V. As Primeiras Palavras

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Já fazia uma semana desde que Bakugou conhecera Kiyoko, ele ainda cuidava dela e por causa disso sua rotina havia mudado; Kiyoko dormia em seu quarto em uma cama improvisada no chão que ele e seu pai fizeram para ela, dessa forma era mais fácil acordá-la para que se preparassem para ir à escola. A garota não participava das aulas, obviamente, mas sim ficava com Recovery Girl que estava estudando sobre a sua individualidade para ajudá-la a ter um controle melhor. Agora nos minutos em que Bakugou chegava mais cedo à escola, ele levava Kiyoko para a velha porque ela queria continuar fazendo exames para averiguar a saúde da garota. E pelas palavras dela, Kiyoko estava indo muito bem

Mas Bakugou já havia notado isso; a garota tinha um bom apetite e depois dele a ensinar a usar melhor os talheres, ela comia bem e Bakugou notou que a aparência esquelética dela já estava sumindo. Agora ela não era tão estranha, mas sim, apenas estranha para ele

Eles se encontravam na hora do almoço para comerem juntos e durante os treinos da tarde, onde Recovery a levava pra acompanhá-la para que Kiyoko visse um pouco de como era seu trabalho e, às vezes, deixava que ela curasse algum dos alunos que tinham ferimentos leves e superficiais. Bakugou sempre a observava de longe e quando ela o notava, sempre sorria para ele docemente

Na hora de ir embora, Bakugou a buscava na sala da médica e os dois caminhavam juntos até em casa. Bakugou ainda prestava atenção nos becos e nas ruas, sempre acreditando na possibilidade de acabar encontrando o velho de novo, mas nunca havia acontecido

Um dia, estavam voltando para casa quando Kiyoko viu um cartaz chamativo em uma pequena loja. Ela balbuciou para Bakugou, que a olhou, e apontou para o que via. Normalmente ela fazia isso quando queria que ele a explicasse o que era aquilo. Ele suspirou pesado, vendo que o cartaz era sobre um sorvete

– Não vejo a hora de você começar a falar pra eu parar de ter que fazer essa merda – resmungou e se aproximou dela – Isso é um sorvete. Sorvete. Entendeu?

Kiyoko fez uma expressão de surpresa pela explicação dele e colou seu rosto no vidro, vendo vários dentro do congelador pela vitrine, se impressionando pelas cores chamativas. Bakugou coçou a nuca, sem paciência, mas se virou um pouco sem graça quando perguntou para Kiyoko

– Você quer um?

A garota o olhou, não entendendo o que ele queria dizer e Bakugou apenas a pegou pelo braço e a levou para dentro da loja, falando para ela escolher um. Kiyoko demorou alguns segundos, o deixando irritado, mas acabou escolhendo um sabor de chocolate. Bakugou escolheu um para ele também, já que estavam ali. Ele pagou e abriu o picolé para Kiyoko que o imitou quando ele colocou o dele na boca. Ela fez uma expressão de surpresa, sentindo como era gelado e doce. Sorriu para Bakugou que não se conteve com a reação dela e riu também

– Sério que nunca tinha provado sorvete antes?

Mas ele logo se arrependeu dessa pergunta, pois Kiyoko pareceu ficar com uma expressão triste no rosto. Era a primeira vez que ele a via fazer essa reação e se perguntou se ela se lembrava da vida que tivera antes. Mais uma vez ele pensou que queria que ela aprendesse a falar logo

Quando chegavam em casa, Kiyoko sempre corria até Mitsuki para cumprimentá-la

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Quando chegavam em casa, Kiyoko sempre corria até Mitsuki para cumprimentá-la. A mulher a recebia sempre com um grande sorriso e as duas ficavam um tempo juntas, pois Kiyoko havia se interessado um pouco pela culinária e ajudava Mitsuki com o jantar todos os dias. Bakugou sempre aproveitava esse tempo delas para relaxar um pouco e se banhar

Quando saia do banho, um tempo depois, Kiyoko sabia que deveria ir em seguida. Bakugou sempre a dava roupas limpas e a garota subia saltitante pelas escadas. No tempo do banho dela, Bakugou conversava um pouco com a mãe

– E como ela foi hoje? – a mulher perguntou

– Mesma coisa de sempre – respondeu dando um suspiro cansado – A polícia ainda não encontrou nada sobre ela, mesmo anunciando em alguns lugares e ela ainda não falou nada! Parece que não aprende nada!

Mitsuki olhou para o filho, claramente frustrado

– Tenha um pouco mais de paciência, logo ela deve falar e poderá contar o que houve com ela

Bakugou apenas maneou um pouco a cabeça, em concordância, torcendo para que a mãe estivesse certa

Kiyoko logo desceu as escadas, de banho tomado e de roupas limpas. Bakugou se levantou da cadeira que estava e agora os dois iriam estudar

Ele a ensinava a ler e escrever, assim como também tentava ensiná-la a falar, mas Kiyoko apenas avançava nas duas primeiras e ainda não parecia sequer estar perto de falar. Isso deixava Bakugou irritado e bastante frustrado

Quando Kiyoko disse as primeiras palavras eles estavam na sala da Recovery Girl, como de costume, mas dessa vez, Midoriya também os acompanhava. Bakugou olhava para o esverdeado com irritação, pois não o queria ali, mas Midoriya disse estar curioso sobre o desenvolvimento da individualidade da Kiyoko, e também, ainda era eternamente grato pelo o que ela havia feito por ele. Dessa vez, Bakugou não se convenceu

Recovery fazia algumas anotações e coletava alguns matérias para fazer novos exames da garota, suspirando fundo enquanto os dois garotos atrás de si discutiam. Ela só teve paz quando saiu da sala por um momento

Kiyoko estava sentada sobre a mesa de exames e prestava atenção no loiro e no esverdeado. Bakugou gritava com ele enquanto Midoriya se encolhia e os dois só pararam quando Kiyoko deu uma pequena risada e disse:

Kacchan!

E depois apontou para Midoriya, e disse:

Deku!

Os dois garotos não esboçaram uma reação de imediato e Kiyoko os olhou confusa, claramente achando que havia errado e então apontou para Bakugou mais uma vez, dizendo:

Kacchan!

E depois para Midoriya:

Deku!

O esverdeado foi o primeiro a entender que deveria dar uma resposta para ela e sacudiu a cabeça positivamente várias vezes, sem conseguir falar, pois estava tentando não chorar. Kiyoko deu uma grande risada e se levantou da mesa, indo até Bakugou e o abraçando, parecendo feliz por finalmente falar

Kacchan!

Bakugou se surpreendeu pelo abraço dela e sentia seu coração acelerado por ouvir ela dizer as primeiras palavras. Kiyoko o abraçou com mais força, dizendo seu nome várias vezes e Bakugou não pôde conter um sorriso, enquanto acariciava a cabeça dela, vendo ela o olhar com um dos maiores sorrisos que ele já havia visto

– Sim, sou eu mesmo, Kiyoko

Continua...

Notas da Autora: 😭🤧💕🫶


O Lado Doce Dele - Boku no Hero Academia Bakugou X OCOnde histórias criam vida. Descubra agora