Eu sinto ela.
Sinto me consumindo devagar
e fazendo meu interior inteiro queimar
devagar
de va gar
de... va... gar
de
va
gar
O coração se contorcendo em agonia
Enquanto os pulmões fervorosos fulminam o ar
Enquanto minha pele se agarra firmemente á minha carne,
primeiro no pescoço, depois sinto a pele de minhas pernas...
sinto a combustão fervente gotejando de meus olhos
não respiro
não ouço
não vejo... nada
enquanto procuro necessitadamente o ar
meus pulmões me calam
e minhas unhas tentam desesperadas
tirar a pele que envolve meu pescoço.
Até que finalmente a vejo sair daquela porta.
Ouço seus passos se fundindo com as batidas do meu coração perdido
sinto suas mãos gentis me trazendo o ar que eu tanto procurava,
o aconchego de seus braços calmamente me fazem ouvir as batidas de seu coração,
o cheiro que pertence unicamente á ela alcança meu olfato,
e o tom vermelho de seu moletom me faz enxergar.
A combustão vai aos poucos se esvaindo
e deixando o clima gelado do inverno, aos poucos,
tomar posse do lugar novamente.
Mas sua presença não deixa a costumeira algidez pós combustão tomar conta da minha mente.
E, novamente...
Eu respiro, tranquila
Eu escuto os sons do ambiente
Eu vejo seus cabelos castanhos, seus olhos oliva e o moletom vermelho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Para Todas as Pessoas que Existem
PoesiaEsse é um livro onde eu escrevo todos (ou pelo menos a maioria) dos meus sentimentos e pensamentos. Eu gostaria de fazer desse livro o meu porto seguro, onde eu relato todas as dores e todos os prazeres que é estar viva..