Sr.Blake.

194 26 12
                                    

Eles caminhavam pela rua da casa de Finney comendo o restante dos doces, afinal, eles não poderiam entrar na casa de Blake com aquilo, era certeza que Terrence brigaria. Estava nervoso com o que aquele almoço levaria, afinal, era a primeira vez que levava alguém fora do seu ciclo de amizade para conhecer seu pai pessoalmente. Digamos que ninguém teve a honra o suficiente por ter esse privilégio de conhecer ele. Robin parecia estar tranquilo, comia Fini como se não estivesse a ponto de conhecer seu pai, estava tão sem jeito que deixou os doces de lado por um momento, só para respirar, não que ele estivesse com vergonha de estar com Robin ou algo assim, e que era agoniante esperar por algo tão importante, estava completamente com medo desse encontro inesperado. Olhou para o Arellano novamente, vendo ele comer uma balinha de tutti frutti e tirar o açúcar cítrico de seus dedos, observava cada traço de seu rosto e de seus cabelos naquele dia, eram bem chamativos, agora Finn se perguntava como que eles ainda não se conheciam na escola, claro que era porque ele não passou muito tempo em aulas presenciais, mas era esquisito pensar em que em alguns dias atrás, eles mal se conheciam. Ele tossiu, chamando a atenção do meio brasileiro, que o olhou com uma de suas balas na boca.

— Então… se você nasceu no Brasil, não era pra ser brasileiro ou algo assim? — Quando ele finalmente mastigou todo o alimento colorido, ele começou a explicar.

— Deu algum problema na minha certidão de nascimento, eu nasci no Brasil, mas logo quando recém nascido eu me mudei pro México e deu conflito. Que loucura né?

— então vocês foram pro México… por que?

— Meu pai trabalhava no exército na época. Nós fomos lá porque ele morreu em combate e tivemos que fazer o enterro. — Do nada, o clima abaixou, parecia que ele havia voltado no tempo, na época em que ele ainda era uma criança indefesa e que ainda precisava da ajuda da mãe para lhe dar comida na boca, na época em que ainda se lembrava de sua mãe, viva. – Mesmo sendo ainda uma, ele se sentiu mais com tal informação vinda de Arellano. Era triste pensar que ele havia crescido sem figura paterna, até porque nem imaginava sua vida sem seu pai. Agora Finn pensava em sua mãe, nunca teve a chance de a conhecer melhor, dê a conhecer como seu pai falava dela, pensava que ele era a pessoa mais sortuda, ele conseguiu conhecer sua mãe, e agora por um simples erro de sua parte, nem Gwen a conhecia como o seu irmão a conheceu, ele se tremeu todo e se arrepiou com aquele pensamento tão infortúnio, era algo… bizarro de se pensar e se continuasse, com certeza estaria propenso a uma crise. Parou para respirar o ar puro do caminho, se acalmando antes de continuar a conversar com o Arellano.

— Me desculpe perguntar.

— Tudo bem, não é como se eu sentisse falta dele. — Sentiu um ar de mentira em sua voz, parecia mais preocupado em esconder que estava naquele estado quebrado, do que aceitar que estava daquela forma. Finn levantou uma de suas sobrancelhas, o que fez ele suspirar, sabia que era uma mentira descarada da parte dele. —... Ah, Não sei… é muito estranho sentir falta de alguém que nunca esteve aqui, sabe? Sinto falta mas não me traz tantos problemas. — Ele concordou, sabia como era sentir aquela sensação. A sensação de que sente falta de alguém que nem ao menos conhecia direito, era terrível e sabia como estava agora.

— Eu sei como se sente, e não é nada tranquilo. — Ele sorriu para Robin, tentando o tranquilizar, foi quando viu o sorrisinho que saiu de surpresa em seus lábios, parecia bem mais leve naquele momento, sorriu junto, mostrando seus dentes, atentamente olhou seus lábios, como se estivesse hipnotizado pelo que estava vendo, riu da cena, fazendo com que o louro ficasse um pouco confuso e lhe olhasse com a cabeça um pouco pro lado.

— O que mais tem na sua manga além de um sorrisinho bonito repartido no meio, em? — Falou, se referindo ao pequeno espacinho que seus dentes do meio fazia, ele instintivamente tampou seu sorriso, aparentemente como modo de defesa, a risada de Robin então, cortou o silêncio e preencheu seus ouvidos como uma bela melodia, sua reação foi olhar por alguns segundos antes de dar algumas risadas, ainda com uma de suas mãos escondendo seu sorriso. Era inevitável não rir e ele sabia disso, aquilo tudo era um mistério, seus sentimentos eram todos embaralhados como um jogo de cartas e ele sabia que aquilo tudo iria alguma hora se misturar inteiro. Aquela conversa se estendeu ao longo do caminho, onde se apressaram para comer a montanha de doces que tinha em sua frente, era algo tão mágico comer doce até não se acabar mais como se fosse uma criança de 6 anos numa festa de criança, não sabia quando foi a última vez que havia se sentido daquela forma. Eles então, aos poucos, foram chegando na casa dos Blake. Robin viu uma casa parcialmente média, com um quintalzinho arrumado e bem cuidado, Finn se apressou para pegar as suas chaves, juntamente com seu chaveiro do Homem Aranha, ele escondeu o riso por aquele pequeno detalhe. Quando menos percebeu, ele abriu a porta. Revelando um hall de entrada amigável, as paredes eram pintadas com um azul bem clarinho, juntamente com isso, havia um cabideiro e um cantinho para deixar sapatos, ele fixou imediatamente os olhos numa foto, era aparentemente Finn no colo de uma mulher loira, suas sardas eram aparente, o Blake estava com suas mãos apoiadas em suas perninhas, sorrindo para a câmera.

Fight Or Flight | Rinney.Onde histórias criam vida. Descubra agora