Desabrochando os sentimentos

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Alex:

Era quase fim de maio. As férias de verão estavam quase chegando. Era nossa tradição sempre passar as férias de verão nós cinco juntos.
Sempre viajávamos para algum lugar legal. Em nossas lembranças estavam: Itália, França, Grécia, India, entre outros lugares.
Mas, naquele ano foi diferente, pela primeira vez nesses anos de amizade, Molly não iria viajar conosco.
Os pais de Molly decidiram que aproveitariam a oportunidade para viajarem em família, para a Inglaterra, que por azar era bem distante do nosso destino de viagem.
Não podíamos fazer nada além de aceitar o fato que dessa vez nós cinco seríamos apenas quatro.
Essas seriam as piores férias de verão de todas.

Eric:

Como melhor amigo de Alex Mathews, desde sempre, eu era obrigado a dizer que... Ele era um completo idiota.
Era o cara mais popular da universidade, o mais pegador, era bonito e inteligente.
Então, como ele poderia ser tão burro em relação a Molly Scott?
Ver sua cara de decepção ao saber que Molly não iria com a gente para o Brasil, só constatou aquilo que eu já sabia há muito tempo.
Alex Mathews era completamente e idiotamente apaixonado por Molly Scott desde o momento em que a viu pela primeira vez.
E ele era tão idiota que nem percebia, ou simplesmente fingia não perceber para continuar na zona da amizade, onde era mais seguro para ela não se machucar.
Mas bastava olhar para ele quando algum cara se aproximava dela e ele já entrava no modo alerta. Investigava a vida inteira do cara até descobrir alguma falha sobre ele, para poder dizer a ela que ele não era o cara certo para ela.
Não é atoa que nesses quase quatro anos de amizade Molly só teve dois namorados, que não duraram muito tempo com ela, já que um certo alguém sempre encontrava um jeito de botar eles para correr.
E eu também não sabia se a Molly era burra o bastante para não perceber isso ou se ela apenas fingia demência. Mas como ela confiava cegamente em Alex eu votaria pela primeira opção.
Foi a Molly quem se declarou primeiro, mas superou em seguida.
Agora o babaca que a dispensou quase babava por ela e nunca tomava uma atitude.
Durante as férias de verão ele estava sempre de mau humor, até o celular tocar e ser uma ligação dela. Ele nunca estava afim de ir a boates ou barzinhos, quando ia era quase arrastado pelo Tyler,  a Jessie e eu, e olha que as brasileiras eram lindas e sempre davam mole para ele, mas ele apenas bebia um pouco e voltava para o hotel.
Até que eu vi ele explodir de ciúmes do novo namorado da Molly, um tal de Collin Farrel,  que por coincidência, estudava em Harvard também. Acho que foi aí que ele começou a perceber que não gostava dela apenas como amiga.

Alex:

As férias de verão não foram tão ruins quanto eu imaginei, foram piores ainda.
A Molly fazia uma falta enorme. A risada contagiante dela, as piadas de mal gosto, a alegria e a paz que ela transmitia.
Eu estava morrendo de saudade da baixinha.
O Brasil era um país simplesmente lindo, e aquelas eram para ser as melhores férias que passaríamos nós cinco juntos, mas sem a Molly foi totalmente sem graça.
Retornamos para os Estados Unidos quase uma semana antes do semestre começar, e como de costume, nos reunimos na casa dos pais da Molly.
Além do olhar mortal de Sally Scott, estava tudo bem até ela dizer que tinha que me contar uma coisa.
A campainha tocou e eu fui atender.
—Ah, oi!—o cara do outro lado da porta disse sorridente.
—Posso ajudar?—questionei.
—Tudo bem?—ele perguntou—Você é Alex Mathews, amigo da Molly, certo?
—Quem é você?—questionei intrigado.
—Alex!—Molly veio correndo até a porta—Esse é o Collin, meu namorado!
—Namorado?—perguntei incrédulo—Como assim?
—Era isso que eu queria te dizer!—ela disse segurando a mão do tal cara—Estamos namorando!
O nome da desgraça era Collin Farrel.
24 anos, estudante de medicina.
Segurei Molly pelo braço e a arrastei escada acima até o quarto dela.
—Alex, vai com calma, tá legal?—ela disse.
—Namorado Molly?—questionei.
—Ele não é uma gracinha?—ela perguntou toda derretida.
—Fala sério, você conhece esse cara pelo menos?—interroguei—Como e quando você começou a sair com esse idiota?
—Aí é que vem a parte engraçada da história!—ela disse toda animadinha—Eu conheci o Collin em Londres, bem, não exatamente, eu esbarrei no Collin em uma livraria em Londres, assim como esbarrei em você três anos atrás!
—Eu não sou esse cara!—falei irritado—E não compare o nosso esbarrão com o de vocês dois!
—Ok, desculpa!—ela disse sorrindo—No dia seguinte eu retornei a livraria e advinha, ele estava lá novamente, esbarrei nele novamente no metrô e na torre do Big Bang, e então percebi que era o destino nos unindo!
—Destino?—reclamei chateado—Me poupe!
—Trocamos contato e começamos a sair no dia seguinte!—ela disse—E foi assim que eu descobri que o Collin é estudante de medicina em Harvard!
—Que legal!—falei desanimado—E não pensou em me falar sobre isso?
—Por telefone Alex?—ela indagou—Você estava se divertindo no Brasil, provavelmente pegando geral, por que eu atrapalharia seus rolos para te contar algo que eu queria dizer pessoalmente?
—Que seja!—falei.
—Mas, você vai fazer um favor para mim!—ela disse com aquele olhar de gato pidão.
—Fala logo!—disse desinteressado.
—Sabe que eu só confio em você e no seu julgamento de caráter, certo?—ela disse.
—Não me diga!—cruzei os braços.
—Como bom cafageste, você conhece bem os outros!—ela disse.
—Isso foi um elogio ou um insulto?—perguntei.
—Quero que investigue o Collin para mim!—ela disse—Igual os outros caras, pode fazer isso?
—Vou pensar no seu caso!—falei me virando para sair.
—Por favor Alex!—ela me abraçou por trás—Você sabe que eu te amo, não é? Me ajuda.
O que havia comigo?
Meu coração estava acelerado.
Por que?
—Tá legal!—concordei me afastando dela.
—Isso!—ela disse animada.

Molly e o tal Collin estavam no maior açúcar perto da lareira.
Eu não sabia se tinha raiva daquela cena ou vontade de vomitar.
Só sabia de uma coisa, eu não gostava daquele cara.
—Parece que você perdeu dessa vez!—Sally disse se aproximando de mim.
—Que?—perguntei confuso.
—Está louquinho de ciúmes não é?—ela disse sorrindo—Não deveria deixar isso tão evidente assim!
—Ciúmes?—questionei—Do que tá falando garota? Ficou louca?
Ela apenas sorriu e me deixou sozinho.

AMOR e outras loucurasOnde histórias criam vida. Descubra agora