora, vai arrumar as suas malas! Amanhã o caminhão de mudança chega! - Diz ela, me levantando do sofá e apontando para o meu quarto. Para arrumarmos nossas malas.

Como é uma MUDANÇA, não uma viagem, não há segredo, só dobro todas as minhas roupas dentro da mala.
Como obviamente não cabe todas as minhas roupas em uma só mala, eu já pego as minhas 3 malas de viagem e coloco todas as minhas roupas dentro delas. Em uma mala, coloco as roupas de verão, como roupas íntimas, vestidos curtos, croppeds e etc. Em outra, coloco as roupas mais compridas, como vestidos longos, cardigans, meias-calças e entre outros. E, na última, eu coloco meu sapatos, tênis, botas, saltos e etc.

Depois, eu passei o resto do dia empacotando as coisas que eu gostaria de levar. Meus livros, álbuns de fotografias, brinquedos de quando eu era criança, o relógio do papai, que insisti que ficasse comigo, roupas de cama, maquiagens, produtos de skincare, coisas da minha cachorrinha, Amaya, que foram empacotadas com as minhas coisas, e entre milhares de coisas que precisava levar para a minha vida nova.

Esse dia passou voando. Minhas mãe ficou ocupada arrumando as malas da Helena, e as delas.

Ela não havia ainda doado as roupas do papai, aproveitou a mudança para tomar coragem para doar as roupas em bom estado, e as velhas, que não havia conserto, jogava elas no lixo.

Ao total, tivemos que levar 15 caixas, 4 minhas, 3 de Helena, 4 de mamãe e 4 com coisas da casa, cozinha, escritório, e algumas decorações do banheiro. E mais 10 malas, 3 minhas, 3 de Helena e 4 da mamãe.

Eu odeio mudança, além do mais para outro país!

O caminhão já enviou tudo para os Estados Unidos no dia seguinte, só ficaram com a gente as coisas que REALMENTE precisariam usar no nosso ultimo dia no Brasil.

Nesse dia, que o caminhão levou as coisas, vizitamos nossos avós paternos, para nos despedirmos, não sabemos quando iriamos voltar.

Minha vó me deu um colar dela, para eu usar quando estiver com saudades. Já meu vô, me deu uma vara de pesca, ele é um ótimo pescador, para eu pescar quando quisesse, e mandasse fotos do que eu consegui para eles.

Eu chorei nesse dia, vou sentir muita saudade de vizitar eles uma vez por semana.

Esse dia, dormi com um sentimento de mudança, eu ia mudar drasticamente, tanto fisicamente, quanto psicologicamente, estava com um sentimento bom. Tão bom, que dormi sorrindo.

No dia seguinte, acordamos 5 horas da manhã. O nosso voo era só as 11 horas da manhã e o aeroporto era 1 hora da nossa casa. Mesmo assim, queríamos chegar lá cedo.

- Bom dia Jullie. - Diz minha mãe, comendo o lanche que havíamos comprado no dia anterior.

- Bom dia mãe, cadê a Heleninha? - Pergunto.

- Eu deixei ela dormir mais um pouco, acordamos ela daqui a pouco. - Ela responde. - E a Amaya?

- Ela deve estar dormindo, quando a gente sair, coloco ela na caixa de transporte. - Respondo.

- Tá ansiosa? - Ela pergunta.

- Muito, faz mais de 6 meses que não vemos o vovô e a vovó. Agora vou até enjoar deles. - Digo, irônica.

Depois dessa nossa breve conversa, eu me sento ao lado dela, e começo a comer o meu sanduíche.

*Quebra de tempo*

Já estamos dentro do táxi. Eu, Helena e Amaya, na caixa de transporte, estamos no banco de trás. Minha mãe está conversando com o taxista no banco da frente.

Depois da rápida viagem, chegamos nos avião, e despachamos as malas que ficaram com a gente.

Como chegamos muito cedo, pedimos as nossas bebidas favoritas do Starbucks.

Enquanto esperávamos o nosso pedido, um garoto me seguiu no Instagram, um tal de @official_miguelcazarezmora.

Achei um pouco estranho, ele era verificado.

PERAÍ, MIGUEL CAZAREZ MORA? O Robin em The Black Phone??? MANO!

Ok, eu não era uma FÃ FANÁTICA, mas adorava o trabalho dele, e achava ele lindo, então eu deixei ele me seguir, e segui ele de volta.

Quando o nosso pedido chegou, fomos correndo para o setor de embarque, para pegarmos o nosso voo.

E então, senti aquela sensação boa, de mudança, de viajar. Fechei o olhos e falei mentalmente:

- Adeus Brasil.

A Metamorfose || Miguel Cazarez MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora