2 de 3

318 20 49
                                    


Daichi estava enganado, terrivelmente enganado

Não foi "só um beijo" céus, nunca pensou que poderia se viciar tanto em uma boca como se viciou na de Sugawara

Já fazia cerca de dois meses que o garoto estava na cidade, os seus encontros estavam cada vez mais frequentes, os beijos mais profundosos, mais demorados, e até mais lentos

Nunca conseguia o negar, para ser sincero, nunca nem sequer tentou o negar, a forma como o platinado o encarava nos olhos sorrindo antes de alisar seu queixo e o puxar pela nuca o desarmava completamente, como poderia resistir? Simples, não resistindo

Entretanto, tinham alguns obstáculos

Corrigindo

Muitos obstáculos

Um deles era Gohan, ele estava a cada dia mais desconfiado, seu filho agora sempre andava com ele, voltava com ele do mercado, ainda por cima tinha as fofocas da cidade, chegou uma até ele de que seu filho tinha empurrado o maior em um banco da praça quando achou que ninguém estava olhando e o beijou quase arrancando suas roupas ali mesmo

Gohan era um homem inteligente, sabia bem a educação que seu filho tinha, ele jamais faria algo como aquilo - não na rua - e mesmo sendo um homem de fé, apegado a igreja, não perdeu tempo em o mandar tomar no meio do cu e parar de inventar coisas

Emi também não ficava para trás, a única diferença é que depois de xingar a pessoa com nomes como anelídeo e Soez, ela tinha a liberdade de chegar no filho e perguntar se aquilo tinha acontecido, só acreditaria se aquilo saísse da boca dele, a maioria das vezes a resposta era negativa

Mas os boatos não paravam, era sempre assim, não podia chegar alguém novo naquele muquifo que já virava motivo para notícia

Daichi - não está preocupado com as fofocas? - perguntou, estavam agora no quarto do maior deitados lado a lado na cama, sem fazerem nada, apenas se encontraram na rua e quando viram já estavam ali

Suga - que fofocas?

Daichi - sobre nós dois

Suga - para ser sincero, não, não estou, sabe, meu pai não acredita nessas coisas, e sempre que chega algo até os ouvidos dele ele vem me perguntar, sei que ele acredita em mim, então não vai acreditar em qualquer coisa

Daichi - entendi, vocês parecem ser bem próximos

Suga - e nós somos, ao menos agora, sabe, quando eu era menor eu morria de medo dele - riu com a lembrança - mesmo ele nunca tendo feito nada

Daichi - por que você tinha medo?

Suga - porque eu gosto de garotos, não são todos os pais que aceitam isso numa boa, ele já era da igreja quando se separou da minha mãe, eu sempre soube o que eu sou, e a maioria desse povo tem preconceito até com o ar, eu tinha medo dele não me aceitar e acabar se afastando, então eu quem me afastei dele

Daichi - mas vocês parecem se dar tão bem

Suga - e nos damos, ao menos agora, sabe, eu morava com a minha mãe antes de vir parar aqui, a faculdade não foi o único motivo de eu ter vindo

Daichi - você quer me contar o que aconteceu? - se virou de banda no colchão para poder o encarar, ele fez a mesma ação, segurou sua mão para o passar mais conforto

Suga - sabe quando você tem uma pessoa de segurança? Que você acha que pode contar com tudo que ela nunca vai te julgar? Não vai abandonar e que sempre vai estar ali para ajudar? - o moreno apenas concordou, não achou certo falar, interromperia ele - essa pessoa para mim era a minha mãe, ela sempre me apoiou e isso acabou me insentivando muito, ela me apoiou nos cursos de desenho, me ajudou com as notas no colégio, e eu sempre tentei de tudo para orgulhar ela, mas não foi o suficiente, sabe, as vezes um pequeno erro pode destruir tudo que já foi construído com tanto esforço, quando eu me assumi para ela, pensei que seria tudo tranquilo - uma pequena lágrima escorreu do canto dos seus olhos, Sawamura se apressou em a secar

essa minha vida é uma aventura Onde histórias criam vida. Descubra agora