1 | ride home

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A week before Hurricane Agatha

Quando se é kook, você se acostuma a ir em festas em casas enormes, lotadas de engomadinhos que não precisam se preocupar com nada além da quantidade de bebida alcoólica em seus copos. Mas uma hora isso cansa, porque você enjoa de vivenciar sempre a mesma coisa

Elisabeth já tinha enjoado há muito tempo, diferente de sua melhor amiga, Sarah Cameron, que sempre arranjava um jeito de arrastar a amiga para as festas que ela frequentava

Sarah convenceu Elisabeth a acompanhá-la a uma festa diferente dessa vez, uma menos reservada, onde kooks e pogues circulavam entre si sem problema algum — o que era bem raro de se ver em Outer Banks —. O intuito da festa era causar ciúmes em Topper, namorado de Sarah, porque os dois haviam tido uma briguinha pois o garoto teve uma crise de ciúmes. Elisabeth aceitou, como sempre. Mas ela sabia o problema que teria que enfrentar no dia seguinte com Rafe, seu namorado, que não suportava estar ao redor de pogues 

ELISABETH 

Quando eu disse a Sarah que viria acompanhá-la nessa festa estupida, eu não planejava estar onde eu estou agora. Ao lado de Sarah, com os braços cruzados um com o da outra e o copo descartável com a quinta ou sexta dose de álcool. As pessoas ao nosso redor gritavam eufóricas. "Vira, vira vira!" Era só o que ouvíamos 

Sinto o líquido descer e queimar em minha garganta, mas ao momento eu já não me importava mais. A euforia gritava em meu corpo. Eu sabia que não devia estar lá, mas a sensação de estar em uma zona proibida e o álcool só aumentavam a adrenalina que percorria pelo meu corpo

Eu com certeza me arrependeria de tudo isso no dia seguinte 

 É incrível como as coisa mudam rapidamente sem você ao menos perceber. Mas, nessa ocasião, a culpa era inteiramente da bebida. Eu não percebi a minha mudança repentina de local, estava com Sarah a poucos minutos atrás com as bebidas e agora estava sendo arrastada por uma multidão de pessoas até o jardim da casa. A blusa que eu usava havia sumido e meu sutiã preto de renda estava a mostra. Eu tinha perdido o controle. Não fazia a menor ideia do que eu estava fazendo ou do que aquelas pessoas que gritavam animadas ao meu redor iriam fazer 

Naquele momento, não era eu quem controlava meu corpo, o álcool tinha o completo controle sobre mim 

As coisas só voltaram as rédeas quando o desastre aconteceu sem que eu pudesse ao menos tentar impedi-lo. Quando eu voltei ao controle já era tarde demais. Eu havia sido carregada e jogada dentro da piscina. Eu podia ouvir as pessoas gritando eufóricas enquanto eu tentava subir para a superfície. A cada vez que eu tentava subir parecia que a água ficava mais funda e me puxava para baixo. Eu comecei a entrar em desespero e a me debater dentro da água para subir. A água entrava pelas minhas narinas e boca enquanto eu lutava para respirar 

Foi quando eu senti dois braços envolverem o meu corpo e me puxarem para cima. Assim que minha cabeça sai da água eu puxo o máximo de ar que consigo, preenchendo meus pulmões. Eu ainda não estava inteiramente consciente, só me preocupava em conseguir respirar. Mas eu sabia que tinha alguém me carregando e me afastando da multidão. Os olhares e os sussurros direcionados a mim me incomodavam. Mas eu estava em estado de choque, então as pessoas cochichando sobre mim era o menor dos meus problemas 

Quando acordo do choque, vejo um garoto loiro parado em minha frente. Eu estava sentada numa cadeira de praia e uma toalha envolvia meu corpo. Não havia mais ninguém ao nosso redor, somente eu e o loiro. Ele estava sentado na minha frente, me analisando com cuidado. A única coisa boa de estar encharcada nesse momento era que não daria para distinguir o que era água da piscina e o que eram lágrimas. Eu me encolho na toalha, desconfortável com a situação

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⏰ Última atualização: Feb 19, 2023 ⏰

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