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Narrador

— Parece que hoje é um belo dia de ondas para essa competição.

O apresentador disse no microfone enquanto as meninas se aqueciam na areia.

Any olhava para os lados a procura de seu namorado mesmo sabendo que ele não estaria ali.

— Amiga, você merece coisa melhor. — Sina disse. — Foque na competição que tudo dará certo. Você consegue sem ele aqui.

Nour não falava nada já que ela estava muito concentrada e não gostava de falar antes das competições.

— Boa sorte, meninas. — Nour disse antes de cumprimentá-las com o toque especial.

As três pegaram as pranchas e foram em direção a água.

Sina com a amarela

Any com a vermelha

Nour com a azul

— Parece que a primeira onda é de Sina Deinert, que acabou de voltar do havaii da competição internacional, atingindo o segundo lugar mundial de surf juvenil feminino. Apenas com dezesseis anos, ela já atingiu mais de 43 prêmios.

Sina nadava em direção a parte mais funda e esperou a onda perfeita.

—3...2...1...QUE COMECE O SURF! — ele disse e Sina se preparou para pegar a primeira onda.

Ela começou com uma rasgada perfeita, logo fazendo também um 360°, um cut back, encerrando com um tubo.

Com a execução perfeita, obteu a quantidade máxima de pontos.

Ela sorriu com os aplausos vindos da areia.

Era aquilo que ela amava fazer, ela nasceu e cresceu na água.

Era o lugar dela.

[...]

Os cabelos molhados, com a sua mecha rosa estavam cheirando a mar enquanto Nour, Any e Sina estavam sentadas no banco do bar "sea" que ficava literalmente na frente da praia.

— Fiquei tão feliz por você amiga. — Nour disse com a sua medalha de prata pendurada no pescoço.

— Obrigada. — Sina sorriu olhando a sua medalha de ouro.

Sempre depois das competições, as três amigas iam até o bar para conversar sobre as manobras e tudo.

Até ouvirem roncos de motos.

As portas do bar se abriram revelando três garotos não conhecidos por elas ainda.

Os três usavam jaquetas de couro, blusa branca e calças jeans.

— Quem são? — Any perguntou com o queixo no chão.

— Fecha a boca. — Nour sussurrou sem abrir a boca direito.

Sina fingiu que nem os viu e continuou bebendo seu milkshake.

— Você mandou muito bem. — o moreno tirou os óculos escuros se direcionando para Sina. — Sina Deinert, certo?

— Obrigada. — ela disse quase sem tirar a boca do canudo. — Sou eu sim.

— Belo nome. — ele completou passando a língua nos lábios

— E o seu nome seria...

— Noah, Noah Urrea, é um prazer te conhecer. — ele disse e o barista chegou para atendê-lo.

— Uma cerveja. — ele disse. — E os gastos da garota bonita ficam por minha conta. — completou.

— Ora, não precisava. — Sina disse rindo enquanto brincava com a sua medalha.

— Bela medalha. — ele disse olhando para o vão entre seus seios, onde a medalha estava.

— Obrigada. — agradeceu outra vez. — Aliás, nunca te vi por aqui.

— Não sou da praia, sou mais do centro da cidade. — ela levantou as sombrancelhas em compreensão. — Mas venho aqui as vezes nas competições.

— Legal. — Sina sorriu.

— Você tem dezesseis, certo? — ele questionou.

— É. — ela disse meio sem jeito. — E você quanto tem?

— Dezenove. — ele disse bebericando a cerveja. — Você bebe?

— Nunca bebi. — ela respondeu.

— Boa garota. — ele deu um gole maior na cerveja. — Quer experimentar?

Ela olhou um pouco receosa, olhou para o lado e viu as amigas conversando com os outros dois.

— Pode ser. — ela disse antes de dar um gole na cerveja de Urrea. — UOU.

— O que achou?

— Bom, muito bom.

Sina cruzou as pernas e o moreno as analisou.

— Você surfa desde quando?

— Meus pais eram surfistas profissionais, então desde sempre, nasci surfando.

— Foda! eu nunca surfei.

— Quem sabe um dia eu te dou umas aulas. — ele sorriu malicioso.

— Eu também posso te dar algumas de outras coisas se quiser. — ele piscou.

— Veremos. — Sina pegou uma caneta do balcão e abriu com a boca deixando a tampa na boca.

Pegou a mão do moreno e escreveu.

+555 6120
menina do surf

— Tenho que ir, já está escurecendo e eu tenho que estar em casa antes das seis. Nos vemos por aí, Urrea.

— Até, Deinert.

Sina se despediu das amigas e foi caminhando até sua casa que não era cinco minutos de distância do bar.

your black jacket | noartOnde histórias criam vida. Descubra agora