Capítulo 14 - Espere

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Arrumei minhas roupas nas minhas malas uma por uma, enquanto sentia um nó na minha garganta e as lágrimas se acumulando em meus olhos, me sentindo humilhada por ter que passar por isso. Por que ela é assim? Será que eu havia a provocado demais? É tão cruel ela ter me expulsado de casa sem nem se importar se eu estou magoada ou não?

Quando estou descendo as escadas e me preparando para sair da casa, Khun Sam caminhou lentamente como um patinho que seguia a mãe, mas não falava nada, ela estava estranha. Ela ficou em silêncio, mas agia como se quisesse dizer algo, e parecia hesitante como se não quisesse que eu fosse embora. No momento que dei o primeiro passo para fora de casa ela agarrou minha camisa com força e a segurou.

— O que?

— Nada.

— Então por quê está puxando minha blusa?

— Não sei.

— ...

— Me solte.

Eu falei devagar e ela soltou minha blusa, antes de andar até o carro e abrir a porta do carro para mim. Entrei triste e esperei por ela. E ela entrou um tanto cabisbaixa, mas não disse nada. Nem sequer falou comigo e estava me levando embora.

Quase não nos falamos ao longo do caminho, eu queria falar com ela, mas minha garganta estava com um grande nó para isso e ela certamente não falaria comigo sem ser convidada a falar, principalmente com alguém que ela não lembrava ser próxima, em outra época ela ficaria inquieta por me ver calada, sinto falta do que éramos, como havíamos chegado a isso? Eu não queria estar assim.

— Chegamos.

Khun Sam estacionou em frente a casa de madeira dos meus pais e franziu a testa.

— Você é pobre.

— Você já disse isso antes – forcei um sorriso e me despedi – Então é aqui que nos despedimos!

— Eu lhe acompanho.

— Não precisa. Não quero que meus pais me perguntem por que estou em casa.

— Eles vão ver você carregando uma mala, eles vão perguntar com certeza.

— Posso dizer que tivemos uma pequena briga. Por isso voltei para casa. Eles não irão perguntar muito. Apesar que nunca tive uma briga desse tipo com a antiga Khun Sam.

— Ainda sou a mesma Khun Sam.

— A pessoa que vejo na minha frente é a nova Khun Sam... Irei entrar – eu acenei para ela com esperança de ver um sinal de que ela se lembrava de mim, lá no fundo pude ver que sim, mas era como se ela tentasse esconder – A partir de agora você mora só, coma bem e durma bem, por favor.

— Eu sempre vivi sozinha. Você estar lá que era algo novo para mim... Mas se você se sentir sozinha, pode me visitar a qualquer hora.

— Obrigada pela gentileza, Khun sam – eu sorri tristemente para ela – Entre no carro e vá, por favor. Posso esperar aqui sem pressa.

— Não, entre primeiro em casa, posso esperar aqui, e então ir embora.

Nós duas hesitamos, esperando para ver quem iria se mexer primeiro, mas nenhuma saiu. Finalmente decidi sair e entrar em casa a tempo de ouvir o carro de Khun Sam partir, como esperado todos da casa vieram perguntar o que tinha acontecido e o por que eu voltei, então tive que ser racional e admitir que tive uma briga com Khun Sam e voltei para casa.

Minha mãe continuava a mesma.

— Brigou com Khun Sam? Ela é da nobreza, tem sangue azul, com certeza não teve culpa!

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