capitulo 4

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Pov Sarah:

Hoje era quarta feira, meu dia de folga. O dia até que se passou tranquilo e acho que era tudo o que eu precisava. Meus dias sempre eram corridos e esgotantes, principalmente levando em conta que uma policial precisa estar em constante alerta, e não apenas no trabalho, mas na vida.

Eu tenho total consciência que com a profissão que escolhi, escolhi também abrir mão da minha paz, mas essa consequência, infelizmente não recai apenas sobre mim! Minha profissão também afeta e muito a minha mãe

Ela nunca lidou muito bem com a ideia de ter uma filha policial, e desde que eu era pequena, traçou planos que nunca pensei em concretizar. Ela me via em passarelas, desfilando para multidões. Eu me via apontando arma para bandidos e os colocando atrás das grades.

Apesar de não ter filhos, minha relação com a minha mãe me ensinou que jamais devemos sonhar por eles, o correto seria sonhar com eles! Tornar os sonhos deles os nossos, pois no final eles crescem e fazem o que querem.

Foi assim com ela...

E mesmo ficando um pouco mal por não abrir mão do que eu quero, para ser o que ela sempre quis, me consola saber que ela não me ama menos por isso. Muito pelo contrário! Faz questão de me apoiar, mesmo que não goste do que eu faço, e é sempre presente, é o meu colo... meu único colo.

Inclusive por falar nela, hoje combinamos de dar uma volta juntas, há muito tempo não fazemos isso e sentimos falta uma da outra. São quase 16:00hrs e nesse momento já estou saindo para buscá-la.

Minha casa não era nenhuma mansão, mas também não era algo simples. Eu classificaria como um meio termo, mais para o exuberante do que para o discreto, mas ainda assim um meio termo.

Sempre gostei mais do preto do que das outras cores, então de toda a vizinhança, a minha casa era a que mais se destacava aos olhos de quem passava naquela rua.

Desci as escadas em direção a sala, desligando todas as luzes do andar debaixo e deixando apenas os refletores do lado de fora acesos

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Desci as escadas em direção a sala, desligando todas as luzes do andar debaixo e deixando apenas os refletores do lado de fora acesos. Provavelmente eu só voltaria ao escurecer, e tendo em pauta que a casa é quase toda preta, aquilo ficaria um completo breu, então sempre que eu saia e voltava tarde, fazia isso.

Peguei meu carro que estava estacionado em frente a minha casa e dei partida até a casa da minha mãe como combinamos. Hoje iríamos fazer algo simples, iríamos apenas dar um passeio no shopping e comprar algumas coisas. Decidimos esse horário porque o movimento era menor e não gostávamos de muita muvuca.

Na verdade, eu não gostava de muita muvuca! Minha mãe sempre adorou tudo que tinha a ver com aglomeração e barulho. Ela dizia que eu deveria ir mais a festas, me desestressar, e claro... Não podia perder a oportunidade de me cutucar dizendo que todo esse meu "desinteresse no bom da vida" era resultado do cansaço de ser policial... Mas na verdade era só a minha personalidade rabugenta de uma idosa de 84 anos, prevalecendo sobre a minha juventude sadia que eu não fazia a mínima questão de aproveitar com pessoas e festas duvidosas.

desconhecida identidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora