Daichi estava enganado, terrivelmente enganado
Não foi "só um beijo" céus, nunca pensou que poderia se viciar tanto em uma boca como se viciou na de Sugawara
Já fazia cerca de dois meses que o garoto estava na cidade, os seus encontros estavam cada vez mais frequentes, os beijos mais profundosos, mais demorados, e até mais lentos
Nunca conseguia o negar, para ser sincero, nunca nem sequer tentou o negar, a forma como o platinado o encarava nos olhos sorrindo antes de alisar seu queixo e o puxar pela nuca o desarmava completamente, como poderia resistir? Simples, não resistindo
Entretanto, tinham alguns obstáculos
Corrigindo
Muitos obstáculos
Um deles era Gohan, ele estava a cada dia mais desconfiado, seu filho agora sempre andava com ele, voltava com ele do mercado, ainda por cima tinha as fofocas da cidade, chegou uma até ele de que seu filho tinha empurrado o maior em um banco da praça quando achou que ninguém estava olhando e o beijou quase arrancando suas roupas ali mesmo
Gohan era um homem inteligente, sabia bem a educação que seu filho tinha, ele jamais faria algo como aquilo - não na rua - e mesmo sendo um homem de fé, apegado a igreja, não perdeu tempo em o mandar tomar no meio do cu e parar de inventar coisas
Emi também não ficava para trás, a única diferença é que depois de xingar a pessoa com nomes como anelídeo e Soez, ela tinha a liberdade de chegar no filho e perguntar se aquilo tinha acontecido, só acreditaria se aquilo saísse da boca dele, a maioria das vezes a resposta era negativa
Mas os boatos não paravam, era sempre assim, não podia chegar alguém novo naquele muquifo que já virava motivo para notícia
Daichi - não está preocupado com as fofocas? - perguntou, estavam agora no quarto do maior deitados lado a lado na cama, sem fazerem nada, apenas se encontraram na rua e quando viram já estavam ali
Suga - que fofocas?
Daichi - sobre nós dois
Suga - para ser sincero, não, não estou, sabe, meu pai não acredita nessas coisas, e sempre que chega algo até os ouvidos dele ele vem me perguntar, sei que ele acredita em mim, então não vai acreditar em qualquer coisa
Daichi - entendi, vocês parecem ser bem próximos
Suga - e nós somos, ao menos agora, sabe, quando eu era menor eu morria de medo dele - riu com a lembrança - mesmo ele nunca tendo feito nada
Daichi - por que você tinha medo?
Suga - porque eu gosto de garotos, não são todos os pais que aceitam isso numa boa, ele já era da igreja quando se separou da minha mãe, eu sempre soube o que eu sou, e a maioria desse povo tem preconceito até com o ar, eu tinha medo dele não me aceitar e acabar se afastando, então eu quem me afastei dele
Daichi - mas vocês parecem se dar tão bem
Suga - e nos damos, ao menos agora, sabe, eu morava com a minha mãe antes de vir parar aqui, a faculdade não foi o único motivo de eu ter vindo
Daichi - você quer me contar o que aconteceu? - se virou de banda no colchão para poder o encarar, ele fez a mesma ação, segurou sua mão para o passar mais conforto
Suga - sabe quando você tem uma pessoa de segurança? Que você acha que pode contar com tudo que ela nunca vai te julgar? Não vai abandonar e que sempre vai estar ali para ajudar? - o moreno apenas concordou, não achou certo falar, interromperia ele - essa pessoa para mim era a minha mãe, ela sempre me apoiou e isso acabou me insentivando muito, ela me apoiou nos cursos de desenho, me ajudou com as notas no colégio, e eu sempre tentei de tudo para orgulhar ela, mas não foi o suficiente, sabe, as vezes um pequeno erro pode destruir tudo que já foi construído com tanto esforço, quando eu me assumi para ela, pensei que seria tudo tranquilo - uma pequena lágrima escorreu do canto dos seus olhos, Sawamura se apressou em a secar
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essa minha vida é uma aventura
FanficDaichi se sentia a própria Dora aventureira Sendo filho de mãe católica e solteira, tinha que enfrentar problemas com seu sogro que nem sequer sabia que tinha genro Era uma relação já fadada ao descobrimento, mas o que poderia fazer se amava o fil...