04. Feitiço

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Evan e Cassidy acabaram de acordar, viraram a noite e foram dormir bem tarde. papéis antigos, livros e até mesmo pergaminhos empoeirados foram encontrados para auxiliar na compreensão do assunto. E como era sábado, e teriam o dia todo para fazer o feitiço como era descrito nos livros da biblioteca.

– Evan? Já está com os livros? – perguntou Cassidy ao mais novo, quando entrava no quarto com alguns baldes enchidos de água até a metade.

– Precisa fazer o feitiço direito. Não quero acabar virando um sapo, ou alguma coisa pior. Estou muito feliz sendo só um vampiro mesmo – continuou ele.

Enquanto sentava no chão, onde ao redor, o Afton fazia um círculo de areia azul, que em volta também tinham algumas velas em pares, que brilhavam firmemente mesmo com o vento ressoando pela fresta da janela maior do quarto.

Os olhos de Evan perfuravam furiosamente o vampiro.

– Se você continuar me apressando vou fazer questão de acontecer uma catástrofe na frente do colégio inteiro – ameaçou – não posso errar as medidas, sabia? Se puder ficar quieto seria ótimo.

O vampiro olhou-o de cima a baixo, com desprezo. Aquele olhar zangado e seco queimava sobre as costas do Afton, enquanto ele terminava de fazer mais preparativos.

Quando Evan terminou, Cassidy lia algumas das falas do feitiço que o Afton iria recitar. Era uma língua antiga, que sabia algumas palavras por causa dos estudos de sua família.

A família de Cassidy era russa, e provinham também da Alemanha. A linhagem sempre foi de uma família de vampiros chiques e travessos, bem esnobes, mas é claro que foi se apagando a imagem deles, conforme vinham outras famílias sobrenaturais a ficarem famosas.

Drácula é um parente distante dele, a família vampiresca nunca teve um sobrenome fixo, por isso, atualmente só se usam os primeiros nomes nela, os sobrenomes são só para casos mais formais, explicou Cassidy.

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Ser um vampiro era cansativo, por experiência própria.

– Pronto? – perguntei me alongando, eu estava dentro do círculo ainda, li várias vezes o feitiço e relembrei os passos, eu não precisava saber naquele momento, já que quem iria efetuá-lo seria o outro à minha frente, mas nunca se sabe o que se pode acontecer, melhor prevenir do que remediar, certo? É uma das coisas que aprendi nesses anos todos vivendo.

– Sim. Se doer muito ou seu espírito estiver se afastando demais, grite, ou pelo menos tente fazer alguma coisa para que eu pare o feitiço com calma. – Ele disse para mim, eu balancei a cabeça em afirmação e logo também pronunciei mais palavras.

– Entendi. Pode começar. – autorizei, e o vi erguer as mãos para o círculo. Nós dois estávamos sentados, de frente um para o outro, ele fechou os olhos e eu fechei os meus também, apenas ouvindo ele recitar o feitiço.

Um leve formigamento ultrapassou as pontas de meus dedos até minha nuca. Minhas têmporas ameaçavam uma coceira, e mesmo de olhos fechados, conseguia ver plenamente borrões de itens de onde estávamos.

Estava tudo bem por agora, para um treino estava tudo muito bem. Isso se o meu ponto de vista "bem" for, na verdade, um significado ruim.

Eu estava levitando, meus olhos brancos, eu conseguia ver meu corpo, ainda estava nele, mas também fora. Um tanto quanto estranha a sensação, eu formigava por inteiro, mas não era ruim, era uma espécie de formigamento bom, como um frio na barriga.

Olhei para Evan, seus olhos estavam negros, muito, muito mesmo, era como se esxistisse um vazio. Ele ainda repetia as palavras, como num transe automático, e meu corpo também parecia corresponder, logo como a forma de meu espírito quase que se soltando, exatamente como dizia no livro.

𝓣𝓱𝓮 𝓜𝓮𝓮𝓽𝓲𝓷𝓰  ᵃᶠᵗᵒⁿ ᶠᵃᵐᶦˡʸOnde histórias criam vida. Descubra agora