Entrevista com o Maravilhador

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(Pov: Beatriz)

A primeira coisa que Beatriz notou foi a grande e magnífica árvores. Parecia saída de algum filme de fantasia.
A segunda coisa foi o jovem vestido de maneira excêntrica. Alguém usando um terno vermelho vibrante em conjunto com uma cartola de mágico da mesma cor, era algo que Beatriz definitivamente não esperava encontrar.
"Parece que mais pessoas escolheram o convite..." murmurou para si mesma.
Ela tinha certeza de que seria a unica a escolher o chá, mas aparentemente existe louco para tudo.
Como uma boa repórter, ela avaliou os outros dois rapidamente.
Um homem de meia idade usando roubar casuais, nem parecia estar prestes a conhecer um ser tão especial como o senhor Maravilhador, cuja tecnologia eclipsa em muito a do Estados Unidos.
Mas mostrava sinais de estresse, tais como ombros rígidos, rugas na área da testa e mãos inquietas.
'Ele deve ter escolhido essa recompensa para relaxar ou algo parecido.' Pensou ela.
Seu olhar agora se ficou no jovem rapaz.
Ele estava usando um terno social cinza, seu cabelo curto, estava com uma quantidade exagerada de creme. Ele parecia extremamente nervoso, quase como se estivesse aqui para uma entrevista de emprego...
'Ele não estaria aqui para isso, certo?'
Quer dizer, se ele conseguisse isso poderia alavancar sua vida para o auge.
Beatriz já viu isso acontecer muitas vezes. Como uma amiga dela que foi contratada como rececionista no prédio das indústrias Stark. Atualmente essa amiga ganha cerca de 10x mais que Beatriz.
Talvez ela deva tentar também.
"Sejam bem-vindos ao Jardim do Eden!" Falou o Dr.Maravilhador ao se levantar.
Beatriz havia imaginado que ele seria um homem mais velho, como um cientista louco igual aos filmes, mas a julgar por sua aparência ele estava em torno dos 20 anos.
"Venham, venham! Sente-se, Sente-se!"
Três foram convidados a se sentar pelo Dr. Maravilhador a grande mesa abaixo da árvore.
Eles logo se sentaram.
Beatriz olhou para a mesa repleta de doces, como os clássicos croassã e madeleines, entre outros. Além disso, ela havia identificado algumas especiarias francesas como brie, Millefeuilles e Éclair de Genie, afinal ela havia provado cada um deles em sua viagem para Paris.
"Espera..."
Beatriz olhou para o sorvete serviço em uma taça dourada e perguntou ao Dr.Maravilhador.
"Isso seria um Frozen Haute Chocolate?"
"Sim." Respondeu ele.
"Posso?"
"Claro, fique a vontade."
Ela rapidamente pegou a taça e saboreou.
Frozen Haute Chocalate é simplesmente a sobremesa mais cara e deliciosas do mundo. Com o preço exuberante de 26 mil dólares, ela achava nunca provaria esse tipo de sobremesa.
"Posso também?" Perguntou o jovem ao ver Beatriz degustando o sorvete.
"Todos podem se servir a vontade."
"Agradeço." Falou o homem de meia idade.
Enquanto saboreavam a sobremesa, o jovem Dr.Maravilhador os observou então disse.
"Agora que estamos mais a vontade. Por que não nos apresentamos?" Ele colocou um pequeno pedaço de croassã na boca."hum... Começando comigo. Eu sou o Doutor Maravilhador, trabalho como criador de Jogos e no meu hobby é ler e ver filmes."
'Um hobby bastante normal. Esperava algo mais estranho.' Pensou Beatriz.
Até agora tudo que ela imaginou sobre o Maravilhador acabou sendo diferente do esperado.
"Michael Wood, trabalho dirigindo um ônibus e meu hobby é jogar no tempo livre." Falou o homem de meia idade.
"Prazer em conhecê-lo, Michael." Disse o Dr.Maravilhador.
"O mesmo aqui."
Chegou a vez do jovem.
"Hm... Eu sou John Mayer. Ainda estou estudando e meu hobby é jogar também. Prazer conhecer vocês." Disse ele nervoso.
Beatriz rapidamente colocou a última colher de sorvete na boca.
"Posso ficar a colher e a taça?"
Dr.Maravilhador olhou para ela por um tempo em silêncio e respondeu.
"Claro."
Um dos motivos dessa sobremesa ser tão cara é porque tanto a taça quanto a colher são feitas de ouro e o comprador do Frozen Haute Chocolate pode ficar com ambos.
"Meu nome é Beatriz McBride. Sou repórter de variedade e gosto de jogar no tempo vago."
"É um prazer conhecer todos vocês." Disse o Dr.Maravilhador sorrindo. "Mas, estou extremamente curioso sobre uma coisa... Por que escolher o convite para o chá ao invés de uma espaçonave?"
Michael é o primeiro a responder.
"Trabalhar como motoristas é bastante estressante, então comecei a jogar para relaxar. O convite para o chá pareceu muito mais relaxante, por isso escolhi ele." Michel suspirou e continuo. "Mas depois de uma boa noite de sono... acordei extremamente arrependido."
"Hahaha." O Dr.Maravilhador começou a rir dele. "Se fosse comigo também estaria super arrependido. Afinal, a nave espacial era realmente incrível."
"Deve ser mesmo..." Disse Michael arrependido.
"Sabe, o convite para o chá era mais uma piada. Sinceramente, não achei que alguem fosse escolher." Confessou ao Dr.Maravilhador. "Mas, pelo menos, vou dar alguns presentes a vocês como uma espécie de pedido de desculpa."
"Que tipo de presente?" Perguntou John.
"Você descobrirá mais tarde. Agora, me diga por que escolheu o chá."
Beatriz percebeu que diferente de Michel, Jonh parecia mais irritado do que arrependido. Alguém deve ter o obrigado a escolher.
E assim como Beatriz imaginou...
"Minha vó me obrigou a escolher o chá. Cometi o erro de dizer para ela qie podia escolher entre uma nave e um convite para o chá." Falou ele. "Ela disse que se eu escolher a nave perigosa, ela venderia e ainda me deixaria sem jogar por 1 ano inteiro."
Silêncio.
"HAHAHA!" O Maravilhador gargalha.
Beatriz e Micheal tambem comecam a rir.
"Desculpa, garoto. Bem, as avós sabem o que é melhor para os netos na maioria das vezes." Maravilhador disse tentando consolar Jonh.
'Não nessa vez.' Pensou Beatriz.
"Ainda queria a nave..." Jonh diz baixinho.
"Estou supreso que você tenha obedecido sua vó. Um jovem normal escolheria a nave independente do que sua vó dissesse." Falou Micheal.
"Não posso desobedecer ela." Respondeu ele.
"Um bom neto, eu diria."
"Acho que agora é minha vez."
Beatriz, que terminoi de comer uma fatia de bolo, começa a falar.
"O motivo pelo qual escolhi o chá, foi porque queria uma entrevista exclusiva com o misterioso Maravilhador. E particularmente, não acho o espaço seguro."
O Maravilhador pareceu surpreso.
"Uma entrevista? Parece interessante."
"Eu tinha um gravador de voz e uma câmera preparado para trazer, mas eles não vieram comigo." Lamentou ela.
Dr.Maravilhador olhou para nada por um tempo e disse.
"Ok. Vamos fazer uma entrevista."
Então o gravador que Beatriz havia preparado, surgiu magicamente nas mãos do Maravilhador.
"Lamento não poder permitir a câmera. Não gosto de fotos." Educadamente ele se desculpou.
"Tudo bem." Beatriz respondeu.
Enquanto cortava uma fatia de torta, Maravilhador disse.
"Podemos começar quando quiser. Se algum de vocês quiser perguntar algo, sinta-se livre." Completou ele para Micheal e Jonh.
Ambos acenaram com a cabeça.
Enquanto comem, Beatriz inicia a entrevista.
"Doutor Maravilhador' um nome maravilhoso."
"Naturalmente."
"Mas, o que muitos dos seus jogadores, e as autoridades, querem saber é: Qual o seu nome verdadeiro?" Perguntou ela.
Seria mentira dizer que Beatriz não esta nervosa fazendo esse tipo de pergunta, afinal o governo está trabalhando horas extras em busca do Maravilhador.
Mas essa é uma das perguntas que os jogadores mais têm curiosidade.
"Hahaha. Sim, as autoridades adorariam saber e sinceramente não vejo problemas em dizer." Ele riu levemente. "Mas, acho melhor manter o mistério. Isso ajuda com o hype."
"Ajuda com o hype?"
"Claro! O mistério faz as pessoas procurarem por informações sobre mim. Isso gera um fluxo interminável de pessoas conhecendo meus jogos sem eu precisar fazer nada."
Isso faz sentido. Muitas pessoas so começaram a jogar pelo o mistério envolvido no Dr.Maravilhador e seus jogos mágicos.
Inclusive, Beatriz só jogou por causas dos rumores das recompensas milagrosas.
"Você planeja revelar sua identidade algum dia?"
"Hmm... Não pensei nisso ainda. Uma hora ou outra, vou ter que revelar, nao é?" Falou ele rindo. "Quanto aquando... Provavelmente, não por agora."
"Por que você começou a se interessar por criar jogos?"
Essa é uma pergunta bastante discutida na internet. Dr.Maravilhador em teoria deveria ter a tecnologia mais avançada da terra, mas ele a usa para criar jogos.
"Pela ideia de criar um mundo do meu jeito. Quero dizer, construir um mundo peça por peça." Disse ele. "E saber que muitas pessoas iram explorar e admirar um mundo criado por mim. Esse foi meu motivo."
"Um bom motivo."
Na verdade, era o motivo mais comum para alguem iniciar na carreira de criador de jogos, mas Beatriz não diria isso em voz alta.
"E qual a sensação você sente ao vê milhares de pessoas jogando seus jogos?"
"Satisfação. A mesma satisfação que um pintor sente ao ver uma multidão apreciando sua arte." Continuo ele. "A mesma sensação que você sente ao ver alguém elogiando seu trabalho como repórter."
Beatriz riu amargamente.
"Isso não acontece muito. Tenho apenas uma pequena coluna no jornal..." Ela se interrompeu. "Mas voltando as perguntas..."
Maravilhador olhou para ela em silêncio.
Beatriz ignorou.
"Algumas pessoas pensam que você é alguma espécie de mago super poderoso, outros acham que é um cientista brilhante que dominou o ápice da tecnologia. Agora vem a pergunta. Magia ou tecnologia?"
Essa era a pergunta mais discutida. Dr.Maravilhador era um mago ou um cientista?
A maioria achava que ele era um mago, apenas os mais céticos acreditavam que era um cientista com tecnologia avançada.
Beatriz particularmente, acredito que ele é mágico.
"Porque escolher entre os dois? De certa forma, eu dominei tanto a magia quanto a tecnologia. Criando uma tecnológia Mágica, por assim dizer."
Os olhos de John brilharam quando ele perguntou.
"Eu posso me tornar um mago também?"
'Não acho que ele irá contar. Afinal é o segredo dele' Pensou Beatriz.
"No geral, aprender magia é bastante complicada. Sem estudar no Kamar-Taj é quase impossível aprender." Maravilhador parou. "Podemos continuar?"
Mesmo estando super curiosa sobre o kamar-taj, onde era possível aprender magia, Beatriz continuou com a entrevista.
"Claro. Você tem tanto magia quanto tecnologia. Já pensou em usar ambos para criar algo diferente de jogos?"
Essa é a perguntas mais importantes que ela preparou. E será o ponto principal de venda da sua entrevista. 'Extra! Extra! O Dr.Maravilhador planeja criar algo além de Jogos?' Só isso será o suficiente para sua matéria estar na primeira página.
"Como mísseis balísticos intercontinentais encantados com magia de invisibilidade ou talvez uma plataforma de transporte de dobra espacial continental?"
"Humm.... Sim." Respondeu timidamente.
"Eu só me interesso por jogos. Não pretendo criar nada fora disso... Com exceção das recompensas, é claro."
"Isso é uma boa notícia para o mundo. Talvez não estejamos preparados para esse tipo de tecnologia."
"Concordo. Já ha armas demais no mercado." Falou Micheal.
John apenas concordou com a cabeça.
"Voltando. Quão avançada está a sua tecnologia em comparação com a convencional?"
"Veja, acabei de dar 17 espaçonaves que podem ir da terra para Marte em cerca de 14 horas." Maravilhador sorriu. "Não faz muito sentido comparar, certo? Mas por que não voltamos a falar sobre jogos?"
"Ainda quero uma nave..." murmurou alguém.
Beatriz coçou a garganta.
"Claro, claro. Quanto tempo levou para desenvolver seus jogos?"
Dr.Maravilhador tocou o queixo e pensou.
"Castlevania foi meu primeiro jogo, mas acabei levando pouco tempo para completar tudo. Foram dois dias de trabalho duro."
"Apenas dois dias? Verdade?" Perguntou Beatriz, sem acreditar.
"Sim. Se eu tivesse focado nele por mais algum tempo, tenho certeza que seria ainda mais incrivel."
"Normalmente, os desenvolvedores levam muito mais tempo. Pode nos contar seu segredo?" Perguntou Beatriz esperançosa.
"Ter uma boa engine facilita bastante. Eu nomeei a minha de Multi-Sky, ela facilitou bastante todo o processo criação."
Respondeu ele, comendo outra fatia de torta.
"Você criou sua própria engine?"
"Sim. As usadas no mercado não são muito boas."
"Uau. Outer Wilds por ser um jogo de realidade virtual deve ter demorado bastante, certo?"
Um jogo de realidade virtual deve ter demorado bastante tempo mesmo para o Maravilhador.
Ou assim, Beatriz achava.
"Demorou mais que o esperado. Foram 13 dias bastante corrido."
"... Sua engine suporta jogos de realidade virtual?"
"Naturalmente." Respondeu Maravilhador.
Silêncio.
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"Não sei se voce viu, mas muitas outras empresas estão copiando os seus jogos. Nos últimos dias muitos jogos 2D de plataforma foram lançados, alguns até muito semelhante ao Castlevania."
A maioria das grandes empresas de jogos, decidiram investir em peso nos jogos 2D de plataforma. Jogos semelhantes ao Castlevania não falta mais no mercado, mas poucos conseguiram chegar próximo no nível de qualidade.
Beatriz particularmente não desaprovava isso, mas poderia ser diferente para o criador.
"Em breve jogos de exploração espacial devem entrar na moda também. O que você acha de tudo isso?"
Após pensar, Maravilhador disse.
"Sendo honesto, acho isso ótimo. Além de um criador de jogos, também sou um jogador. Então quanto mais jogos de qualidade, melhor."
"Você joga tambem?" Perguntou os três juntos.
"Mais é claro."
"Qual jogo você gosta de jogar?" Perguntou Jonh.
"Gosto de Jogos de corrida. Mas ultimamente estou jogando jogos do Capitão América." Disse o Maravilhador. "Mesmo que não seja a história real, ainda é divertido."
Beatriz franziu a testa.
'Os jogos do Capitão América contam a história verdadeira. Afinal, foi baseada na biografia de Steve Roger escrita pelos companheiros dele.'
Antes que ela pudesse perguntar mais sobre, Jonh a interrompeu.
"Você já pensou em fazer um jogo VR do Capitão América?"
"Essa foi a minha primeira ideia de jogo."
"E qual seria o nome?"
"Capitão América: O Primero Vingador."
"Parece incrível!"
Apos isso, a entrevista continuou com os tres fazedo perguntas um de cada vez.
Houve perguntas de todos os tipos.
Se o Maravilhador planejava criar um jogo multiplayers, se ele venderia sua tecnológia, se ele aceitaria um discípulo (feito por Jonh), assim o tempo passou rapidamente e chegou a hora de irem embora.
"Foi um prazer enorme conhecer vocês. Talvez eu devesse fazer isso mais vezes." Começou se despedindo. "John, pegue algumas fatias de bolo para sua vó."
"Obrigado."
Ele rapidamente colocou alguns na cesta que o Maravilhador lhe deu.
"O presente que falei estará esperando por você. Espero que goste." Disse o Dr.Maravilhador.
"Foi legal conhecer vocês. Tchau!"
Jonh foi o primeiroa sair do Jardim do Eden.
"Leve alguns também, Michael."
"Obrigado." Micheal pegou alguns croassãs, se despediu e saiu.
No Jardim agora só ficaram Beatriz e o Maravilhador.
"Agora só falta você. Mas, antes de ir, me deixe te fazer uma oferta." Ele começou a falar. "Você tem interesse em ser minha repórter particular?"
"Repórter particular?" Perguntou em dúvida.
"Sim. Não sinto vontade de entrar em contato com outros repórters."
"..." Silêncio.
"Veja, alguns dias antes de lançar um meus futuros jogos, eu poderia fazer uma entrevista com você para explicar mais sobre o jogo."
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
"Eu aceito a oferta."

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