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Dois Por Um Especial (WriteThroughTheNight)

"Sobre isso... o hospital tem uma copiadora?" Hitoshi escolhe esse momento para saltar sobre o ombro de Shouta, sem dúvida, dando a Tsukauchi uma visão completa de seu rosto ensanguentado. Sem querer, ele também dá a Shouta a oportunidade perfeita de ver o choque, a compreensão e a pura resignação passarem pelos olhos do detetive.

"Você não está me dizendo que encontrou outra criança a caminho do hospital com a primeira", diz Tsukauchi.

“Não encontrei outra criança no caminho para o hospital com a primeira”, mente Shouta.

OU

Uma história de dois telhados, dois filhos e uma noite extremamente longa.

Aizawa Shouta está cansado.

(Não é uma boa desculpa, mas quando ele fica acordado na cama, agonizando sobre o que poderia ter acontecido se ele não tivesse olhado duas vezes naquela noite-)

Shouta está cansado o suficiente para interromper sua patrulha em uma hora na noite em que os encontra.

Tsukauchi dá uma olhada em Shouta - encostado na parede e observando preguiçosamente os dois criminosos se contorcendo contra sua arma de captura - e levanta uma sobrancelha.

"Noite longa, Eraser? Esta é sua décima prisão desde que entrei no turno.

Shouta suspira. Quando Sansa gesticula, ele afrouxa sua arma de captura e a deixa enrolada em seu pescoço. "Tem sido uma noite tranquila, na verdade", diz ele.

Os espasmos da pálpebra esquerda de Tsukauchi. Ele lança a Shouta um olhar sujo. "Você deveria terminar agora. Tenho certeza de que Mic apreciaria a hora de dormir mais cedo.

Shouta pensa sobre isso, sobre Zashi sentado no sofá, forçando-se a ficar acordado até que Shouta esteja seguro em casa. Ele pensa em se enroscar na cama com Bastard, Jellybean e seu marido. Shouta pensa e toma a decisão que mudará sua vida.

"Lógico", diz ele. "Vou para casa a partir daqui."

Quando Tsukauchi fecha a porta atrás do último criminoso, ele acena. Shouta se lança em um telhado próximo.

De cima, Shouta conhece todos os cantos de Musutafu. Ele persegue as ruas dela à noite e impede o crime antes que ele tenha a chance de chegar aos heróis da luz do dia e aos noticiários de primeira página. O underground e seu anonimato combinam com ele, tanto quanto flashes de câmeras e rádio combinam com Zashi. Shouta conhece Musutafu tão bem que leva apenas um momento para se reorientar e começar a caminhada pelos telhados de volta ao apartamento.

Ele está no meio do caminho, saltando por uma fileira de prédios agrupados, quando sente um arrepio na espinha. Shouta para e se agacha. Lá. Três quarteirões à frente, à esquerda, apenas perto o suficiente para picar sua visão periférica, uma figura está na beira de um telhado.

Shouta observa por um momento e tenta decifrar a sensação que coça em seus ombros. Algo grita errado. Shouta o encara, até ouvir um clique e ele começar a se mover antes que a informação esteja totalmente resolvida. A figura é pequena. Pequeno e perto da borda do telhado. Uma criança está perto da beira de um telhado no meio da noite.

Kami, Shouta nunca quis tanto estar errado antes.

Ele cai na beirada do telhado da criança, distribuindo seu peso uniformemente para que sua aterrissagem seja nada mais que um baque surdo. A figura de meias na borda não se mexe. Shouta percebe, de uma forma distante, seu coração batendo forte e suas mãos escorregadias de nervoso. Ele se sente com 18 anos novamente em vez de 24, um recém-formado em sua primeira patrulha. O desamparo torturante revira seu estômago e leva várias respirações profundas antes que Shouta possa se lembrar de quem ele é. Um herói underground talentoso e um professor eficaz na escola de heróis de maior prestígio no Japão.