I CAPÍTULO: "UM ADEUS AO MEU AMOR"

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I CAPÍTULO: "UM ADEUS AO MEU AMOR"

Tão sozinho vagava a minha alma. Distante da verdade caminhava sem destino.

Não era o que eu esperava encontrar, mas mesmo assim não deixei me levar.

Jurava que por mim esperaria, mas quando pela manhã saí, nem ao meu próprio pai para me dar bom dia.

A culpa não era dele, pois fui eu quem escolhi o crime. Abandonando a minha própria família.

Para onde iria agora, se a minha luz foi roubada? Para onde iria agora, se o meu abrigo foi tomado? Para onde iria agora se a minha esperança foi quebrada.

Como um Zé-ninguém buscava por um abrigo, pois não queria acabar como o Fernandes debaixo de uma ponte.

Não queria voltar ao início de todas as coisas, nem para o lugar onde um dia escolhi tirar a minha dignidade.

As minhas mãos por mais que já tivessem cumprido pena, elas ainda estavam banhadas de sangue. Pois ninguém sabe o que acontece por detrás das grades.

Não foram 8 anos de lazer e frescura, foram 8 anos de sobrevivência e vida dura.

Ficar ao lado de pessoas que o quisessem matar, e ter que matar para que não houvesse quem o quisesse me matar.

Comparado aos crimes que cometi fora da prisão, diria que me fora condenado inocentemente. Pois o que tive que fazer enquanto estava preso, nem a mente humana consiguira descrever. Então quanto eu, que assim o tive que viver.

Por causa do crime que cometi, me foi colocado no meio de pessoas perigosos. (E ainda assim achavam que sairia de lá mudado).

Quanta ironia me foi dado naquele lugar, ao invés de me terem levado ao psicólogo, levaram-me aos que só aos crimes sabiam fazer.

E desse modo me foi fácil saber que fora celas e grades a muito que se podia fazer de forma ilícita e obscura.

Ao invés de sair de lá mudado, eu saí de lá estagiado.

Saí com a teoria e a prática, tão como uma criança que aos 12 mais 4 anos de formação, sai de uma escola graduada.

Meu pai sempre quis que me formasse, porém imaginava ele, em que área me formaria. A minha formação não estava virada para educação, mas sim! - Para perversão.

Eu só queria um motivo para não colocar em prática o que me foi ensaiando na prisão. Mas infelizmente o meu motivo fora encontrado no altar sendo entregue para as mãos alheias.

Eu não sei se era o azar ou a força do destino. Se era o motivo ou o meu próprio castigo.

Mas com muita sabedoria decidi ignorar o que os meus olhos viram e ao o ver beijar tal homem, virei-me e fui embora, como quem estivesse desejando "um adeus ao seu amor".

"O Destino Une E Separa. Mas Nenhuma Força É Grande O Suficiente Para Fazer Esquecer Pessoas Que Por Algum Motivo Um Dia Nos Fizeram Felizes."

Eu até fui embora, mas nada e nem ninguém podia garantir que nunca mais voltaria.

MOTIVOS PERVERSOS 2Onde histórias criam vida. Descubra agora