𝐆𝐀𝐌𝐄𝐒, minsung

2.8 | finally.

han jisung. 

━━ Ela acordou! – uma enfermeira veio correndo para me contar.

Eu estava deitado em um dos bancos, e levantei tão depressa que me deu uma leve tontura, mas ao menos liguei. Minha mãe havia acordado! Um sorriso enorme se abriu em meu rosto.

Já era de manhã e todos haviam vindo para o hospital. Ryujin, meu pai, Felix, Jeongin e até mesmo Minho.

━━ Apenas duas pessoas por vez, por quinze minutos a visita. Ela está meio confusa, por isso não façam muitas perguntas e não falem depressa.

Todos assentimos rapidamente. Meu pai toma a frente para dizer:

━━ Vá você e Ryujin primeiro.

Balanço a cabeça, e logo a enfermeira começa a nos guiar por um longo corredor. Sinto Ryujin apertar a minha mão com força, retribuo o aperto, sorrindo para ela. Eu estava eufórico e meu coração estava um tanto quanto aliviado por saber que minha mãe estava bem.

━━ Quinze minutos! – A enfermeira reforça, assim que chegamos em frente a porta do quarto.

Ryujin a ignora e irrompe dentro do quarto com pressa. A coitadinha chorou a noite toda, segundo meu pai. Eu queria tanto estar lá por ela. Mas eu estava do mesmo estado, não sei se ajudaria muito.

Meu coração falha um pouco e minha respiração fica presa na garganta. Minha mãe está pálida, com braços roxos e tubos por toda a parte. Não suporto vê-la assim. Me aproximo de sua cama com lágrimas nos olhos.

━━ Ei, mãe. – ela sorri fracamente. Ryujin está em lágrimas do outro lado da cama, apertando sua mão com força. ━━ Você nos deu um baita susto.

━━ Acho que não sou como Toretto, afinal. – rio nasalado. Apenas Han Jieun é capaz de fazer piadas em um momento como esse.

━━ Eu fiquei com medo, mamãe. – Ryujin confessa com a voz baixa, embargada. Os olhos de minha mãe se encharcam.

━━ Me desculpe por isso. – ela diz, com a voz fraca.

━━ Você não tem que se desculpar. Nada disso foi sua culpa, mãe. – eu respondo, beijando o dorso de sua mão.

Os machucados em seu rosto me fazem fechar os olhos com força, respirando profundamente antes de abri-los novamente.

━━ Ficamos feliz por você estar bem.

Minha mãe sorri para nós dois. E então, Ryujin começa a contar a ela como foi seu dia de aula ontem, tomando o cuidado para falar sem pressa e com calma, na intenção de distrai-la.

Eu apenas fico observando, mordendo o lábio várias vezes.

Eu estou completamente feliz por minha mãe estar bem. Deus sabe o quanto sou grato por não perde-la. Mas meu coração ainda está em frangalhos. Ainda falta algo e eu sei exatamente o que é.

Eu nunca fui bom em tomar decisões, sempre agi pelo modo irracional, sendo movido pela emoção. Quando eu acho que estou pensando com razão, a realidade me atinge em cheio e mais uma vez eu percebo que tomei a decisão errada.

Se ao menos tudo fosse fácil.

━━ E você? – minha mãe de repente me chama, e eu a encaro. ━━ Parece meio distante, avoado.

━━ Ele está com a cabeça nas nuvens. – Ryujin ri.

━━ Não é nada, só estou pensando. – balanço a cabeça, forçando um sorriso.

━━ Ainda não resolveu as coisas com ele?

Nego com a cabeça, murmurando um som de desgosto. Ao mesmo tempo que parece que fiz a coisa certa, eu sinto que não foi. E por isso, estou com raiva de mim mesmo.

━━ Praticamente expulsei ele da minha vida. Acho que não tem mais volta.

━━ Lino gosta muito de você. Não acho que as coisas entre vocês simplesmente acabaram.

━━ Eu fui um covarde com ele, mãe. Nem mesmo eu me perdoaria. – suspiro, recebendo um olhar reconfortante de minha irmã.

━━ Você se arrepende do namoro falso? – sem hesitar, nego com a cabeça. ━━ Se arrepende de tê-lo afastado? – dessa vez, hesito um pouco, mas logo balanço a cabeça que sim. ━━ Então, já tem a sua resposta.

Ela sorri, mas logo sua testa se franze e ela tem um ataque de tosse.

━━ Estou bem. Estou bem. – ela assegura para nós dois.

━━ Acho bom você ficar quietinha. Vamos jogar o jogo do silêncio. – Ryujin diz, cruzando os braços mandona.

━━ Obrigado, mãe. Não sei o que seria da minha vida sem vocês duas. – eu falo, com lágrimas nos olhos.

━━ Jisung, você perdeu! – minha irmã exclama. ━━ Mas eu também te amo. Amo vocês dois!

Sorrindo um para os outros, nós três nos abraçamos, de um modo meio desajeitado, mas ainda sim reconfortante.

━━ Eu amo muito vocês! – minha mãe diz, sorrindo.

E ficamos assim por um tempo, em um abraço de urso, eu e Ryujin tomando o cuidado para não apertar tanto nossa mãe, devido aos ferimentos.

━━ O horário de visita acabou. – a mesma enfermeira de antes aparece na porta para nos avisar.

━━ Eu volto mais tarde.

━━ É bom mesmo, você precisa de um banho. – reviro os olhos para minha irmã, mas rio por fim.

━━ Descanse, mãe. – dou um beijo na sua testa.

Quando já estamos no corredor, Ryujin chama meu nome, me abraçando de lado.

━━ A mamãe vai ficar bem agora, não é? – ela pergunta, com seus grandes olhos marrons escuros me encarando.

━━ Agora sim, Ryujin. Agora sim. – sorrio, beijando o topo de sua cabeça.

━━ Só mais uma coisa. – fico esperando que ela continue, e então, dando uma risadinha, ela diz: ━━ Se você aceitar namorar com Minho, fique sabendo que eu apoio. Ele é o melhor cunhado falso que já tive.

Eu rio de leve, lhe dando um tapinha no ombro.

Eu estou com medo, sim, mas não vou mais me esconder. Eu sei o que quero e o que sinto. Na verdade, nunca estive tão certo de algo como agora.