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De tuas fontes bebi

A cada manhã

Enchia minha vasilha

Na longa caminhada

Não percebi que estava furada

O vazio foi se enchendo

E as quedas foram constantes

Parei em um tronco para abrigar

Enquanto meu suor escorria

Peguei minha botija para beber

Nessa última caminhada

A água me faltava

Não podia molhar as plantas

Muito menos plantar meus frutos

O campo estava sedento

A terra estava devasta com sua sequidão

Meus ossos transparava pela minha pele

A zombaria foram constante

Cada palavra ouvi

Invadindo em meu coração

O que iria comer nessa tarde?

Minhas chagas se abria

E amedrontava meus dias

Até as lágrimas tinha que ser seca

Para não ficar no fluxo que corria

Para a dor não ser tão dolorida

Em meu clamor 

O silêncio habitava

E tua voz não falava

O descanso se tornou um tormento

Quando o medo habitava no meio de meus sonhos

No despertar da madrugada

Meu semblante adoecia

Quando não poderia obedecer a tua voz

Para não ver a alma de meu irmão despedaçado

A enfermidade foi dura

E os caos aprisonaram em uma prisão de minha mente

Perdi direções e risos na chegada do paraíso

Estou em uma caverna

Ouvindo teus louvores

Para não causar dores

Com tuas profecias

Com minhas loucuras

Achando que tudo não passa de uma mentira

Em meu silêncio gemo

No calar de teus braços

Simplesmente me abrigo

Sentindo teu amor

Iluminando meus dias

Enchendo com tua graça

Na fraqueza jejuo

Dando risos para papai

Me perdoa se não posso falar de tuas palavras

Mas segure minha mão

Não quero separar de tua presença

Ó DeusEntenda meus temores

E minhas lágrimas

Não precisa curar minhas pragas

Posso caminhar com ela

Pelo motivo de não obedecer tua voz

Por que não quero ver as feridas jorradas pela tua terra

Como o meu templo está

Entenda-meJ

á não tenho forças para me levantar

Envergonhei teu espírito

Com uma fotografia

Envergonhei meu consolador com uma única palavra

Arranquei minhas plantações com um simples corte

A cada manhã, uma cicatriz

Mesmo não pedindo para sarar

O Senhor sonda meu hospital

Com o toque do anjo derrama amor

Com a essência da pureza

Lava minhas vestes

Em teu altar me carrega

Mesmo querendo habitar em um esconderijo sem a luz

Sim, a lepra se abre

O faról desperta

E os carros se movem

Acidentando minha voz

No calo das sombras

Ainda estou de pé

Nessa graça 

Persigo teus pés

No abraçar de teu toque

Simplesmente, te agradeço

Mesmo quando a túnica se partiu

E os desfeitos pairou...

Cartas para DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora