Capítulo 4

676 70 23
                                    

Olha eu aqui de novo. Texto em itálico corresponde a coisas que aconteceram no passado 

Khun Sam Pov

Tive uma noite de insônia, regada a pequenos cochilos, meus pensamentos estavam a mil por hora, pensava em tudo que estava acontecendo, pensava nela. Nos últimos quatros anos, desenvolvi muitas das minhas habilidades, uma delas era estar sempre alerta e pude sentir, pelos passos, todas as vezes que a minha irmã esteve no meu quarto. Eu compreendo essa necessidade de confirmação de que não está sonhando ao reencontrar com uma pessoa que estava supostamente morta, então não me surpreendi com ela parada durante vários minutos na porta do quarto me observando, como se eu fosse um delírio do seu cérebro.

Quando amanheceu fui tomar uma ducha. Liguei o chuveiro, deixei a água quente escorrer por meu corpo e levar os meus pensamentos inquietantes com ela, meu corpo possuía diversas cicatrizes, nos ombros, abdômen e nos braços, algumas causadas pela queda do avião e outras feitas por incidentes com facas, armas de fogo, por aí vai. Sai do banheiro, retornei ao quarto, entrei no meu antigo closet, separei uma muda de roupa para usar e comecei a me vestir. Quando eu já estava com a calça, sutiã e prestes a colocar a camiseta, me surpreendi com Khun Nueng entrando pela porta. Ela parou e ficou olhando as minhas cicatrizes completamente em choque.

—Muito feio? (Eu perguntei baixinho com um sorriso fraco, enquanto terminava de vestir a camiseta)

—De forma nenhuma Tualek, eu só não imaginava que o acidente tivesse deixado tantas marcas no seu corpo. (Nueng disse com uma nota de pesar na voz)

—Relaxa, em pouco tempo você se acostuma, se olhar por outro ângulo, eu pareço mais durona e sexy com elas. (Eu disse dando uma leve risada, seguida de uma piscadela para ela)

—Tudo bem, vamos tomar café, tem uma pessoa lá embaixo doida para te ver.

Minha irmã falou sorrindo, pegou a minha mão e nos levou até a sala de jantar. Eu abri um grande sorriso ao ver o nosso primo Kirk, um homem na casa dos seus quarenta e poucos anos, de altura mediana, sentado à mesa conversando com a jovem Nueng.

—Primo! (Eu exclamei sorridente)

—Sam! (Ele se levantou rapidamente para me abraçar)

—Senti sua falta, Kirk! (Eu falei devolvendo o abraço apertado)

—Quando sua irmã me ligou para contar, eu não pude acreditar, fiquei realmente chocado. Eu precisava te ver pessoalmente para acreditar, é um verdadeiro milagre. (Meu primo falava, enquanto segurava as minhas mãos e as apertava um pouco, parecia buscar uma comprovação que eu estava realmente ali, em seguida todos nós sentamos à mesa)

—Sam, sua irmã e eu queremos marcar com a imprensa lá na empresa e também comunicar nas redes sociais o seu retorno. (Meu primo explicou)

—Se vocês quiserem assim, tudo bem, mas não tem que ser na empresa. (Eu falei confusa)

—Khun Samanun, eu e Kirk discutimos bastante o assunto e queremos anunciar que você estará assumindo o comando da filial de Bangkok. (Nueng falava séria)

—Quê?! Ficou maluca Nueng, eu não vou assumir o comando de nada. Eu nem concluí a faculdade, ainda estava tendo aulas na época do acidente. (Neguei com bastante convicção, eu estava completamente chocada com a proposta)

—Tualek, vai ser um processo com diversas etapas, não é necessário ter concluído a graduação para cuidar de alguns assuntos burocráticos, além disso, eu e Kirk, vamos te auxiliar. (Minha irmã insistia)

—Nueng, eu não posso fazer isso. Você não lembra o quanto eu costumava ser irresponsável? (Eu continuava negando aquela ideia absurda)

—Você mesmo disse Sam, era irresponsável, isso ficou no passado. Eu sei que você pode cuidar muito bem de uma parte dos negócios da família, não espero que você apareça amanhã fechando grandes contratos, isso vai acontecer com o tempo. Pelo menos pensa na proposta irmã. (Khun Nueng me pedia aquilo, olhando nos meus olhos e segurando as minhas mãos)

Novo Eu | Versão MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora