Juste la famille

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1994

E, ao ver meu padrinho sumindo em meio às nuvens do céu noturno, sei que minha única família restante, se foi, e novamente estou sozinho e sem esperança de ter alguém para cuidar de mim.

Isso é mais uma forma de tortura que eu faço comigo mesmo, ter esperança de que algum dia eu vou ter alguém que eu possa chamar de família. Sei que agora que meu padrinho foi embora, talvez eu nunca tenha isso, mas por mais que o professor Lupin não queira cumprir esse papel, ele ainda pode me contar histórias sobre meus pais, de vez em quando.

Mas quando o mesmo pediu demissão de Hogwarts, e se despediu de mim, essa única fagulha de esperança, se foi, assim como toda a família que eu já tive.

E assim eu continuei, peguei o expresso de volta para Londres, sabendo que minha única opção restante era voltar para os Dursleys. A viagem até que não foi ruim, Ron e Hermione estiveram comigo durante a mesma, e os Weasley apareciam na cabine uma vez ou outra.

Então, ao desembarcar do trem, pegar minhas malas, e despedir-me de meus amigos, vou em direção a passagem, para poder alcançar a Londres trouxa e assim encontrar tio Valter com sua carranca me esperando, para assim voltarmos para aquele inferno, que ele chama de casa.

Mas antes de atravessar a parede, eu vejo uma figura familiar, que pensei que não veria novamente tão cedo. Em suas vestes velhas e remendadas, seu rosto cheio de cicatrizes e barba por fazer, e apesar de aparentar um grande cansaço, me oferecia um sorriso doce, e um olhar que transmitia tanto sentimento, como esperança.

Caminho em sua direção e quando finalmente chego a seu encontro, sinto uma grande vontade de o abraçar, pois acredito que ele estava lá por mim. Mas antes que eu possa fazer qualquer coisa, sinto ele me puxar para um abraço, meio hesitante. Retribuo o gesto e sinto que ele apertar mais o abraço, quase como não quisesse me deixar ir, mesmo que essa vontade de ir seja inexistente para mim.

— Oi, Harry.- ouço-o dizer quase em um sussurro, como se fosse um sonho.

— Oi, professor.- respondo no mesmo tom, apertando-o em meus braços.

Finalmente soltamos nosso aperto, e nos afastamos, olho para ele e vejo que seus olhos estão brilhando, como se estivesse segurando suas lágrimas, assim como eu.

— Vamos para casa Harry.- disse ele se afastando e se abaixando para pegar meu malão.

— Professor, o senhor vai me levar para os Dursleys?- pergunto triste, porque não quero voltar para lá, enquanto pego a gaiola de Edwirges que estava no chão.

— Não, filhote, nós vamos para casa.

...

Depois daquele dia, minha vida mudou completamente, da melhor maneira possível. Remus se tornou meu padrinho, ou até mais do que isso, mas continuo chamando ele assim. E se me falassem no início daquele ano que meu professor de dcat se tornaria como um pai pra mim, eu riria não cara da pessoa, por causa do meu histórico com os professores dessa matéria.

Mas depois de tudo que vivi nesse ano, Remus se tornou tudo pra mim, ainda temos problemas a serem enfrentados, meus e dele, mas estamos fazendo isso juntos.

Remus cuida de mim, e eu cuido dele, assim como uma família, algo que eu e ele estávamos sem. E bom, um ano se passou, muitas coisas ocorreram, boas e ruins, Sirius se uniu a nós e estamos nos recuperando.

...

12 de agosto de 1995

Estou andando pelos corredores do Largo Grimmauld, entediado. No momento, está ocorrendo mais uma reunião da ordem a qual eu não posso participar, o que eu considero um absurdo, já que nesses últimos anos sempre fui eu que encarei e enfrentei Voldemort, cara a cara.

My little starOnde histórias criam vida. Descubra agora