Capítulo - 25

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Emmett Cullen

Não estava nos meus planos encontrar Camilly naquela noite, as brigas haviam se tornado constantes e ela cada vez mais insuportável. Nada a agradava.

E eu estava no limite, ela tinha saído para fazer sei lá o que, como sempre. Não fazia muita diferença, Camilly nunca contava para onde ia, e eu cansei de perguntar, de insistir em algo que só resultaria em brigas e discussões desnecessárias que aumentariam mais a minha sede.

E eu precisava me alimentar urgentemente. Não em pequena quantidade, queria uns dos meus favoritos, um grande urso pardo ou vários. Sorri nostálgico, lembrar de como era excitante caçar e lutar com um urso o fazia pular empolgado como uma criança, sentia falta e ver que a fase de não sentir fome teria ido embora, alegrava como um florescer de alvorada.

"Amor, me encontre nesse lugar xxxx-xxxx."
"Vamos fazer as pazes."

Era o que o seu bilhete dizia, estava em cima da cama junto de uma caixinha e dentro um relógio luxuoso e ela sabia que eu detestava usar relógios e ela estava ciente que eu estaria indo caçar. Suspirei, andei de um lado ao outro pelo quarto e a ideia de ir até ela não agradava em nada mas se não fosse seria um novo motivo para uma briga iniciar.

Teria que terminar esse "relacionamento" o quanto antes.

Para que insistir? Não sou mais o mesmo que Camilly conheceu e era óbvio que ela não gostava dessa mudança.

–.....–

O local do endereço era estranho, um galpão abandonado. É difícil acreditar que existia um lugar assim por aqui. De primeira, não tinha entrado.

Olhei ao redor e suspirei.

Esse bairro localiza - se na área mais pobre da cidade, havia pouca iluminação e alguns postes nem funcionavam. Sacos de lixos enfeitavam as ruas, as calçadas e o cheiro deprimente não era tão maior que a tristeza pairando no ar. Parecia que não existia vida e que uma maldição habitava nessas casas.

— Aqui mudou depois da chegada da prega. — Disse uma voz que apareceu, misteriosamente. — Era belo, perfeito para morar, crianças corriam e brincavam. A felicidade, a paz, harmonia é tudo o que poderia esperar por aqui.

Como vampiro, me assustar era vergonhoso. Mas a situação que eu via era tão caótico por falta de palavras melhores que me deixava atordoado.

Olhei surpreso, uma senhora com a expressão mais sofrida que já havia presenciado estava bem ao meu lado, como ela apareceu sem eu perceber?

— O que fez mudar? — Perguntei-lhe baixo. Fiquei curioso,  tentando imaginar um pouco sobre essa descrição e não consegui.

O olhar que a velha senhora me lançou apertou meu peito e se ele batesse teria falhado várias batidas. Existia tanta dor, tanto sofrimento para alguém que na maior idade não deveria passar que cogitei a ideia de ter levado um tapa na cara.

— Tudo. — Sussurrou. Sua voz saiu fraca e dolorosa, sem sinal algum de vida e isso me arrepiou até a alma. — Pouco a pouco, criança por criança, adultos e jovens desapareceram das ruas, dos seus lares, das suas famílias. Pouco a pouco o medo fazia daqui a sua moradia eterna. A tristeza, a infelicidade, a solidão e o desespero é tudo o que sobrou.

O relato da senhora era carregado de sentimentos, os mesmos sentimentos que esse lugar transmitia.

— O que aconteceu? — Ainda não consegui entender, o que de fato tinha acontecido aqui? — Essas pessoas foram embora?

Ela lançou o olhar para o galpão e riu, uma risada tão fria e sem vontade era como se rir fosse um pecado de morte. Olhando ao redor e a situação, talvez fosse.

Ligação de Sangue - Livro 01 Onde histórias criam vida. Descubra agora