Uma nova forma de perceber as coisas

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Ultimamente havia se tornado algo quase à beira do estranho pensar sobre Okumura Rin. E, estranhamente, não era exatamente devido ao fato de que havia o beijado mesmo depois de saber muito bem que ele era apaixonado por outra garota. Bom, mais ou menos. Seu coração ficava quentinho enquanto recordava-se daqueles momentos, obviamente.


Mas o que a intrigava era o que havia acontecido após aquilo. E novamente, não foi o fato de ter saído correndo como se a vida dependesse disso quase arrependida pelo que havia acabado de fazer. Entretanto, a estranheza não era por isso. Lembrar daquela vergonha que havia passado fazia com que o seu estômago se revisasse por inteiro, afinal, quem em sã consciência faz esse tipo de coisa?

Com um xiado ruidoso a jovem rola na cama, cobrindo até a cabeça. Infelizmente, ainda não era o suficiente para abranger sua vontade de sumir naquele momento.

Ela fecha os olhos com força e após um tempo põe a cabeça para fora do esconderijo em busca de ar fresco. Era idiotice, mas lhe deixava estranhamente feliz recordar. Pois mesmo com o final desastroso, ainda havia se confessado e ainda por cima o beijado! Céus, quem imaginaria.

A memória daquele beijo ainda permanecia fresca em sua mente. Os lábios dele eram tão quentes que pareciam estar a ponto de queimar os dela, a superfície estava levemente rachada pelo frio e ainda assim continuava tão macia... na mesma hora que selou seus lábios aos dele ela soube que havia amado com todas suas forças aquele beijo. Gostaria de poder fazer aquilo de novo e de novo e de novo...


Mas... havia um grande problema, Rin era tão confuso! Ele a deixava confusa, com esperanças e ansiosa. O garoto não pareceu rejeitar exatamente seus sentimentos em nenhum momento, mas deixou claro desde o início que gostava de alguém. E isso era injusto!


A garota se deita de bruços agarrando o travesseiro, abafando um gemido lamurioso e dramático. Talvez aquilo fosse carma por ter feito a mesma coisa com garoto no ensino fundamental.

Neste momento, ela deixou seus pensamentos vagarem até a imagem daquela garota. Ela parecia uma fada da primavera, carregando aquele belo cesto de flores primaveris enrolado em seu quimono colorido e brilhante. Seus cabelos curtos em um loiro exuberante e olhos verdes... Droga. Ela era muito bonita. Mas isso não era um fato que exatamente importava, pois conhecia bem a si mesma e também sabia que era igualmente linda. O que a incomodou, residia na forma que Rin a encarou, como parecia tão feliz em ter esbarrado com ela (a ponto de até se esquecer de sua acompanhante). Na forma que agarrou sua mão.

O quão importante ela seria para Rin para que ele se esquecesse de seu encontro e saísse correndo até ela no dia do festival? Na verdade, essa pergunta meio que não precisava nem ser respondida.

Desde o dia do festival, enquanto se pegava pensando sobre sua mais recente paixão enquanto rolava na cama de madrugada, às vezes sentia-se mal por parecer a terceira pessoa daquela relação. Tinha a impressão que era algum tipo de vilã amargurada que tentava separar o casal principal do dorama.


O que chegava a ser até meio irracional, pois, para início de conversa eles nem eram um casal de verdade. E Rin até gostava da garota, mas pelo o que bem se lembrava, a menina havia dado um fora nele para sair com o irmão (ato de mal gosto, em seu humilde ponto de vista, assim, o que ela tinha na cabeça?).


Tudo o que ela precisava era ser um pouco mais persistente, na medida do que fosse possível, em mostrar que seus braços estavam abertos para ele e que eram um ótimo lugar para se repousar, então tudo apenas iria depender do garoto. Bom, pelo menos foi assim que ela leu em um livro de romance e achou que seria.

Slow Burn - Okumura Rin Imagine Onde histórias criam vida. Descubra agora