Aqui estamos com um pano na cabeça e arrumando a nossa nova sala, decidir trazer Tobias junto comigo, ele estava deitando me observando. Eu nunca fui de trazer Tobias para o trabalho, mas dessa vez foi necessário. São 6 da manhã e só tem eu aqui, bem, algumas pessoas entraram também, não estou completamente sozinho, mas ainda assim, trouxe Tobias pra não me sentir tão sozinho assim.
- Obrigador por vim pra me fazer companhia Tobias. – Digo olhando pra ele, e o mesmo mia como resposta. Coloco uma música baixa e continuo arrumando as coisas. Até que gosto de arrumar e limpar as coisas, não é algo tão difícil assim, até que é relaxante. Me distraio e sinto alguém me observando, pego a vassoura, se a pessoa vim pra cima vai levar só uma. Quando viro pra trás vejo a Vanessa me olhando.
- Oi lindão. – Fala rindo.
- Ei, você me assustou, eu estou sozinho aqui- - Fui interrompido pelo miado de Tobias. – Quer dizer... – Coço a garganta. – Só está eu e Tobias, você nos assustou. – Ela me olha com vontade de rir mais ainda e acaba soltando uma gargalhada. – Ei! Por que você está rindo?? – A olho cruzando os braços.
- Nada não... É... Que... – Fala pegando folego. – Ai ai, que fofo, você trouxe seu gatinho pra não se sentir sozinho. – Fala se aproximando e fazendo carinho em Tobias que ronrona. – Enfim, já são 6 horas, deixa que eu arrumo o resto e vai pra casa se arrumar e tomar café. – Fala dando um sorriso.
- Não precisa, eu mesmo já cuidei disso, eu trouxe minhas roupas, e tem uma cafeteria aqui perto, e o Tobias fica comigo hoje, acho que não tem problema, tem? – Falo fazendo cara de cachorro pidão.
- Claro que não, portanto que ele não nos atrapalhe e cause problema. Mas vem cá, você está aqui desde que horas? – Fala olhando pro Tobias que estava sentando na mesa a olhando e indo cheira-la.
- Claro que ele não vai! Tobias é um gato com classe. – Ele mia em confirmação. Esse gato ele não é só um gato, é um companheiro, posso dizer que ele é um grande amigo. – Então, eu estou aqui desde 5 horas da manhã – Falo dando um sorriso forçado.
- Uau, e você já fez bastante coisa, você é realmente muito rápido. – Fala surpreendida. – Enfim, se arrume e vamos tomar café da manhã juntos. – Sai sem mais nem menos. Estou cansado? Também, porém me entupir de energético, então não estou com muito sono. Fecho a porta e já começo a me arrumar, decido deixar meu cabelo em uma trança, geralmente não deixo meu cabelo solto e nem costumo fazer peteados nele, mas dessa vez está sendo diferente, quero me produzir mais, não sei o porquê disso.
Me arrumo e saio com Tobias me seguindo, vejo ela logo de cara falando ao telefone, chego mais perto pra ouvir:
- Sim, já estou aqui, daqui a pouco o Arthur está chegando, até. – Quando ela desliga, eu começo.
- Estava falando com quem? – Falo logo atrás dela a dando um mini susto.- Que susto! Isso não lhe interessa, foque em seu trabalho.
- E quem você pensa que é falando isso, sendo que você entrou em minha sala e ainda ficou me observando e rindo de minha cara. – Falo me aproximando a encarando. Ela ainda é um pouco mais baixa que eu, mas ainda sim é alta. Ela fica calada e bufa.
- Estou quase não te levando junto pra tomar- - A Interrompo.
- Você quem sabe. – Falo já saindo e rodando a chaves no meu dedo.
- Ei! – Ela corre atrás de mim, e eu corro até o elevador. Tinha nem percebido, mas o Tobias deito na mesa dela e fico lá, esse gato não me dá problema, mas é um grande preguiçoso, daqui a pouco está me pedindo comida.
Seguimos para o carro e fomos para a cafeteria de antes, era 6 da manhã ainda, então estava começando a abrir, então fomos os primeiros a entrar no estabelecimento, confesso que foi engraçado ver a cara da mulher nos vendo entrar na cafeteria que mal tinha aberto. Fizemos nossos pedidos, Vanessa faz questão de pagar, então deixei por sua conta, fomos para uma mesa e começamos a conversar. Ela é uma boa mulher, temos a mesma idade e nunca se casou, apenas vivia de caso em caso, mas nada definitivo. Ela também falou um pouco sobre os irmãos, e até ela mesma dizia que o que todos acham é a mais pura verdade, um é vagabundo e outro é trabalhador que quer ser reconhecido. Ela também disse que além de secretária de Arthur, é amiga de infância, ela sempre foi mais próxima dele do que do outro irmão, que já até tentou dar encima dela, porém a mesma não curte muito esse lado da praia.
- Vem cá, já que você é tão próxima assim dele, talvez você saiba por que que eu vim parar nessa empresa, já que na antiga empresa eu era um excelente empregado, sem querer me gabar obviamente. – Quando ela ia abrir a boca para responder o celular dela toca.
- Então, não é nada demais sabe? Nós só contatamos os melhores, e você era muito bom pra estar naquela sua empresa, convenhamos que Fortune comparada com De La Cruz, não lá grande coisa né? – Diz isso tudo rápido atendendo seu telefone e saindo da cafeteria. Isso tudo que ela diz não faz o menor sentindo, Fortune está quase no mesmo patamar que a De La Cruz, não tenho nem o que reclamar, apesar da De La Cruz ter um lucro maior que a Fortune, ainda assim, não deixa de ser uma empresa grande e competitiva. Mesmo eu enchendo a cara do Daniel, ele não me conta, ela também sabe e não quer falar, ainda vou descobrir o que está acontecendo, acredito que sei a pessoa certa que pode me contar, nem que seja uma tentativa... Falha, porém uma tentativa. Ela volta e parece estar com um pouco de pressa.
- Ei! Vamos logo o presidente está chegando. – Pegamos nossas coisas e nós mandamos para a empresa. Meu Deus, Tobias estava deitado na mesa da Vanessa, será que a gente vai chegar a tempo de ele não ver o Tobias?
Chegamos e estaciono o carro no mesmo lugar de sempre, só que dessa vez havia um carro luxuoso bem do lado da minha vaga, eu nunca vi esse carro aqui antes, muito menos do lado do meu, e olha que eu estaciono aqui faz semanas.
- Ah não, ele chegou primeiro. – Nossos olhares se encontram em desespero. Então esse carro é dele.
- Merda! – Falamos juntos. Pronto esquece, ele viu Tobias, só se a porra daquele gato entro na minha sala, se bem que eu fechei a porta... Aí caramba! Chegamos no nosso andar e vemos o Tobias se esfregando no Arthur, fudeu. Eu já corri pegando o Tobias, espero que esse cara não seja alérgico.
- Desculpa, eu só o trouxe pra me fazer companhia. – Falo agarrando o Tobias. Esse gato teimoso, por que não fica escondido? Eu o mimei muito, eu também sou um irresponsável, tenho que colocar isso na lista, não posso trazer mais o Tobias pro trabalho.
- Tá tudo bem. – Tobias mia, e eu me viro indo pra sala murmurando. Quem ver pensa que eu sou doido, eu trato esse gato igual gente, parece que estou dando bronca em uma criança.
~ Arthur
- Ele não parece ser ruim como algumas pessoas falam, 'tá discutindo até com um gato. – Diz Vanessa dando uma risada.
- Ele não é. – Me viro entrando em minha sala, agora o dia começa.
- Você fala com tanta certeza, ele deve nem lembrar de você Arthur, trazer ele pra cá a essa altura do campeonato- - A interrompo.
- Eu não o trouxe aqui por conta disso. – A mesma me encara. - Também..., mas sim pelo o que está acontecendo, não conheço outra pessoa que consiga fazer isso além dele. Ele é único que me vem à mente... – Falo olhando a vista pra cidade, vejo ela a tanto tempo que não consigo mais me encantar. – E o que ele achou era algo que já estava suspeitando faz tempo, eu só queria que me confirmassem, mas nenhum desses insignificantes estavam achando o responsável. – Digo em tom mais grosso.
- Realmente, ele é bem inteligente e pontual, não sei como não subiu. – Indaga.
- Por que ele não quis, ele só quer viver algo simples, a vida dele também não foi nada fácil. – Falando assim até parece que sei de tudo, mas só sei de algumas partes, até as coisas que meu irmão fez com ele. Não me arrependo de ter me vestido que nem meu irmão e ter o beijado e dito aquilo, era a mais pura verdade, eu queria ter dito a verdade, mas no final só fui um cumplice. Eu tive medo dele perceber e me bater, ele era bem agressivo, mas eu achava a coisa mais fofa, ele era o único que conseguia me diferenciar do meu irmão quando não usava os óculos, não sei como ele não me reconheceu naquele dia, eu tive que me arriscar e ficar o mais parecido com Diego e nem acredito que deu certo. Aqueles olhos brilhantes me olhando, era uma das coisas que eu pagaria a quantia que fosse pra ver novamente, eu nunca me sentir tão bem lembrando de um mísero beijo.
- Você tem uma reunião agora pela manhã, vamos? – Fala Vanessa num tom calmo. Ela me conhece por muito tempo e sabe de tudo, sempre me ajudo, ainda mais quando decidir pintar o cabelo, e te falar uma coisa, foi a melhor coisa que eu fiz.
- Vamos.
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RomantizmAnos se passaram e ainda não consigo esquecer aqueles olhos. Olhos azuis da cor do mar. Queria, na verdade ver aqueles olhos de ondas agitadas ficarem calmas e gentis, uma vontade de querer nadar nelas e fazer elas brilharem mesmo com o brilho do so...