Prólogo

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Boa noite, amooores!

Segue o Prólogo...

Em breve apareço com o primeiro capítulo. E se preparem, porque essa estória será babado.

Beijokas

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Oliver Smith

Eu sou inocente, senhor Juiz! Pelo amor de Deus... Eu não fiz isso, eu não sou criminosa. Não faça isso comigo, eu imploro...

Novamente acordei assustado.

Tinha pesadelos todas as noites me lembrando daquele julgamento. Os gritos, o choro, o olhar triste e desolado daquela jovem não saiam dos meus pensamentos.

Tentava sempre ser muito justo na tribuna, mas aquele em específico me deixou mal... Os meus instintos me diziam que toda condução daquele julgamento estava errada, mas contra as provas e todos os fatos apresentados eu não poderia fazer nada, o júri estava todo a favor da condenação, e o promotor tinha argumentos válidos e contundentes sobre todas as acusações.

Mas desde aquele dia eu não consigo ter paz...

Meu pai sempre me disse que não podemos julgar por olhares bondosos, falas doces, expressões de tristeza, mas nada naquela mulher indicava que ela era culpada...

Quando iniciei as análises daquele caso, confesso que fiquei com muita raiva da acusada, não gostava de envolver o meu lado emocional em nenhum caso, mas aquele em específico envolvia bebês, seres indefesos em um crime nojento e cruel.

Estava trabalhando naquele caso de tráfico de recém-nascidos há muito tempo, era uma organização criminosa enorme, espalhada por diversos estados, onde estavam envolvidos vereadores, governadores, funcionários públicos e até mesmo policiais... Estávamos apenas no começo, ainda teríamos muita batalha pela frente para conseguir prender todos os envolvidos, e acredito que toda essa minha sede em achar e prender os culpados tenha me feito ser precipitado no veredito.

Lembro-me como se fosse hoje daquele dia.

Três meses atrás...

— Essa mulher aqui na frente de vocês — o promotor apontava para a réu enquanto falava intercalando os seus olhares entre mim e o jure — é fria, ardilosa e cruel. — a acusada tremia e chorava sem parar balançando a cabeça em negação a cada palavra dita pelo promotor. O advogado de defesa olhava tudo com descrença, parecendo já ter a certeza de que o caso estava perdido. — Ela enganou todos os funcionários do hospital, conquistou a confiança dos médicos e dos colegas de trabalho, e desde o momento que assumiu a função de enfermeira no setor neonatal, onde lidava diretamente com os recém-nascidos, começaram as denúncias de desaparecimento de bebês.

— Não fui eu, acreditem em mim! Não sei como fizeram, mas armaram para mim — a acusada gritava em desespero. — Senhor juiz, eu não fiz nada disso... Juro pela minha vida.

— Ordem na tribuna... Contenha a sua cliente, senhor advogado — bradei sério, fazendo-a se encolher e sentar novamente depois de o advogado cochichar algo em seu ouvido.

— Aqui está a lista de todos os recém-nascidos cuidados diretamente pela acusada Maria Flor — o promotor me entregou uma cópia do documento. — Ao total, foram 395 bebês cuidados diretamente pela réu nos três anos em que ela desempenhou a função, e desse total, 28 desapareceram misteriosamente deixando mães, pais e familiares desesperados.

Foram ouvidos gritos, acusações e xingamentos da plateia que estava completamente indignada com tudo o que ouviam.

O promotor apresentou fotos, filmagens, laudos... E os pais que tiveram os filhos roubados deram depoimentos relembrando o quanto a enfermeira foi amável, atenciosa... para logo depois os enganarem da maneira mais cruel roubando os seus bebês.

Cada depoimento deixava o júri ainda mais indignado com tudo que a acusada fora capaz de fazer, e o fato de não terem recuperado nenhum dos bebês era um enorme agravante.

O ponto alto dos depoimentos foi quando entrou uma das testemunhas que se intitulava como ex-amiga da réu.

A acusada ficou pálida, sua expressão estava em choque, e a cada palavra proferida pela depoente era como se fosse uma apunhalada em Maria Flor.

Surpreendentemente e pela primeira vez em uma tribuna, eu não conseguia desviar os meus olhos da réu.

No final, depois de o advogado de defesa dar a consideração final mais confusa e dúbia que já presenciei... Minutos depois li a sentença do júri, que declarou por unanimidade a culpa e condenação da réu pelo crime de roubo e participação em organização criminosa com pena de oito anos de reclusão.

— Aos membros do júri, muito obrigado — disse sério. — Esse tribunal respeita o veredito do júri, e para o veredito final... — o choro alto e doloroso da acusada fazia com que tudo se tornasse ainda mais difícil, mas eu precisava cumprir a lei fazendo aquela mulher pagar pelos crimes cometidos. — Sentença... A ré Maria Flor Duarte é condenada a sete anos e nove meses de prisão, considerando todas as provas apresentadas que atestam a culpa da acusada no crime de participação de quadrilha, sequestro e tráfico de crianças. — sentenciei batendo o martelo.

Enquanto saia da tribuna, ouvia os gritos eufóricos e as salvas de palmas da plateia, mas o que eu mais conseguia captar era a voz desesperada da condenada, o seu olhar apavorado e o seu choro sofrido que doíam na alma.

Eu sou inocente, senhor Juiz! Pelo amor de Deus... Eu não fiz isso, eu não sou criminosa. Não faça isso comigo, eu imploro.

E há três meses eu tenho pesadelos com o julgamento.

Nunca fui um homem sentimental, mas aquele caso teve o poder de me deixar muito abalado, para não dizer angustiado.

Não sei se era pelo fato de o advogado de defesa não ter se esforçado o mínimo para defendê-la, não sei se era o fato de vê-la tão sozinha sem ninguém ao seu lado para apoiá-la, mas aquilo tudo que aconteceu não parecia certo.

E o pior era que eu devia estar aliviado por conseguir prender mais um responsável por todos aqueles crimes.

Mas eu não podia mais ficar atormentado daquela forma, por isso tomei uma decisão naquele momento.

E pela primeira vez depois de bater o martelo em uma tribuna, faria uma loucura e seguiria somente o meu coração.

Absolvida pelo Amor - DISPONÍVEL COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora