Capítulo 2

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O elevador abre e saio, vou em direção ao meu carro, entro sentando no banco do motorista, ligo o carro, e por fim saio da empresa, seguindo em direção a qualquer lugar que possa preencher minha fome. A brisa boa que bate em meu rosto me acalmando, sinto falta de sair com alguns amigos – se bem que eu não tenho...

Paro em uma cafeteria que parecia ser bem interessante, ela se chama "Gold Café". É incrível como o tempo passa, tenho quase certeza que se me vissem agora iriam pensar como antes, um fracassado que iria morar com um animalzinho e nem esposa teria de tão galinha que era.

Estaciono meu carro em qualquer vaga perto dali e adentro no estabelecimento, vou em direção a fila, que tinha apenas três pessoas, até tocava uma música relaxante:

- Olá senhor, o que deseja? – A atendente fala sem animo, como se ela só estivesse existindo.

- Vou querer um chá de erva doce e um pedaço desse bolo. – Digo apontando para um bolo de chocolate com creme, parecia bem gostoso. A atendente acena com a cabeça, e pede para sentar em uma cadeira que iriam me levar o pedido. Vou em direção a uma mesa que era perto da janela, o tempo estava nublado, não havia sol e nem fazia tanto calor assim. Me concentro vendo os carros indo e voltando, a cidade ela é tão agitada, já fazia tanto tempo que não tirava férias de verdade, tipo viajar, eu só fico em casa lendo livros e encomendando mais deles – 'tô quase fazendo uma biblioteca. No entanto, nem tem graça ir sozinho para uma viajem, só se eu levasse o Tobias, até que não é uma ideia tão ruim assim...

Uma moça deixa o meu pedido encima da mesa o que faz eu me desconcentrar da janela e focar naquele bolo lindo, o chá cheirava tão bem - eu não sou tão fã assim de café. "Que entediante.", penso provando um pedaço do bolo, escuto o som da porta e vejo entrando uma mulher que parecia ser bem empoderada, uns minutos depois aparece um outro cara de casaco e com um semblante neutro, não dá pra saber ao certo o que ele pode estar pensando, mas sinto que não é nada bom, apenas ignoro e continuo comendo. O tempo passa e já era hora de voltar ao trabalho, deixo o dinheiro encima da mesa e aceno para a garçonete, saio daquele lugar que até que era bem relaxante - com certeza irei vim mais vezes. Ando até meu carro e avisto a mesma moça de antes na outra calçada, difícil não notar ela, e percebo a presença do mesmo cara que havia entrado na cafeteria:

- Acho que isso não é da minha conta. – Falo abrindo a porta do motorista, paro e olho para a outra calçada onde ela estava. Suspiro e bato a porta do carro e o tranco novamente, aproveito que os carros estão parados por conta do sinal – um belo trânsito que irei pegar depois. Vejo a presença de alguns guardas municipais por perto logo corro em direção ao cara, desvio de todos que passam pela minha frente, com bastante rapidez e cuidado para não derrubar ninguém. Tão perto, essa é a hora:

- Aqui, ladrão!! – Grito para todos ouvirem, aproveito os olhos das pessoas e dos guardas e aponto para o sujeito. Por sorte a moça também parou para olhar, vou até ela e pego em sua mão a puxando com delicadeza. Ela faz um pouco de força e acaba se soltando abrindo a boca pra começar a gritar, chego próximo de seu rosto a pegando pelo braço. – Fica quieta, eu vou te explicar, só vamos sair daqui! – Murmuro e sorrio forçado, puxo ela pelo braço indo para um lugar afastando e entrando em um beco que ia para uma rua qualquer:

- Que porra tá acontecendo? Você é algum tipo de tarado? – Ela fala se soltando.

- Com todo respeito, você é burra! O cara que eu derrubei que 'tava te seguindo e você fala que sou eu o tarado? – Falo ainda recuperando o fôlego.

- Aquele cara estava me seguindo? Juro que eu não percebi nada. – Ela fala fazendo uma cara de assustada. Como assim ela não percebeu que estava sendo seguida? – Enfim, m-muito obrigado, senhor! O que posso fazer para agradece-lo? – Falo um pouco envergonhada.

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