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— Senhorita Belinda?— perguntou Olivia atrás da porta.

— Já vou.— gritou ela.

Belinda limpou as lágrimas que nem ela entendi os seus motivos, se de certa forma eram de estresse, raiva ou de tristeza.

— Estava chorando?— perguntou a senhora preocupada, assim como uma doce mãe.

— Só saudade de casa.— disse ela sem disfarçar seus sentimentos.

Sem pensar duas vezes Olivia a puxou para um forte e caloroso braço, coisa que fez Belinda voltar a chorar mais ainda.

— Oh minha criança, não chore assim.— disse ela passando a mão em seus cabelos a fazendo um cafuné.

Belinda chorava de soluçar, esse abraço foi um ato de carinho que ela estava precisando já tem tempos.

— Olha, vamos secar essas lágrimas e ir limpar lá a biblioteca para você poder se deliciar com os livros. — disse ela olhando nos olhos dela e com seus dedos secando suas lágrimas.

— Pode ter certeza de que serei eternamente grata pelo carinho da senhora. — disse Belinda se segurando para não começar a chorar mais uma vez.

— Disponha menina. — disse ela bem calorosa. — Então vamos? — disse ela apontando para o material de limpeza que estava apoiado na parede.

— Vamos!— disse ela bem mais animada do que antes.

Era tanta poeira que Olivia se arrependia a cada minuto por nunca ter aberto aquele lugar.

— Quem fez você gostar tanto assim de livros?— perguntou Olivia passando pano em uma das estantes enquanto Belinda passava um pano molhado no chão ao lado dela.

— Meu pai, ele sempre me trazia um livro quando fazia suas viagens de negócio, ainda mais quando eram livros de contos de fadas, que eram os quais ele mais trazia. — contou Belinda de uma forma bem carinhosa e calorosa.

— Seus irmãos também são assim como você?

— Não, Pérola e Mirela acham livros uma grande besteira, Jean diz que não consegue se interessar por livros, Vicent e Pietro dizem que são muito ocupados para perderem o seu tempo com livros bestas.— explicou Belinda.

— Entendi.

— Mas Vicent e Pietro estudaram bastante, um se formou em administração e outro em programação.— contou.

— Seu pai deve ter bastante orgulho deles.

— Ele tem.— disse ela com sorriso fraco.

Enquanto as duas limpavam o lugar arduamente alguém bateu na porta.

— Olivia o cozinheiro está te chamando.— disse Louis o homem que estava com Olivia na primeira vez que ela esteve na mansão.

— Já estou indo.— disse ela deixando o pano em cima da mesa.— Você pode ajudar ela, o chefe quer tomar seu chá da tarde aqui.— disse Olivia.

— Claro, será uma honra.— disse Louis beijando sua mão e entrando no cômodo.

— Acho que agora será apenas nós dois, madame.— disse ele pegando o pano em cima da mesa.

— Eu e Olivia já limpamos grande parte.— disse Belinda bastante orgulhosa.

— Ótimo.

Enquanto limpávamos, Louis fazia questão de ficar contando fatos constrangedores sobre Adam, assim como o dia que ele apostou com os amigos para ver quem conseguia dá uma volta completa pela mansão só de sunga em um dos dias mais frios daquele ano.

Quando eu te contarOnde histórias criam vida. Descubra agora