Olá, pessoal!!! Antes de tudo, queria dizer que essa fanfic saiu de um delírio meu e de uma amiga, a agustsky_, nós amamos de paixão esse tipo de plot, o ship mais ainda, e resolvemos tirar as ideias da cachola e passar para o papel. Também peço a paciência de vocês já que é a minha primeira longfic. Essa fanfic é +18, então algumas cenas de violência explícita e outras coisas vão estar presentes aqui. E eu acabei reescrevendo o que já tinha postado.
Tenham uma boa leitura!!!~~~~~
PRÓLOGO
Mirio Togata não sabia como ainda estava vivo.
O ferimento em seu flanco esquerdo ardia como fogo, a carne rasgada pelo ferro de uma espada.
Cada respiração era um esforço, um lembrete da proximidade da morte.
Por quanto tempo ficou ali? Horas? Dias?
A maior parte do tempo, ele não sabia o que era sonho e o que era realidade.
Ouviu vozes distantes, um sussurro cantarolando uma melodia antiga, algo suave e abafado pela dor. Cavalos relinchando ao longe. Gritos de homens caindo ao seu redor. E o cheiro de sangue, impregnado no ar.
Então, ele despertou.
Seu peito subia e descia, o ar entrando com dificuldade em seus pulmões. O calor da febre ainda colava sua pele ao colchão fino, enquanto seus olhos, pesados, tentavam se ajustar à luz branda da sala.
Foi quando o viu.
O cabelo escuro refletia tons azulados sob a chama da lamparina. A pele bronzeada possuía viço, mas o que chamou sua atenção foram as pequenas sardas espalhadas ao redor do nariz e os olhos azuis que cintilavam como as estrelas.
Seu cheiro era inconfundível.
Ômega.
Mirio sentiu um impulso súbito de erguer a mão, tocá-lo, confirmar que não era apenas mais um delírio da febre. Mas assim que tentou se mover, a dor o atingiu em cheio, arrancando um grunhido rouco de sua garganta.
— Fique deitado — o pedido veio firme, mas sem agressividade.
O ômega pressionou a mão contra o peito do alfa, mantendo-o no lugar.
Mirio apertou os olhos, sentindo a cabeça girar.
— Qual o seu nome? — Sua voz saiu áspera, como se tivesse engolido cinzas.
O jovem não respondeu de imediato. Continuou cobrindo seu abdômen com uma faixa de pano, aplicando ervas entre as camadas, os dedos ágeis e experientes no que faziam.
— Está acordado? — perguntou, como se a questão de Mirio não tivesse importância.
O alfa forçou a respiração, tentando ignorar a dor que latejava em seu corpo.— Onde... — ele engoliu seco, as palavras arranhando para sair — onde eu estou? — Lembrava-se apenas do impacto da lâmina, da sensação de cair, dos companheiros o arrastando pelo chão lamacento antes de a consciência o abandonar. — Não me disse o seu nome.
O ômega finalizou o curativo e afastou-se, limpando as mãos em um pedaço de tecido gasto.
— Perdeu muito sangue, senhor. É melhor descansar.
O toque cessou.
A forma como o ômega falava, a voz melodiosa, mas sem hesitação, incomodava Mirio mais do que ele gostaria. Havia algo nele que não combinava com os outros curandeiros que já conhecera. Alguém que não pertencia àquele lugar.
Antes que Mirio pudesse insistir, ouviu passos leves ecoando pelo ambiente.
Uma mulher ruiva entrou na sala, o olhar atento. O ômega virou-se para ela e disse, sem olhar para o alfa novamente:
— Eu volto pela manhã. Cuide dos outros.
A garota assentiu.Mirio observou ele se afastar, os passos seguros, a postura ereta. Então o ômega desapareceu pela porta.
O alfa sentiu a visão embaçar por um instante. A dor e o cansaço pesavam sobre ele, e só então percebeu onde estava.
O cheiro de remédios e sangue seco tomava o ar. Havia outras camas, outros corpos feridos. Homens moribundos, murmurando sons desconexos, alguns silenciosos demais.
Uma enfermaria.
O frio do inverno infiltrava-se pelas janelas e portas entreabertas, congelando-lhe os ossos. Ele se afundou um pouco mais no colchão, respirando devagar.
Talvez ainda estivesse alucinando.
Talvez aquela voz cantando ao longe fosse apenas um eco da sua mente perturbada.
Mas ele se lembraria do cheiro. Da voz.
E, de algum jeito, sabia que voltaria a vê-lo.
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Esse prólogo é bem curto mesmo, só pra dar início a história. Em breve eu vou postar o primeiro capítulo. Muito obrigada a você que chegou até aqui. Espero que tenha gostado.
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Favo de Mel | miritama
FanfictionEm uma terra gélida, onde os lobos andavam entre os homens, Mirio Togata nunca quis riquezas para si, posses ou fama, muito menos ocupar o lugar de seu irmão mais velho como futuro líder, mas o inverno do Reino do Norte provaria ao alfa que seu dest...