capitulo 3

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Pov Sarah:

O suspeito me disse se chamar Murilo, e ser famoso no ramo do empreendedorismo, coisa que não me importava nenhum pouco! Ele poderia ser o rei da Babilônia, mas se tentasse algo contra qualquer mulher na minha frente, eu o faria pagar igualmente.

Ele alegou que Jully, como também me informou que a mulher se chamava, não era vítima nessa história. Não parava de martelar na tecla de que aquela carteira era dele, mas também não sabia nos explicar como tudo indicava que pertencia a ela.

Sobre as acusações da tentativa de sequestro e abuso sexual, ele até tentou se desvencilhar do assunto, mas obviamente eu não permiti, sempre trazendo o ocorrido a tona e o obrigando a olhar em meus olhos para ver se teria coragem de me desmentir... Não teve! Até porquê se o fizesse, seria para sua própria condenação já que a minha palavra como policial e o porte ilegal da arma que ele usava, o entregavam.

Mas voltando a vítima. Aquela moça não me pareceu nada indefesa, muito pelo contrário! Ela é muito atazanante e desafiadora para o meu gosto! Inclusive onde ela estava que ainda não voltou do banheiro?

Como se adivinhasse os meus pensamentos, Kerline se aproximou de mim

-Sarah onde está a vítima? Precisamos dela para escutar sua versão.

Eu estava de braços cruzados, em frente a Murilo que já estava devidamente algemado, enquanto outro policial fazia algumas perguntas sobre o que aconteceu antes da minha intervenção para defender a vítima.

Eu somente escutava... Na verdade, nem escutava! Minha mente ainda estava na cena de instantes atrás, e não vou negar, as reações daquela mulher me instigaram. Eu sei que ela era a vítima mas... ela não se comportava como vítima! Não parecia amedrontada e muito menos acanhada.

Ao contrário, me parecia confiante... Tão confiante que arrisco até a dizer que se eu não tivesse feito nada, ela daria um jeito de se safar sozinha. Estranho não é? Eu nem a conheço e já consegui decifra-la simplesmente a analisando.

Por que eu sentia que não devia confiar nela? Mesmo tudo indicando que ela era a "coitadinha" da situação e Murilo era o "monstro". Eu realmente não duvidava que ele era o monstro, mas duvidava sim que ela era a coitadinha.

Céus, por que eu estou pensando essas coisas? Os fatos estão aí não é? E no final das contas quem decide isso é o delegado e não eu! Pare de quebrar cabeça Sarah... Não leve o profissional para o pessoal. Você fez a sua parte!

-Sarah?!

Ouvi a voz de Kerline de novo

-está aí?? Pode voltar para a terra por favor?!!

Perguntou irônica e um tanto irritada

-d-desculpa... Já estou indo chamá-la.

Disse um pouco inerte e me retirei atrás da mulher que estava demorando muito por sinal.

Pov Juliette:

É óbvio que eu já havia lavado a mão a muito tempo como a policial mandou, mas não era sem noção ao ponto de sair desse banheiro sabendo que lá fora está cheio de policiais, e todos esperando por mim!

Droga!! Eu estava a meia hora de frente para o espelho, apoiada com as mãos na pia e olhando para o meu próprio reflexo. O que eu estava esperando?? Algum milagre?? Hahahaha, que ironia! Como se Deus fosse ao meu favor, levando em conta que eu sou toda errada.

Porra Juliette!! Seja mulher!! Incorpore a bandida descarada que você é, faça sua melhor cara de pobre coitada e saia desse banheiro!! Enfrente aqueles policiais de frente!! Nunca foi do seu estilo ser covarde.

desconhecida identidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora