Capítulo 08 - Aquela que acordou

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É hora de nos preparar para a cirurgia. Separo as roupas da Khun Sam, já que vai passar a noite no hospital. É um momento assustador, mas preciso agir como se tudo estivesse normal porque não quero assustá-la. A noite que a vi chorando sozinha me ensinou que mesmo que ela banque a durona, ela não é tão forte assim. Então mesmo ela parecendo sossegada, se eu estiver com medo, pode amortecer o espírito dela.

— Não há necessidade de separar tantas roupas. Terei que usar o pijama hospitalar após a cirurgia, de qualquer forma.

— Você tem um ponto – Assinto e começo a arrumar minhas próprias roupas – Então vou levar roupas para mim. E apenas uma para quando você receber alta.

— Não vou receber alta tão rápido assim. Terei que me recuperar por alguns dias.

— Então vou ter que levar muitas roupas para ficar com você no hospital.

— Não precisa passar a noite no hospital comigo. Venha dormir em casa, é muito mais confortável.

— Me sinto sozinha sem você deitada ao meu lado. Além disso, você não tem medo de fantasmas? Há muitos casos de morte no hospital.

— ...

— Talvez alguns tenham morrido na sua cama.

— Vou arranhar sua cara. O que está falando?

— Hehe. Estou tentando te assustar para me deixar passar a noite com você.

— Tanto faz.

Após uma história de fantasmas, a pessoa que não queria que eu passasse a noite no hospital com ela, muda de ideia rapidamente. Enquanto estava fazendo a mala, um abraço caloroso se espalho pelas minhas costas. A garota de rosto meigo se aconchega e cheira meu corpo a partir do meu pescoço, como se quisesse gravar o cheiro em sua memória.

— Seu cheiro me conforta. Obrigada por estar ao meu lado quando tenho que passar por isso.

— Se eu não estiver ao seu lado agora, quando estarei? Se eu não estivesse bem, você também ficaria no hospital comigo.

— É melhor que nada te aconteça. Deixe acontecer comigo.

— É melhor que nada aconteça com nenhuma das duas. Mas como já aconteceu, vamos passar por isso juntas.

— Após a cirurgia, faça o que prometeu.

— Que promessa?

— Que vamos nos casar.

Me viro para abraçá-la, cheia de simpatia. Ela parece não ter esquecido e quer se casar mais do que eu.

— Claro. O que você quiser.

— Eu deveria ter ficado doente há muito tempo.

Bato nela e volto a fazer minha mala. Khun Sam ficou me observando arrumar as coisas, deitou-se na cama e acabou cochilando. Primeiro, pensei em acordá-la para deitar-se direito e se cobrir, mas quando a vejo dormindo como um bebê, decido deixá-la dormindo daquele jeito.

Ela tem muito pela frente amanhã.

Após chegarmos no hospital, Khun Sam imediatamente veste o pijama hospitalar. Seu espírito está alto hoje porque todas as suas amigas, Khun Nueng e Kirk, vieram apoiá-la. Khun Sam varre os olhos em todos com uma cara séria (como sempre) e diz quando seus amigos começam a falar irritantemente alto.

— Por que essa multidão?

— Viemos te apoiar – Kade, que estava no meio de uma conversa calorosa com a Jim, responde sem prestar atenção na paciente. Parece que ela veio mais se divertir do que visitar a Khun Sam.

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