Capitulo 01

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(S/n)

Uma semana se passou desde aquele encontro com a morte. Desde então eu fico paranóico, com a sensação de que algo me observa, mas não tem nada. Em mais um dia, Eu acordei bem cedo para começar a trabalhar. Eu trabalho em uma padaria, que era dos meus pais, mas agora o negócio ficou para mim. Não é algo fácil, mas eu peguei o jeito.

— Tchau, volte sempre! — Eu digo, entregando um saco de pão a um senhor, que se virou e foi embora.

Depois de um longo dia, eu decidi ir até o bar tomar alguma coisa.

— Me dê uma dose de Whisky por favor! —  eu disse ao cara do bar.

Enquanto estava apreciando o sabor forte do whisky, senti a presença de alguém, que se sentou do meu lado. Ao olhar no espelho a minha frente, vejo o mesmo lobo branco alto de antes. Meu coração gelou. Eu tentei levantar fingindo que não o vi.

Aonde vai S/n? Não vai dar nem um oi?

- O que você quer? — Eu me viro, dando um suspiro irritado.

O que mais a Morte iria querer?

— Eu não vou te entregar a minha alma! Eu decidi me cuidar e não fazer aquilo.

Sei disso! Mas você ainda é emocionalmente estável, você pode mudar de ideia!

- Eu não vou, vê se me deixa em paz!

Sabe que eu sempre estarei lá não é?

- O que eu tenho que fazer para que você me deixe em paz?

Eu quero que Você lute comigo. — Ele coloca uma espada preta com detalhes laranjas em cima do balcão. — Se ganhar, eu vou embora, mas se perder, diga adeus a esse mundo.

-  Não, eu não vou lutar com você! Eu nem sei usar isso.

É Claro que sabe! Você aprendeu a lutar esgrima aos dose anos com o seu pai, e aos dezessete, lutou com espadas reais.

O meu coração gelou. Ele sabia um dos meus segredos mais profundos.

— Adeus, morte!

O que foi garotinho, está com medo? Ele zomba. — Eu adoro o cheiro de medo! - ele me encara com aqueles olhos vermelhos demoniacos.

— Argh, vê se me deixa em paz!

Pode ir, Nos veremos muito em breve... S/n...

Eu saio furioso do bar. Eu estava ficando maluco por causa desse lobo, ele não me deixava em paz. Eu não vou lutar com ele. Se eu perder, eu vou perder a minha vida, e tudo que eu tenho. Não posso arriscar.

Depois de algumas horas estava de noite. Uma vez por ano, nesse exato dia, eu vou ao Cemitério. Hoje é o dia em que eu decidi colocar flores nos túmulos dos meus pais. Eu passei na banquinha de flores e comprei um buquê de margaridas, e um buquê de Rosas brancas.

Passei pelos portões do cemitério. Havia uma baixa névoa que cobria parte das lápides no local. Depois de uma pequena caminhada, cheguei nos túmulos dos meus pais, um do lado do outro.

— Aqui Estás Maria Bakels, e Raimundo Porter Bakels.

Eu coloquei as flores em cima dos túmulos e fiquei de joelhos.

— Se vocês soubessem o quão eu sinto a falta de vocês! Eu sinto muito pai...

Desculpas não vão trazer eles de volta, sabe disso não é?

Eu arregalo os olhos em surpresa. Ele me achou. Nem aqui eu tenho paz.

- Dá pra me deixar em paz?

Eu gostaria, mas eu tenho uma alma pra levar, então, se puder acelerar para poupar o meu tempo, eu agradeço!

- Como é que você pode fazer isso? Eu já disse que não quero morrer, e você nem respeita o meu momento de luto!

Querido, eles já Morreram, ficar de luto não vai resolver nada. Eles morreram faz meses. Aliás, você guarda dentro de você um sentimento muito forte de culpa.

— Como sabe disso?

Eu tenho que dizer de novo?

— Já sei, você é a morte!

Nua e crua! E consigo saber seus segredos mais obscuros através do seu medo! Então o que me diz, vai lutar comigo para se salvar, ou vai querer que eu fique te seguindo para lá e para cá? Confesso que estou cansado de brincar de Gato e rato.

Eu paro e penso um pouco. Era uma oferta arriscada, mas eu não podia ficar com isso para sempre.

- Está bem morte, me enfrente se for capaz.

É Assim que se fala S/n! — Ele me entrega a mesma espada de antes.

Sua Alma e Meu Coração (Morte x Leitor)Onde histórias criam vida. Descubra agora