Doce que explode na boca.

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Robin mal acreditava nas perguntas bestas de Finn sobre o Brasil e como lá se parecia, suas explicações não foram muito efetivas, então teve que apelar para fotos e textos da Internet dizendo como é o país, ele parecia encantado, ele apontava para as fotos e perguntava quem eram as pessoas dali, disse ser sua família, que quando era do Brasil, ele tinha um grupo de amigos que andavam de skate e se viam frequentemente para andar em qualquer horário do dia, até de madrugada, Robin explicou para o outro sobre como lá seus amigos eram tipo amigos de infância, que infelizmente tiveram que ser deixados no Brasil por conta da mudança, Blake prestava atenção e perguntava sobre como era ter uma vida lá, e se demonstrou feliz quando ele disse que apesar das dificuldades, eles tinham uma vida boa, apesar das fugidas que dava em sua mãe de madrugada. Tinha milhares de fotos, tinha fotos de sua mãe, de seu tio e tia, de seu pai de quando Robin ainda era um bebê, todas com algumas características do seu antigo país, ele sentia falta do país, ainda mais de seus familiares que moravam lá. Quando acabaram de fazer aquela redação, foi avisado para os alunos que aquela turma não teria mais aulas, pelos professores terem faltado e os substitutos estarem em aula, Finn estranhou o fato de que aquilo parecia muito suspeito, mas Arellano parecia aliviado, ele odiava a escola e tudo que o envolvia por ele querer ser alguém completamente diferente do que a escola o propunha, ser alguém de negócios não era a praia dele e sinceramente? Ser artista era muito melhor do que ser o tal riquinho talentoso dos números. Finn e Robin se arrastaram para fora da escola, era ainda de manhã e sinceramente?? Tinham muita coisa pra fazer até a hora de ir embora.

— Estranho… eles não costumam liberar os alunos cedo. — Falou, se perguntando o porquê eles estavam saindo de lá quase metade do dia.

— Devem estar com alguns problemas, mas eu to pouco me ferrando, melhor pra mim! — Riu, enquanto Finn negava com a própria cabeça pelo comentário de Robin. Eles se empurravam pelo corredor vazio e riam de suas próprias piadas, eles se conheciam a tão pouco tempo e nem se importavam de se mostrarem um para o outro, seus olhos brilhavam e suas palavras saiam sem nem ao menos eles pensarem, era difícil ter momentos como aquele no dia, e aparentemente, Robin queria ter aquela sensação pra sempre. Jurava que naquela altura do campeonato, se por um momento ele perdesse o outro para o tempo, tinha certeza que iria enlouquecer, não que fosse muito de expressar seus sentimentos reais, mas com ele, poderia falar tudo sem se preocupar se no final do dia iria se arrepender. 

— Ei, você pode comer doce?

— Claro, mas é muito raro, porque a pergunta?

—... Quer ir na loja de conveniência comprar doce?? — Os olhos de Finn brilharam com a pergunta, ele concordou com rapidez, Robin riu enquanto o indicava o caminho, aparentemente ele gostava bastante de doces, ele achou aquilo adorável. — Então vamos comprar.

— Mas… eu não tenho dinheiro.

— Quem disse que você vai pagar?? Eu pago, agora passa! — Ele disse, rindo da reação do mesmo ao andar ao seu lado. Os dois então estavam em silêncio, para Finney, o silêncio era desconfortável na maioria das vezes é bem, naquele exato momento, nunca se sentirá tão confortável com uma pessoa como estava se sentindo com Robin, ele não sabia muito bem o que sentir naquelas horas, suas mãos, que geralmente tremiam de nervosismo o tempo todo, estavam tranquilas afundadas em seu bolso, a dor que sentia em seus pés era substituída pela vontade imensa de andar pela cidade inteira só para ouvir Arellano falar sobre sua antiga moradia. Quando finalmente chegaram na loja de conveniência, Robin tirou dez dólares do bolso, cantarolando alguma música pop até o corredor de doces, pegando algumas embalagens coloridas que sinceramente? Não tinha a menor ideia do que era, o que o fez estar mais livre para perambular pela loja, ele andou observando cada salgadinho que sempre quis provar, tinha biscoito de requeijão, presunto, churrascos e vários outros sabores que mal conhecia, consequentemente achando uma coisa muito peculiar. Lá estava Vance Hopper, jogando na famosa máquina de Caça-níquel do local, ele parecia concentrado enquanto Bruce falava muitas coisas ao seu lado, e bem, deu pra ouvir.

Fight Or Flight | Rinney.Onde histórias criam vida. Descubra agora