Part 9 - Procê

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Meredith POV

O calor repentino em minha pele fez com que eu acordasse. Tentei abrir os olhos, mas a claridade me impediu me fazendo desistir do ato e continuar com os olhos fechados. Aos poucos passei a ter consciência do meu corpo, sentindo o mesmo ser abraçado por algo. E então o aroma de Addison invadiu minhas narinas, o que me levou a mais uma tentativa de abrir os olhos, conseguindo dessa vez.

A primeira coisa que vi foi o pescoço da ruiva, eu estava com a cabeça sobre seu ombro e meu braço esquerdo sobre seu abdômen. Elevei a cabeça e tive a visão completa de seu rosto: olhos fechados, lábios inchados e o cabelo bagunçado ao redor de sua cabeça. Suspirei. Dieu.

Após alguns segundos contemplando a vista, decidi levantar. Sai de cima dela lentamente, fazendo esforço para não acordá-la. Sai do quarto a passos lentos, cuidando para não tropeçar pelo caminho. Desci as escadas em busca de seus pais, os achei na cozinha. O padrasto de Addison estava sentado tomando café e lendo o jornal, enquanto sua esposa fazia algo no fogão.

- Bom dia. - Falei e ambos me olharam sorrindo.

- Bom dia, minha filha. — A mulher falou. - Sente-se, estou fazendo ocafé. Cadê a Addison?

- Dormindo igual uma pedra, acabamos dormindo tarde ontem. Trabalho...

- Parece eu quando era mais jovem. — Thomas disse, bebendo - de sua xícara. — Um dia ela se aquieta, quando tiver uma família, talvez...

- Quando tiver filhos. - A mãe de Addison completou.

- Quem vai ter filhos? — Uma Addison de cara amassada apareceu na cozinha. Sorri ao vê-la, era incrível como ela era linda em todos os momentos. — Bom dia. Falou diretamente para mim, sentando-se ao meu lado.

- Bonjour.

- Você, já está na hora de me dar netos. — A mãe dela falava enquanto colocava dois pratos em nossa frente. O meu com omelete e o de Addison com uma torrada.

- Eu não vou ter filhos agora, já disse.

- E quando? — O homem perguntou.

- Quando eu decidir que é a hora... Vamos mudar de assunto, cadê o resto do povo?

- Chegam daqui uma hora.

— Ok. — Ela respondeu e focou em seu prato.

- Você viu se eu terminei de fazer as planilhas ontem? Eu acabei dormindo e não lembro. — perguntei.

— Sim. — Ela comeu um pedaço da sua torrada. - Faltou só algumas coisas, mas isso eu posso terminar hoje.

- Eu posso terminar.

- Não, você já ajudou bastante. Obrigada.

- Obrigada nada, eu vou cobrar por isso. — Brinquei.

- Ah é? Tô te devendo quanto?

- Eu não disse que seria com dinheiro o pagamento. - Ergui as sobrancelhas para ela.

- Para de ser besta. — Falou, dando um tapa em meu braço.

– É sério, vou querer o pagamento em comida. Você cozinha bem. Claro que cozinha, é o seu trabalho, mas enfim, eu quero comida.

- Ok, quando voltarmos eu cozinho o que você quiser. Inclusive aquele doce que você amou.

- Eba! — Comemorei, arrancando uma risada dela.

- Eu preciso fazer um estoque de leite ninho lá em casa procê.

- Procê - repeti, dando uma garfada no omelete.

𝙰𝚌𝚘𝚖𝚙𝚊𝚗𝚑𝚊𝚗𝚝𝚎 - 𝐌𝐞𝐝𝐝𝐢𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora