oi, Jisung

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— Minho.

— Oi, Jisung.

Os garotos se encontraram em uma cafeteria que não fecha até tarde. Nenhum dos dois estava realmente com fome, Minho pensou em Han ter o chamado apenas para conversar. Errado não estava, afinal, Jisung precisava falar algo a Minho.

Jisung, com a mente confusa, desencadeou um turbilhão de pensamentos sobre o Lee. O simples ato de pronunciar seu nome sem intenção agora o deixava em busca de palavras para preencher o vazio na conversa.

Por outro lado, o mais velho estava visivelmente aflito. Suas bochechas coradas, nariz vermelho por ter enfrentado a chuva sem guarda-chuva, e a ansiedade palpável.

A curiosidade também o consumia: por que Jisung o chamara para uma cafeteria se não trocariam uma única palavra?

— Você ainda gosta de mim, hyung?

A pergunta direta de Jisung atingiu Minho em um lugar sensível, e suas palavras revelaram a complexidade de seus sentimentos. Minho confessou seu tempo longo de admiração por Jisung, expressando a dor de vê-lo reconhecendo seus sentimentos tão tardiamente.

— Eu não acredito que você está perguntando isso — Minho falou baixo e abaixou a cabeça rindo sem graça. — Jisung, eu nem sei quando eu comecei a gostar de você. Faz tanto, mais tanto tempo que eu te admiro, te vejo como algo a mais para mim, e ver que hoje você finalmente sabe que eu existo não parece tão bom quanto eu imaginei, dói muito. Você é um garoto ridículo, mas ao mesmo tempo, eu me apaixono por você cada vez mais. Então só diz logo por que você me chamou para te encontrar, se for para me afastar ou dizer que tá tudo bem, fala agora.

Cada palavra de Minho tocou Jisung. Tocou em um lugar extremamente sensível, o seu coração.

Desde o dia em que se beijaram, o mais novo havia sentido algo. Não só aquele desejo incontrolável que tinha sobre o Lee, mas sim outra coisa.

No mesmo dia, Han chegou em casa e em seguida se jogou em sua cama. O mesmo só pensava no que havia feito, e pensava no que a garota que queria tanto beijar realmente era.

Lee Minho.

Eram a mesma pessoa. Lee Min, Lee Minho ou então apenas "garota bonita" eram a mesma pessoa, e Han simplesmente não se importou, apenas ignorou a frase que vem dizendo desde a sua pre-adolescência: Eu sou hétero. Gosto apenas de garotas.

Lee Minho era um garoto e Jisung não se importou com isso. Era apenas um detalhe.

— Tá bom, vamos lá. Eu estou confuso pra caralho sobre mim mesmo, estou confuso pra caralho sobre meus sentimentos e sobre o que eu sou. Minho, me perdoe se eu estiver completamente errado no que eu estou falando agora, mas eu acho que eu sinto algo por você. Não tipo, eu literalmente caguei para o que eu dizia ser e te beijei. É óbvio que eu não quero falar que gosto de você, até porque seria meio ridículo eu ter certeza de que gosto de você sendo que nem te conheço direito. Só quero falar que sinto algo diferente quando você tá perto, algo bom e ruim ao mesmo tempo.

Um pequeno sorriso se abriu e uma lágrima rolou pelo rosto do mais velho. Talvez estivesse triste, talvez estivesse feliz, talvez estivesse ansioso, quem se importa? Han Jisung estava em sua frente confessando algo que para o Minho era algo impossível de sair de sua boca.

— Você tá dizendo que acha que sente o mesmo por mim?

— Eu acho, Minho. Você pode me dar um tempo para ter certeza de que realmente é isso?

Jisung estava falando sério, algo raro de acontecer. Mas ele ainda estava confuso, muito confuso.

De repente, o coraçãozinho mole de Minho se encheu de esperança, palpitando alto e fazendo aquele amor incontrolável que sentia corroendo cada partezinha de seu corpo e subindo até sua face, fazendo o garoto abrir um sorriso genuíno, que fez todo aquele sentimentro transbordar.

Esse era o efeito que Jisung causava em si.

— Eu posso te dar um tempo sim. E inclusive, eu preciso ir para casa. Já tá tarde.

— Tá bom. Eu vou com você.

— Pra quê?

— Pra descobrir onde você mora, imbecil. Assim vou poder te visitar sem você saber.

Minho riu do que Jisung havia acabado de falar, se levantou e saiu, pouco antes do Han pagar e começar a andar de mãos dadas com o Lee.

O tempo que levaram para chegar na casa do loiro pareceu muito pouco, talvez por finalmente estarem se divertindo na chuva juntos, e tudo que é bom dura pouco.

Logo depois Han foi direto a sua casa — percebendo que não era tão longe da de Minho — chegou e entrou, tirando a camisa e se jogando em sua cama.

Os dois tiveram uma boa noite de sono.

oi, vamos ficar? - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora