capitulo 8

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Pov Sarah:

Aquele dia estava sendo um pouco diferente. Eu já era acostumada a me locomover com meu próprio carro, e o fato de estar totalmente dependente agora que não o tenho, mesmo que temporariamente, estava me deixando um tanto frustrada

Havia chegado atrasada no serviço, e como já imaginava, levei um esporro de Rodolfo, mas não era como se eu tivesse culpa, até porque o trânsito estava parado aquele dia. Porém também não esperava compreensão, eu sabia dos meus horários e chefes não querem motivo, só querem cumprimento e independente da minha razão, não adiantava discutir! Então apenas fiquei calada enquanto Rodolfo descarregava seu estresse de todo dia em mim.

Mas não era só aquilo que estava diferente no dia de hoje. As Quintas-feiras tínhamos treinamento na área externa da delegacia, e agora eu estava na etapa de “tiro ao alvo”.

Havia uma sequência de bonecos, especificamente, enchimentos de areia com a silhueta de uma pessoa na minha frente, e alguns obstáculos dificultavam a minha mira. Eu estava a uma distância bastante favorável, onde me escondia atrás de um muro protetor, pequeno em altura, porém grande em comprimento para que todos os policiais que treinavam se escondessem ali. Não que fosse necessário, afinal nossos alvos não passavam de bonecos sem vida que obviamente não revidariam, mas ainda assim estávamos sendo treinados para um tipo de combate, então deveríamos agir como se estivéssemos em tal.

 Não que fosse necessário, afinal nossos alvos não passavam de bonecos sem vida que obviamente não revidariam, mas ainda assim estávamos sendo treinados para um tipo de combate, então deveríamos agir como se estivéssemos em tal

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Cada um dos PM’S ali, incluindo eu, usavam um fone abafador para reduzir o barulho insuportável das balas que saiam sequencialmente dos revólveres e faziam doer os ouvidos, já que todos atiravam ao mesmo tempo. Rodolfo também treinava com a gente aquele dia, mas apenas fazia isso uma vez no mês.

Normalmente, ele era quem supervisionava os nossos treinamentos, e via quem mais se destacava, mas esse destaque não era o principal para fazer o cargo de qualquer indivíduo decolar... Apenas iria se juntar aos outros méritos, e se em um ao todo se destacasse, aí sim seria promovido.

Eram assim que as coisas funcionavam ali dentro, e o verdadeiro significado de “que vença o melhor” estava ali! Rodolfo era o chefe de polícia, o capitão! Tudo o que fazíamos ali dentro, deveria antes ser passado por ele. Mas apesar de ser um nome grandioso entre nós, seu nível diminuia ao nosso com a presença do coronel. O que explicava o fato de ele estar ali treinando conosco agora.

O coronel sim era a verdadeira autoridade, mas não era muito presente. Visitava a delegacia somente uma vez ao mês, já que podia facilmente deixar todo o trabalho nas costas de Rodolfo e dar as caras em uma quinta feira aleatória para ver como anda nosso desempenho, e a falha de qualquer um de nós, sobrava para Rodolfo.

Mas isso não quer dizer que também não pagávamos! Tudo que o Coronel despejava em Rodolfo, Rodolfo fazia questão de despejar dobrado em cada um de nós. Seu humor já não era dos melhores, e com a presença do coronel, ele conseguia ficar ainda pior!

desconhecida identidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora