medo.

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Griffin não acreditava na história que seu melhor amigo contava. Como assim ele havia pedido a Robin Arellano para... "aprender a viver"? Aquilo não entrava em sua cabeça, claro que aquele pedido era metafórico, mas foi surpreendente aquele pedido ter vindo voluntariamente de Blake.

Enquanto Finn, olhava catatonico para o seu sanduíche que havia pego na cantina. Que tipo de merda ele tinha feito?? Ele mal conhecia o méxicano e estava fazendo aquele tipo de pedido, era no mínimo questionável. Os dois estavam sentados no ponto mais isolado da escola, a mesa de cantina mais afastada, que entrava pela floresta ao lado do pátio. Os dois se escondiam ali desde que eram menores, para fugirem de valentões, Gwen e Griffin sempre fofocavam sobre a vida das pessoas em volta da escola, e é claro que sempre falavam da dupla da escola, Bruce e Vance, mas o Blake sempre estava escrevendo em seu caderninho ou fazendo algum dever. Finney praticamente comia seu lanche de forma lenta. Mal acreditava que ele havia pedido uma coisa tão importante para si para uma pessoa que nem ao menos conhecia direito. Ele parecia tranquilo, mas por dentro ele estava em completo surto, suas mãos tremiam disfarçadamente e seus dedinhos agarravam a comida com força, deixando a marca no pão. Finn odiava mudanças e aquilo era uma baita de uma mudança, definitivamente não estava pensando bem quando decidiu aquilo de última hora em meio a uma crise asmática, mas o que iria fazer se era o que o seu coração sentia?? Podia tirar o direito de escolha de uma coisa que ansiava fazer?? Olhou para Griffin, que esperava uma resposta da parte do amigo, ele ajeitou sua postura e comeu mais um pedaço do seu lanche, comendo com rapidez. Ele estava cansado de mudanças e mais mudanças.

- Griffin, sinceramente? Eu também não sei... você sabe tanto quanto eu que odeio quando algo sai da minha rotina.

- Então porque do nada essas aulas de reforço de matemática?! - Griffin comeu sua salada de frutas com leite condensado, esperando que seu amigo o explicasse. E sinceramente? Nem ele sabia o que havia acontecido, afinal, Robin depois de ter ajudado o Finney com a crise, disse que eles poderiam ir a um lugar depois das aulas para estudar melhor e que ele o apresentaria seu lugar favorito que sempre ia quando queria ficar sozinho. Isso o fez pensar que seria uma boa, já que era um lucro para os dois, ele conhecia um lugar novo e ajudaria Robin com a matéria nova, o que sairia de ruim nisso? Claro que o Arellano era um porre completo e que ele não iria perder a chance de zoar Blake por algo banal da sua vida. Estava muito pensativo, mas se ele não fosse, nunca descobriria se era realmente bom a sensação de sair, né? Pensava isso e cada coisa que passava em sua mente era uma tortura.

"Que legal... minha adolescência toda foi em contos de fadas idiota." Pensava ele, lembrando dos seus vários livros de fantasia que estavam em sua estante.

- Ele estava com dificuldade... eu só fui lá e ajudei.

- Eu tenho licença poética pra dar um soco nele caso ele faça merda contigo?

- Claro, só não sei como você vai alcançar a cara dele desse tamanho. - Griffin o deu um empurrão, fazendo Finn rir da reação do mesmo.

- Falou o poste ambulante. - Finn riu, devolvendo o empurrão. Então, os dois passaram o período todo das aulas conversando, já que naquele restante do dia, teriam aulas juntos.

O loiro passou o dia pensando na conversa que teve com o Robin naquela manhã, afinal, Blake só tinha dezesseis anos... não sabia dizer nada sobre a vida, como os mais velhos diziam, mas ele gostaria de saber o do porque os mais velhos diziam isso, sendo que eles falam que o maior ensinamentos das suas vidas vieram da adolescência. Finn estava cansado de ser so considerado um garoto "incapacitado de viver" por conta de suas questões biológicas. Acho que a vida é uma mera linha tênue do que é basicamente o inferno. Nós somos criticados por ações por conta do nosso mero desenvolvimento e acabamos pegando traumas por conta disso, qualquer coisa que podemos fazer pode ser criticado sem ser questionado sobre o porquê, e ainda somos alvejados por ser ingratos. Terrence Blake era só uma pessoa que errou ao deixar Finn mexer na areia da praia, por exemplo, e ele é só uma vítima da vida, todos nós somos. O loiro pensava isso olhando para o dever de geografia que estava em sua frente que tinha acabado de fazer, ele realmente estava aéreo, sabia que seu pai só queria lhe proteger, mas porque ele precisava viver um conto de fadas em seu quarto só porque não poderia explorar os cantos? Ele também não fazia questão de sair de sua zona de conforto, mas era cruel de certa forma o como acordava num quarto vazio cheio de sonhos. Finn suspirou quando o sinal tocou para a saída dos alunos, ele se levantou desanimado e guardou suas coisas.

Fight Or Flight | Rinney.Onde histórias criam vida. Descubra agora