Ampulheta de Tinta_Labirinth ✔

Capítulo 20_Não existe você, nem eu...

Capítulo 20

"não existe você, nem eu, somos todos... e ninguém"

-E aí Berry? Quer mais alface? -Perguntava a pequena tartaruga enquanto colocava um pouco da folhagem em seu aquário.

Depois de alimentar a tartaruga voltei minha atenção ao caderno de couro vermelho em cima da escrivaninha ao lado da cama, havia achado o mesmo amarrado na Ikko, minha amiga de folhagem verde amarelada, era um caderno interessante, ainda não o havia lido, mas parecia bom.

-Ellay! O Jonas está aqui! -Minha mãe gritou ao abrir a porta da frente.

-Pede pra ele entrar mãe! -Gritei em resposta.

Estava concentrado na pequena tartaruga que comia as folhas de alface com avidez.

Ouvi passos na escada e em seguida uma batida na porta do meu quarto.

-Entra.

-E aí cara? -Jonas disse entrando no quarto, sentando na cama -Vai no Luck's hoje?

-Não sei, acho que vou ficar em casa com o Berry, tenho que estudar. -Respondi sem tirar os olhos do vidro.

-Esse bixo me assusta -Comentou se levantando e indo até a prateleira onde ficavam os discos do Elvis.

Jonas pôs um dos discos num toca disco ali e sentou novamente na cama.

-Preciso que vá hoje cara. A Lili vai levar uma amiga. -Disse quando o disco começou a tocar -Se não for a amiga dela vai atrapalhar.

-Porque não chama só a Lili?

-Porque a Lili só vai poder sair de casa se a chata da Mirian for com ela. Você conhece os pais dela.

-Vocês dois deveriam assumir logo esse namoro.

-Tá Tá! Você vai me ajudar ou não? -Interrompeu. -Preciso de uma resposta antes das sete.

-Se eu for, vai ficar me devendo uma. Das grandes dessa vez.

-Tudo bem, o que vai querer?

-Subir na Ikko.

-Ahh! -Suspirou pesado -Essa maldita árvore de novo?

-Sem comentários maldosos, por favor! -Retruquei -Até porque ela me deu isto! -Apontei para o caderno de couro vermelho na escrivaninha.

-E o que, exatamente é isso?

-Não sei ainda, mas parece uma anotação importante. Por isso vamos voltar na ikko, podemos descobrir mais coisas.

-Deixa eu ver. -Pegou o caderno e começou a ler com calma.

-E aí? -Chamei o mesmo que se concentrava.

-É um caderno interessante, você que escreveu? -Perguntou sem tirar os olhos da leitura.

-Não, não é meu, é da ikko, lembra? Achei na árvore. -Assentiu ainda atento ao conteúdo misterioso.

-A letra é igual a sua. -Comentou tranquilo.

-Sério? -Perguntei curioso, tentando inclinar a vista para as letras do caderno na posse do mesmo.

-É. -Respondeu de pronto.

Jonas estava envolto no que o caderno o proporcionava, fiquei algum tempo esperando o mesmo parar a leitura e voltar a realidade, mas parecia que estava preso no caderno.

-Tá! Esquece isso! -Disse pegando o caderno das mãos do mesmo.

-Ei! Agora que eu ia chegar no tal plano! Me deixa terminar!