Nunca Vai Ser Um Adeus

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ISABELLE

22 de outubro de 2022

23:45

Estico a cabeça para trás quando sua boca avança para minha pele, sugando-a lentamente. Certamente haverá marcas quando me olhar no espelho, no entanto, nesse momento isso não importa.

Na verdade, aparentemente nada mais tem importância depois que Hugo sorrir pra mim.

Toda vez a mesma novela. Terminamos, prometo que nunca mais serei tocada por ele e tento seguir minha vida. Então nos encontramos coincidentemente em algum bar, ele sorrir, me paga uma bebida e poucos minutos depois, estamos grudados em algum beco.

Como agora. Não tenho ideia de onde estamos, só sei que estou na parede, com as pernas ao redor da cintura dele enquanto suas mãos erguem meu vestido e apertam minha pele.

Sua boca sai do meu pescoço e volta a devorar meus lábios com desejo. Um beijo quente, intenso, do jeito que só com ele funciona bem.

Somos dois sem vergonhas, tenho certeza disso, mas isso não não importa mais.

Não quando ele está me fazendo gozar. Ou quando está me beijando como se eu fosse a mulher mais foda do mundo.

- Hugo... Por favor. - suplico, apertando minhas mãos em seus ombros quando ele propositalmente encosta em mim, só pra me fazer sentir o volume em sua calça.

Filho da puta.

- Ainda não. - responde, descendo aquela boca por meu colo e parando em um dos meus seios, abocanhando-o pra valer.

Nossa, isso é bom demais.

Fecho meus olhos e mordo meu lábio com força, imaginando como seria se ele me...

Puta merda.

Antes mesmo dos seus dedos alcançarem minha calcinha, sinto os espasmos do orgasmo vindo e ele sabe disso, por isso fica me provocando.

E só na provocação eu chego ao ápice.

Queria tanto odia-lo. Ou simplesmente não vê-lo mais.

Mas além de tudo, ele é pai do meu filho.

Nosso relacionamento é mal resolvido pra cacete, mas mantemos a cordialidade pelo Miguel. Nosso pequeno tem apenas 2 anos e é meu bem mais precioso.

Minha mãe diz que isso é falta de diálogo, já que é nítido que o desejo ainda existe e possivelmente, o amor.

No entanto, me recuso a dar o braço a torcer e sabendo que não vou resistir a essa pouca vergonha, Hugo sempre me encontra e terminamos desse jeito.

- Alguém pode nos ver. - choramingo quando escuto-o puxando o zíper da calça.

- Ninguém vai nos ver. - garante.

E eu estou tão excitada que não protesto.

Ele segura em minha bunda e eu me impulsiono pra cima, laçando sua cintura com minhas pernas. Olhando dentro dos meus olhos, ele se posiciona na minha entrada e me invade sem hesitar.

Aperto seus ombros com mais força enquanto ele estoca fundo e beija minha boca, sugando tudo de mim, me levando para fora de órbita.

Suas mãos apertam minhas coxas e eu solto gemidos conforme ele beija meu pescoço de novo e continua me invadindo e saindo, cada vez mais forte.

Não vou negar que eu amo esse homem. Não entendo por que não conseguimos dar certo ao mesmo tempo em que não sabemos não trepar também.

É insano.

- Eu vou gozar. - aviso, já ofegante quando ele vai ainda mais rápido.

Não demoro muito para alcançar o ápice e ele também chega lá logo em seguida.

Somos dois malucos.

Suados e ofegantes, ficamos naquela mesma posição por alguns minutos antes dele sair de dentro de mim e me colocar no chão.

- Por que a gente não... Tenta de novo? - sugere, olhando pra mim com súplica.

Normalmente eu caio. Hugo sabe ser persuasivo quando quer. Na verdade, ele sabe que nenhum outro cara além dele tem a chave pra me conquistar.

- Hugo... Você sabe que isso não é... O ideal. Temos um filho e ele não me merece ver os pais indo e voltando desse jeito. - explico, ajeitando meu vestido.

Abro a minha bolsa e pego um lenço pra limpar o que restou do batom que eu usava antes dele aparecer. Ele se aproxima e limpo sua boca também.

Aquela proximidade faz meu corpo ficar em alerta.

- A gente se ama, Belle. Acho que só nos faltou maturidade pra conversar em vez de só terminar. O fato de termos Miguel mudou muito nossa concepção sobre a vida, não acha? - rebate, me pegando.

Nisso ele tem razão. Antes do Miguel éramos jovens inconsequentes que não sabiam lidar com um relacionamento.

Brigávamos por tudo.

Agora com Miguel, nossas responsabilidades mudaram. Tivemos que amadurecer cedo. Aprender que algumas decisões difíceis precisam ser tomadas.

- Se a gente tentar de novo, precisamos ter algumas condições. - falo e vejo seu olhar carregado de esperanças.

- O que você quiser. - diz, afastando mecha de cabelo caída sobre meu olho.

- Tudo o que formos fazer que pode mudar alguma coisa em nossas vidas precisa ser debatido, civilizadamente. Devemos respeitar o espaço um do outros e nunca, nunca, brigar na frente ou perto do nosso filho. - comento e ele concorda - Quando algo incomodar a gente, o outro deve tentar entender, por mais difícil que seja.

- Por mim tá ótimo.

- Existem outras condições que não tô lembrando agora, mas por enquanto são essas. Eu amo você, Hugo. Amo demais. Mas amo mais ainda meu filho, então se você quer estar nessa com a gente, precisa ser mais cuidadoso com o que fala e faz.

Ele se aproxima de mim, me encostando naquela parede de novo.

- Dessa vez farei tudo certo. - promete - Até por que já percebi que nós dois nunca conseguimos dizer adeus, não é? - pergunta e eu rio.

Não, não conseguimos.

Estamos sempre atracados em algum momento. Parei de tentar entender essa nossa conexão e decidi dar mais uma chance, por que além do desejo e dele ser pai do meu bebê, eu o amo.

Contos | Hugo VezzaniOnde histórias criam vida. Descubra agora