parte i

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olá, vocês estão bem? :')

eu não tenho nem explicação pra isso, porém, culpo todos do twitter (principalmente você debora) por me incentivarem a escrever OUTRA 2son baseada num plot que eu postei lá. masss, cá estamos nós, o que não me pedem sorrindo que eu não faço chorando né?

só reiterando, essa fanfic não tem a intenção de seguir uma linha muitto reta são momentos da história deles sem nenhuma linha temporal muito muito específica (surgiram cenas na minha cabeça e eu escrevi). alguns podem estar interligados, mas não é garantia que todos vão estar assim. não tenho nenhuma ideia de tamanho ou final exato, mas encarem isso quase como um álbum de fotos escrito!

no mais, eu espero que vocês aproveitem a história e a leitura ♥


⋆⁺₊⋆ ☀︎ ⋆⁺₊⋆


o gélido ar da inglaterra ainda era estranho na sua pele.

não sabia interpretar como, às vezes— muito poucas vezes, na verdade — o sol estava brilhando, mas não esquentava seu corpo. era confuso para um brasileiro devoto ao seu país como richarlison. não sabia se em algum outro momento da sua vida teria escolhido londres como novo lar, ambientes frios tornavam pessoas frias e não sabia se algum dia iria ficar acostumado com isso. suspirou alto e encarou o céu nublado, o que mais poderia fazer? seu trabalho havia o enviado pra cá, não tinha como lutar contra isso.

ser jogador de futebol sempre foi seu sonho, assim como foi o sonho de milhares e milhares de outros moleques do brasil— a diferença era que ele conseguiu. estar num time europeu famoso era uma sensação maluca, como viver num eterno sonho e não saber quando o alarme irá tocar e lhe despertar para mais um dia de trabalho no mercadinho do seu bairro em nova venécia. riu sozinho com as memórias distantes de uma vida simples, mas que deixava um misto de nostalgia e amargor na sua boca— no fim, essa era sempre a sensação que tinha da sua vida no brasil.

ajustou com a mão livre o cachecol ao redor do seu pescoço quando um vento particularmente cortante lhe atingiu em cheio. maldito frio inglês, praguejou mentalmente num bom e velho português. seu celular na mesma hora vibrou com um toque escandaloso, o refrão da sua música de pagode favorita, e metade das pessoas da rua pararam tudo o que estavam fazendo para o olhar de soslaio, julgando-o como europeus sempre pareciam fazer.

trocou a sacola de compras de mão e enfiou a outra no bolso da calça de moletom preta, fisgando de lá o aparelho. era o seu alarme que anunciava, de maneira dramática, que eram cinco da tarde e precisava correr até a avenida principal de tottenham se não quisesse se atrasar.

era um verdadeiro milagre que seu senso de direção funcionava melhor em londres do que no seu próprio bairro no brasil. talvez fosse porque a cidade era melhor estruturada ou o sistema de placas fosse mais útil, ou realmente o costume de viver no lugar estava começando a se esgueirar para dentro dele; o que quer que fosse, lhe permitia correr pela calçada e atravessar as avenidas sem se sentir como um peixe fora d'água.

uma placa colorida no meio de prédios comerciais cinzentos foi fácil de identificar a distância. conseguia ver o acúmulo de mães e babás na porta, figuras pequenas cheias de cores se espalham na calçada como se alguém tivesse derramado uma aquarela no chão. richarlison sorriu sozinho e se apressou a entrar no meio do mar de gente, pedindo licença com o seu velho inglês meio ruim para se aproximar da porta azul-céu de madeira pintada com uma paisagem colorida de campos floridos.

dear sunrise 🌣 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora