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🏹 - amber walsh's point of view

Volta aqui, Maite! ─ gritei com a minha irmã mais nova, após a mesma fechar bruscamente a porta do carro e adentrar em casa feito um furacão.

Foi então que ela parou no meio das escadas, refazendo o seu caminho de volta para a sala; é perceptível que ela não queria, mas mesmo que tenha seus problemas, Maite sempre foi uma garota obediente.

Suspirei fundo procurando por toda a paciência que ainda me restava, preciso ser compreensível e entender o momento difícil pelo qual minha irmã está passando.

Faz uma semana desde que Maite completou os seus 18 anos, a cada minuto desse dia tão especial, ela esperava por uma única mensagem de sua progenitora lhe parabenizando, foi dormir às cinco horas da manhã achando que a Internet da sua mãe poderia ter simplesmente ficado ruim, até realmente cair a sua ficha de que a mulher havia se esquecido ou que simplesmente não se importava o suficiente para fazer uma ligação.

Eu entendo melhor do que ninguém essa dor, foram anos com o mesmo sentimento de frustração, acontece que isso não pode ser uma justificativa para um erro tão grave, e é minha obrigação como irmã mais velha a corrigir.

─ Senta aqui, Maite. Você vai parar de agir feito uma criancinha e nós vamos ter uma conversa séria. ─ mandei e a mesma obedeceu.

─ Olha, me desculpa, tá? Eu sei que errei, mas será que dá pra gente conversar uma outra hora? Não estou com paciência pra ouvir sermão. ─ ela pediu, a repreendir com um olhar que ela sabia muito bem que significa: cale-se!

─ Maite, eu entendo perfeitamente que você está triste pela Cristina não ter se lembrado do seu aniversário. ─ Disse referente à nossa mãe, é assim que eu a chamo. ─ Eu já passei por isso diversas vezes, sei como dói. Mas isso não é uma justificativa para o que você fez. Será que consegue entender a gravidade da sua ação?

A única resposta da garota foi uma cabeça baixa, conheço bem a minha irmã para saber que estava envergonhada por estar naquela situação.

─ Dirigir bêbada não é brincadeira, não é rebeldia, é crime. Você poderia ter se acidentado, ou Deus livre e guarde, até morrido. Não só você, outras pessoas também. Isso é completamente sério! ─ expliquei a gravidade da situação, não entrava na minha cabeça como ela pôde ter feito algo assim.

─ Me desculpa... ─ A voz saiu quase que um fiapo, os olhos marejados faziam o meu coração amolecer, mas não há o que ser feito, Maitê precisa aprender as consequências do seu ato.

─ Você não vai sequer tocar naquele carro até que eu diga o contrário, a partir de agora é casa, faculdade, faculdade e casa. ─ disse seriamente, sem espaço para relutância. ─ E pode esquecer a viagem para New York.

Os olhos dela se arregalaram, ela estava planejando essa viagem a uma ano, já estava tudo organizado com suas amigas para que daqui há um mês elas viajassem. Não me sinto feliz por isso, mas é o que tem que ser feito.

─ Certo. ─ Maite concordou. ─ Me desculpa, por favor... Não quero que a pessoa em quem eu mais confio fique chateada comigo.

Ela pediu, a puxei para um abraço, não queria que ela pensasse que ela estava brava, apenas que ela soubesse que eu me importo com ela o suficiente para puni-la quando for necessário.

─ Eu te amo, maninha! ─ sussurrei, a apertando com ainda mais força.

Logo o meu celular vibrou, quando eu o peguei para ver do que se tratava, vi a mensagem da minha amiga: "Amber, você já está pronta? Eu já estou terminando o expediente, vou lhe mandar o endereço do local. Beijos!!"

─ É a Jade, tínhamos combinado de sair hoje... ─ resmunguei baixinho já se pensando no tanto que irei ouvir da minha melhor amiga quando desmarcar o encontro que combinamos.

─ Você pode ir, eu estou bem. ─ Maite afirmou, a encarei com um olhar desconfiado. ─ É sério, Amber. Eu prometo que não vou desobedecer o que você falou, além do mais, você já está toda arrumada. E a Jade vai falar horrores se você não for.

─ É, ela vai... ─ sussurrei pensando no que fazer, por mais que minha vontade fosse ficar em casa, eu não vou desmarcar com minha amiga. ─ Tudo bem, eu vou.

Me levantei pegando minha bolsa, me aproximei do sofá onde Maite estava sentada e depositei um beijo em sua testa.

─ Se cuida, qualquer coisa me liga! ─ orientou e ela concordou.

Logo liguei o celular chamando por um carro de aplicativo, não quero dirigir, afinal estou indo para uma balada e hoje eu quero beber muito, obviamente não irei cometer o mesmo erro que acabei de reclamar com minha irmã.

Mandei uma mensagem para Jade, avisando que já estou saindo de casa, a mesma respondeu que estava saindo do trabalho agora e iria direto me encontrar.

Assim que o motorista chegou, adentrei o carro, o cumprimentando com um gentil "boa noite". Era por volta das oito horas da noite, as ruas estavam cheias, afinal era sexta-feira, todos procuravam por descanso e diversão.

Não demorou mais que trinta minutos para que o carro estacionasse em frente à balada escolhida por Jade, agradeci ao motorista e desci do veículo. Peguei novamente o seu celular vendo se a minha amiga havia me mandado mais alguma mensagem, porém não recebi nada.

Já dentro da balada, me sentei na cadeira que ficava separada da área do bar pelo grande balcão, chamei pelo barmem que logo virou para me atender.

─ Tequila pura, por favor. ─ pedi gentilmente.

─ Tequila pura, sério? Você vai se arrepender de manhã. ─ o barmen disse simpático ao servir a bebida em seu copo.

─ Eu sempre me arrependo de manhã. ─ brinquei recebendo uma gargalhada do rapaz que logo voltou a servir as outras pessoas.

Enquanto Jade não chegava, pedi mais um drink, depois outro e entre várias short's fui me sentindo mais animada e soltinha com o poder do álcool.

Eu estava tão entretida em beber e dançar que só percebi que a minha amiga ainda não havia aparecido, quando já passava de uma hora e meia desde que cheguei ao local.

Andei até um lugar menos movimentado, próximo aos banheiros, e liguei o seu celular, mas não havia nenhuma mensagem da morena.

Eu simplesmente não conseguia acreditar que depois de passar o mês inteiro tentando me convencer à sair, quando eu finalmente dei o braço a torcer, Jade resolveu me dar um bolo.

Eu realmente espera que ela tenha uma excelente desculpa para dar, pois quando eu a encontrar, posso ser capaz de arrancar todos os seus fios de cabelo.

Agora não sabia o que fazer, eu devo ir para casa ou continuar bebendo? Bom, se eu já estou aqui, não custa nada curtir.

Me sentou e pedi mais um drink, hoje será apenas eu e minha tequila. Eu até fui convidada por alguns caras para dançar, mas nenhum chamou a minha atenção e então, todos ganharam um educado e sorridente "não".

Foi então que o vi... Ele estava na área VIP da balada, seus olhos estavam fixos em minha direção. Eu não sei se é o efeito da bebida ou se de fato Jude Bellingham, jogador do Borussia Dortmund, estava me olhando com um sorrindo de canto de boca que me deixou fraca só de ver.

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𝐌𝐄𝐀𝐍𝐓 𝐓𝐎 𝐁𝐄 ━ 𝗃𝗎𝖽𝖾 𝖻𝖾𝗅𝗅𝗂𝗇𝗀𝗁𝖺𝗆.Onde histórias criam vida. Descubra agora