𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 3

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Nossa vida se resume em instantes, em decisões que tomados tanto conscientemente quanto inconscientemente, podendo nos levar a rumos inimagináveis

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Nossa vida se resume em instantes, em decisões que tomados tanto conscientemente quanto inconscientemente, podendo nos levar a rumos inimagináveis. Rumos que nos levam a consequências das quais, ninguém realmente se importa, pelo menos não no calor do momento.

Nada, além do medo inconsciente, nos impede de fazer o que temos vontade. Sempre seremos condicionados a viver através do peso da nossa própria consciência. A angústia mundana.

Fui um exemplo claro disso ao me calar e deixar a vergonha me inundar em público, sem conseguir pensar em nada além de minha fuga. Pensamentos continuavam a me prender enquanto o medo e ansiedade presidiam em meu corpo.

Agora mesmo, na rua escura e chuvosa da Avenida 4, eu estava pensando em como seria se eu apenas tivesse sido corajosa o suficiente para voltar e buscar meu celular na sala de cinema. Talvez eu tivesse conseguido evitar a chegada deste momento.

E se eu houvesse permitido que Ryan me levasse para o hospital? E se houvesse voltado para o cinema em busca de meu celular? E se eu houvesse virado na Rua K-4 e subido para a Avenida 5, eu ainda estaria sendo perseguida por um estranho às 22:26 da noite? E se...?

Não, nada o impediria de me encontrar, não quando ele sabia exatamente aonde eu estava e o que fiz em todos os momentos em que me senti observada. Mais e mais perguntas sem respostas sobre quem poderia ser o meu perseguidor.

Como uma Avenida poderia estar tão vazia? Eu me perguntava enquanto observava as poucas casas que haviam na rua. Pareciam abandonadas, as portas; lotadas de ervas daninhas, as luzes; apagadas; os jardins; tão mortos quanto a rua onde me encontrava. Até as mesmo luzes dos postes pareciam tramar contra mim, era como se tivessem tornado de sua missão me afundar no negrume.

Nunca choveu tanto em Green Filled, não com essa intensidade. O céu cinzento e tempestuoso deixava a noite ainda mais sombria, as gotas de chuva caiam pesadamente do céu, encharcando minhas roupas em um nível absurdo, caindo por entre meus cílios e colando meu cabelo à pele.

Aquele era o tipo de noite que servia como cenário de filmes sinistros de terror, e não me surpreenderia se, de fato, estivesse presenciando um.

Coloquei a palma da mão na testa para evitar que a chuva caísse em meus olhos e acelerei meus passos enquanto procurava por qualquer beco que levasse à uma rua movimentada, por qualquer pessoa que me servisse de distração.

Eu conseguia senti o seu olhar sobre mim, proporcionado a sensação única de está sendo eletrocutada, a descarga elétrica que percorria desde a ponta dos meus dedos até a nuca, era uma sensação tão devastadoramente intensa que era como se ele pudesse me partir ao meio se continuasse a me fuzilar com os olhos. Eu não duvidaria de sua capacidade, não novamente.

Duvidar de meu perseguidor foi meu primeiro erro.

Desde que cheguei aqui tenho notado meus erros, analisado as situações em que estou me metendo e honestamente? O destino anda sendo uma vadia comigo. Pensar que poderia ser apenas uma distração e que ele permaneceria nas sombras, sem realmente tentar fazer de mim sua caça, havia sido o meu maior erro.

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