Capítulo 2

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Com vocês, Khun Phom.

Sam Pov

Eu peguei Tia Mhee no colo e a coloquei deitada no sofá que estava ali mesmo na recepção, antes de poder buscar um pouco de água para senhora desmaiada, me assustei com a porta da sala da presidência sendo aberta bruscamente.

—Tia Mhee, eu ouvi um barulho, está tudo bem... Quem é você, o que você fez com ela? (Escutei a voz de uma mulher assustada, perguntando atrás de mim)

Eu lentamente me virei em direção a recém chegada e esperei a sua reação.

—Tualek? Sam! (Escutei ela falar e repetir tentando convencer a si mesma do que estava vendo, passado o período de choque e descrença, ela correu até mim e me apertou nos seus braços fortes)

—Oi Nueng, senti saudades. (Falei, enquanto retribuía o abraço caloroso da minha irmã)

—Você tem alguma ideia de como eu senti saudades? O que houve Tualek, como é possível? (Ela perguntava confusa se afastando de mim, parecia não acreditar no que via, eu bem ali na sua frente)

—Nueng, respira, ok? Irei te explicar o que houve, mas antes temos que ajudar Tia Mhee, ela desmaiou ao me ver. (Cortei a fala dela, falando baixo e calmamente).

Minha irmã assentiu e foi buscar a água no bebedouro próximo, ainda confusa. Sentei-me na beira do sofá, ao lado da senhora desacordada e comecei a sacudir suavemente o seu rosto.

—Tia Mhee, vamos acordando. (Eu falava com a mulher, enquanto minha irmã sentava ao meu lado com o copo de água, que eu havia pedido)

—Khun Sam é você mesmo?! (Perguntava a mulher, abrindo seus olhos lentamente)

—Sou eu, Tia Mhee. (Eu falava calma, sorrindo levemente, enquanto ajudava a senhora a se sentar no sofá e lhe entregava o copo com água)

—Eu morri e estou na vida pós-morte, por isso estou te vendo e falando com você. (A mulher falava completamente desacreditada me olhando)

—Hahahaha, você não morreu, Tia Mhee. (Dei leves risadas, enquanto assistia a pobre mulher, que eu acreditava estar ainda mais branca que o normal)

—Tualek, você pode me explicar o que houve? Nós acompanhamos a investigação, você sofreu um acidente, seu avião caiu Sam e atestaram sua morte, como é possível?! (Khun Nueng falava ofegante e nervosa, ainda sem acreditar que eu estava realmente ao seu lado)

—Eu realmente sofri aquele acidente, o avião caiu mas eu não morri, acordei algumas horas depois, numa praia um pouco afastada e fiquei por ali até ser encontrada por um morador local. (Eu falei para as duas pessoas que me olhavam apreensivas)

—Você ficou quatro anos sozinha nessa ilha, Lady Sam? (Tia Mhee perguntou chocada)

—Não, eu fui resgatada após dois ou três meses, era difícil mensurar o tempo naquele local, desconhecido para mim. A casa da pescadora que me resgatou, ficava localizada numa pequena vila próxima a ilha... (Eu explicava calmamente, antes de ter o meu relato interrompido)

—E se você estava perdida, por que não voltou antes, Khun Samanun? Todo mundo sofreu demais, nós choramos a sua morte! (Nueng falava nervosa, ela estava um pouco vermelha, era possível ver a veia do seu pescoço um pouco saltada, demonstrando sua ansiedade)

—Não voltei antes, porque eu tinha perdido a memória Nueng, só lembrava do meu primeiro nome. Essa mulher me levou para a casa dela, cuidou de mim, me levou ao médico. Eu fui diagnosticada com amnésia dissociativa, o médico me falou que esse tipo de perda de memória foi causada pelo trauma e estresse do acidente, era uma condição podia ser temporária ou durar a minha vida inteira. Essa mulher cuidou de mim, assim que consegui me lembrar de quem eu era, rapidamente voltei para a Tailândia. Eu cheguei aqui já tem um mês, mas não tive coragem de aparecer antes, me desculpe. (Eu terminava de explicar, cabisbaixa)

Novo Eu | Versão MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora